Com crescimento de 33% em 2021, cartões de crédito e débito movimentam R$ 2,6 trilhões no Brasil
No segundo ano da pandemia, em 2021, as compras
realizadas por meio do sistema de cartões cresceram 33,1%, movimentando R$ 2,6
trilhões. Os dados fazem parte de um levantamento feito pela Associação
Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Segundo a
Abecs, a projeção é que os cartões ultrapassem a cifra dos R$ 3 trilhões em
movimento durante 2022.
As compras através de cartões físicos
mostram um crescimento desde 2018. Em 2020, por exemplo, as transações através
de cartões somram 2 trilhões. Com um aumento de 33%, os especialistas acreditam
que teremos o ano com o maior valor de compras através dos cartões. 2021 também
concedeu a popularidade a um novo meio de pagamento, o PIX. Mesmo possuindo
extrema facilidade, o cartão de débito segue em uso e não parece que sairá do
“pódio” tão cedo.
Os pagamentos por aproximação, sem
contato físico com a máquina de cartão, por exemplo, aumentaram 469,6% na
comparação com 2019, atingindo R$ 41 bilhões em transações. O mais usado nessa
função foi o cartão de débito, com R$ 19,5 bilhões, seguido pelo cartão de
crédito, com R$ 18,8 bilhões, e pelo cartão pré-pago, com R$ 2,7 bilhões.
Para o especialista Jefferson Ribeiro,
da Aprova Bancários, há uma
explosão nas transações de meios que não são o dinheiro físico, por gerar dados
mais conclusivos e o cadastro positivo. Com o rastreamento, é possível analisar
melhor o crédito.
“Ter o cartão de crédito gera recebíveis
ao vendedor, que é um dinheiro em prazo. Por exemplo, o lojista vende mais
produtos por conta do parcelamento dos clientes, pois alguns consumidores
preferem parcelar através do crédito do que pagar à primeira vista. Aqui entra
também o trabalho do correspondente bancário, que auxilia nesse negócio entre
clientes e empresas”,
afirma Jefferson Ribeiro.
O Brasil liderou, em fevereiro, o
ranking dos juros reais, com 6,26%, seguido pela Rússia, com 4,67%. O
parcelamento através do crédito gera juros aos compradores ou vendedores. Ou
seja, quanto maior a taxa de juros de um país, maior a taxa que deve ser paga.
Para Pedro Xavier, fundador da Noknokpay,
“é cada vez mais importante
que os empreendedores contem com melhores taxas e prazos de pagamento, já que
quase toda a economia do Brasil é movimentada por transações feitas através
desses meios de pagamento e, principalmente, no pequeno e médio comércio.
Portanto, esses pequenos empreendedores precisam sempre contar com boas taxas
para continuarem auxiliando no crescimento econômico do país”.
A Infinity
Asset, empresa de corretagem nas principais bolsas brasileiras, afirma que
“continua a pressão da inflação global, a qual se acelerou na maioria das
medidas, dadas as ainda contínuas pressões e choques de oferta ao atacado e
aceleração de demanda, em vista ao processo de reabertura de diversas
localidades, convertendo a maioria das taxas de juros real em terreno negativo”.
Mesmo com o aumento da Selic, principal
taxa de juros brasileira, para 11,75%, ainda podese negociar boas taxas de
juros nos pagamentos físicos e digitais. Algumas empresas, como a NoknokPay, se
especializam cada vez mais na negociação dessas taxas dos processadores de
pagamentos, para conseguirem oferecer à outra ponta – o empreendedor – as
melhores condições para essas transações, o que, consequentemente, afeta
positiva e diretamente o consumidor final.
“Com esse aumento, há uma grande problemática no sistema financeiro. Mas, por outro lado, empresas capazes de negociar essas taxas diretamente entre vendedor e comprador movimentam ainda mais a economia”, conclui Pedro Xavier, da Noknokpay.
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