O metaverso vem aí e está mais próximo do que você imagina
Por Mauro Inagaki, fundador e CEO da b2finance*
Você, assim como eu, já deve ter ouvido
falar no Metaverso. Essa expressão que está correndo o mundo ficou popular
ainda em 2021, quando o Facebook se transformou na “Meta” e anunciou que seria
uma empresa presente no metaverso em até cinco anos. O metaverso é uma espécie
de realidade paralela e, em algumas situações, ficcional, onde é possível
vivenciar experiências de imersão, com o objetivo de reproduzir a sensação de
realidade.
Em níveis maiores ou menores, muitos de
nós já experimentamos, de certa forma, essa sensação por meio dos games. O que
as torna mais ou menos próximas da experiência do metaverso é o grau de imersão
e a forma como transmitem o realismo para os usuários.
Diferente do que muita gente imagina,
esse conceito não é tão novo como parece. A ideia surgiu lá em 1980 com o livro
Snow Crash, na época da literatura cyberpunk.
Ao ler algumas reportagens sobre o
assunto, encontrei uma matéria com Paulo Ossamu, diretor executivo de
tecnologia da Accenture na América Latina concedida à Reuters. Em uma das
declarações, ele disse que o metaverso causará impactos no Brasil já nos
próximos dois anos.
Você deve ter se questionado: em quais
aspectos? Neste artigo, optei por me concentrar apenas na forma como
trabalharemos.
O que eu posso contar e adiantar é que
trabalhar será diferente. Um fato que comprova essa tendência de mudanças é
que, em muitas organizações, os processos de recrutamento e entrevista no
metaverso já são uma realidade. Para o bilionário e fundador da Microsoft, Bill
Gates, em dois ou três anos, a maior parte das reuniões online acontecerá
dentro do metaverso.
A Meta, que deu o pontapé inicial nessa
história toda, já criou escritórios infinitos que, por meio de avatares,
aproxima todas e todos que, mesmo distantes, podem estar no mesmo ambiente
ouvindo e falando como se estivessem no escritório físico.
As multinacionais Samsung e Hyundai, por
exemplo, já realizaram feiras de emprego em um programa no metaverso chamado
“Gather Town”, que, além de alcançar novos públicos, permitiu que pessoas de
diferentes lugares do mundo participassem do evento.
E esse cenário vai muito além disso.
Marcas como Tik Tok, Amstel, Big Brother Brasil e muitas outras já criaram suas
próprias experiências no metaverso, o que pode abrir espaço para novas
profissões e novos formatos de trabalho no mundo digital.
O CEO da JobConvo, startup de
recrutamento e seleção por meio de inteligência artificial, Ronaldo Bahia, foi
muito feliz ao dizer que “tecnologias semelhantes ao metaverso podem ajudar as
empresas e pessoas a organizarem a maneira como trabalhamos, e a sociedade, de
maneira mais produtiva.
O caminho das pedras
Embora o metaverso possa trazer grandes
benefícios para a sociedade, muito se fala sobre os desafios que ainda estão
por vir. Entre eles, posso citar um bastante relevante que é o contato de
grandes empresas com o público que vai utilizar o metaverso. Atualmente, a
média de idade dos CEOs no Brasil é de 58 anos. Já a geração que mais investe
no metaverso tem a média de 24 anos.
Ou seja, existe um longo caminho a
percorrer nesse sentido. Há a necessidade clara de uma integração do mercado e
isso depende das pessoas. São elas que vão abrir as portas para que essa
vivência no mundo digital aconteça da melhor forma possível.
Para Jansen Moreira, CEO da Incetive.me,
o metaverso é uma camada diferente da realidade que estamos vivendo e está
nascendo agora. Esse é o momento para as pessoas aprenderem mais sobre ele e
isso vai muito além dos ambientes imersivos.
Estamos falando de tecnologia, de
inovação, de criatividade, de acessibilidade, segurança, investimento,
conhecimento e socialização. Uma frase da revista de tecnologia Wired definiu bem que “falar
sobre o que significa ‘o metaverso’ é um pouco como ter uma discussão sobre o
que significava ‘internet’ nos anos 1970”.
São poucas certezas, mas muitas
especulações e muitas apostas. Ficar de olho no assunto, nesse momento, é a
melhor opção. Afinal, até mesmo quem estuda o assunto está buscando
conhecimento para compreender melhor como todo esse universo irá mexer com as
nossas vidas.
Foi assim com a internet, está sendo
assim com o metaverso e, muito provavelmente, em alguns anos estaremos falando
sobre o que vem por aí.
Sobre o autor: *Mauro Inagaki é fundador e CEO da b2finance. Possui ampla vivência empreendedora e acumula conhecimentos na área de gestão empresarial e gestão de pessoas. Movido a inovação e tecnologia, é um profissional com mais de vinte anos de experiência nas áreas de auditoria, contabilidade, processos empresariais e projetos com grandes companhias do mercado.
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