Cibersegurança: os desafios para implementação do 5G no agronegócio
Por Jeferson D’Addario*
Segundo a
IDC Brasil (International Data Corporation), o 5G deve gerar investimentos de
US$ 25,5 bilhões até 2025 no mercado brasileiro. Inteligência artificial,
internet das coisas (IoT), computação em nuvem (cloud), big data e cibersegurança
estão entre as áreas que serão beneficiadas com a chegada do 5G no Brasil. De
acordo com o estudo, as companhias brasileiras investirão cerca de US$ 1,6
bilhão somente em serviços de cibersegurança, alta de 17,6% em relação a 2021.
Porém, não é tão simples assim! Para a implementação efetiva do 5G, é
necessário mais tempo do que se imagina.
No Brasil, existem muitas questões
burocráticas de autorizações, impostos excessivos e um grande problema de
infraestrutura. Sem falar da falta de mão de obra qualificada para implementar,
ensinar ou proteger, já que temos uma desigualdade educacional e um país
continental.
O 5G é a melhor solução para o
agronegócio brasileiro?
Na década de 80 e 90, os negócios
precisaram ser transformados com o uso em redes de computadores e começamos a
diminuir as fronteiras sociais e comerciais com as BBS e provedores de
internet. O agronegócio brasileiro, que é referência, não ficou para trás, e
logo se transformou acompanhando aquele momento mundial.
Prometendo uma velocidade de rede 100
vezes maior, a tecnologia 5G traz inúmeras oportunidades para diversas áreas. O
relatório publicado em 2020, pelo Fórum Econômico Mundial, com o nome de Future Series: Cybersecurity, emerging
technology and systemic risk - INSIGHT REPORT, em parceria com a
Universidade de Oxford, apresentou dados e informações que estimam em US$ 13,2
trilhões o potencial econômico do 5G até 2035.
Com a chegada da tecnologia, o
agronegócio brasileiro, imprescindível para o PIB brasileiro, ajudará a aumentar
a competitividade em relação a outros países mais desenvolvidos e reduzir
custos operacionais, podendo ser um dos mais beneficiados. O 5G e uma
infraestrutura segura permitirão mais tecnologia e produtividade para os
grandes produtores e empresas do setor.
Esta infraestrutura tecnológica
permitirá o avanço no uso de dispositivos inovadores, como por exemplo: drones,
automação de veículos e propriedades, novas telemetrias e monitoramentos. Além
disso, poderemos ter startups explorando o 5G com geomapeamento de terras com
IoT, inteligência artificial e robôs numa escala jamais vista. Portanto, o agro
brasileiro, que já é uma referência no mundo, poderá escalar e melhorar a
competitividade em vários fatores, possibilitando também aos pesquisadores,
agrônomos e institutos um melhor aproveitamento e conhecimento.
Vale ressaltar ainda que o 5G é um
recurso de infraestrutura tecnológica e de comunicação que possibilitará um
avanço na transformação digital para o agro. Acredito que ajudará no controle
da qualidade e produtividade do setor. A tecnologia associada a ciência e
pesquisa, poderá auxiliar no desenvolvimento de negócios e startups do segmento
nos próximos anos.
Destaco ainda que tecnologias como 5G,
internet das coisas, inteligência artificial e robotização terão um grande
apelo de sustentabilidade, o que é importante para fundos de investimento que
levam em conta o ESG (Environmental, Social and Governance), e isto para o
agronegócio brasileiro, pode ser diferencial competitivo e mais lucro a médio e
longo prazo.
5G, cibersegurança e agronegócio
Mas devemos ter um ponto de atenção: os
alvos clássicos dos cibercriminosos em todos os países são as infraestruturas
críticas, ou seja, setores de telecomunicações, financeiro, saúde, transporte,
produção de alimentos, energia e governo. É possível notar que qualquer nova
tecnologia com potencial de negócios, na casa de bilhões de dólares, é tão
atraente para os empresários como é para os cibercriminosos. O 5G é uma
novidade e, como acontece com toda nova tecnologia, hackers trabalham para
criar golpes e obterem informações e dados. Como já dizia Clive Humby: "dados são o novo petróleo".
Com isso, o agronegócio e tudo
relacionado a ele são potencial alvos para cibercriminosos, e quanto antes
começarem a investir em cibersegurança e gestão de segurança da informação e da
privacidade, melhor preparados estarão para implementação do 5G. Atualmente, os
investimentos ainda são pequenos comparados com a riqueza gerada por este
segmento no Brasil. Nesse sentido, a área de cibersegurança precisará de mais
recursos para contribuir com a segurança digital do agronegócio.
*Jeferson D’Addario é CEO do Grupo
DARYUS, professor coordenador do MBA em Gestão e Tecnologia em Segurança da
Informação (GTSI), do MBA em Gestão de Risco e Continuidade de Negócios (GRCN)
do Instituto DARYUS de Ensino Superior Paulista (IDESP) e consultor sênior em
Continuidade de Negócios e Gestão de Riscos.
Sobre o Grupo DARYUS
Desde 2005 com o propósito de iluminar
mentes, potencializar pessoas e proteger negócios, por meio de educação e
serviços em gestão de riscos, o grupo DARYUS tornou-se referência em
consultoria, educação e eventos nos temas: Gestão de Riscos, Segurança de
Informação, Cibersegurança, Proteção de Dados (LGPD) e Governança de Tecnologia
da Informação (TI). O Grupo é composto por 4 unidades de negócios: 1) A DARYUS
Consultoria - especializada em Gestão de Riscos e Cibersegurança, 2) O IDESP -
instituto DARYUS de Ensino Superior Paulista - que é líder na formação em GRC,
com mais de 30 mil profissionais formados desde 2006, e pioneira na criação dos
cursos de pós-graduação em segurança da informação, forense computacional,
cibersegurança e continuidade de negócios, 3) A DARYUS Eventos, que tem foco em
criar e gerenciar eventos que desenvolvam a comunidade de cibersegurança e
gestão de riscos no Brasil, e 4) A DARYUS StartLab, aceleradora de startups
focada em Riscos, TI e Cibersegurança.
Para saber mais visite: https://www.daryus.com.br/
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