Em mercados voláteis, contar com líderes bem-sucedidos será o diferencial no sucesso das empresas
Rejane Matos_Gerentre de Marketing do Grupo
Soulan e da Thomas Brasil
Divulgação Soulan RH
Muito se fala da influência e
participação dos líderes no alcance das metas empresariais, tanto em relação
aos resultados financeiros e estratégicos como pelo impacto que têm nos
profissionais de suas equipes.
Existem diversos aspectos que definem a
liderança e, neste artigo, vamos considerar que liderança é a capacidade de
definir uma visão e inspirar as pessoas a realizá-la. Quando pensamos nesse
conceito e em profissionais em cargos de liderança, logo vem à mente uma pessoa
mais madura, com anos de experiência, mas isso está mudando e hoje vemos jovens
profissionais assumindo cada vez mais funções de liderança.
Um estudo da Delloite, de 2021, aponta
que a próxima geração de líderes deverá ser formada principalmente por
profissionais com idade entre 21 e 38 anos. Também cresce a probabilidade
desses líderes serem de diversas origens raciais e étnicas (32%) em comparação
com os líderes atuais (28%), além de darem mais valor à flexibilidade (72%).
Outro estudo realizado em 2021 pela DDI
World, consultoria global de desenvolvimento de líderes, mostrou que 55% dos
CEOs estão preocupados com o desenvolvimento da próxima geração de líderes,
mais do que com a recessão econômica (54%) e o sucesso com tecnologias
emergentes (46%).
Diante dessa realidade, é urgente falar
sobre a importância da liderança. Afinal, líderes talentosos são o ativo mais
valioso das organizações – eles motivam os funcionários, contribuem para
melhorar o desempenho da empresa e potencializam seus resultados.
À medida que o cenário de negócios
continua a mudar e se torna cada vez mais competitivo, os gestores de empresas
vão precisar de uma estratégia para ajudá-los a identificar hoje os líderes de
amanhã.
E como serão esses líderes, qual seu
perfil? Com tantos impactos recaindo sobre eles, como a necessidade de criar
empresas mais diversas, as mudanças climáticas, os avanços tecnológicos etc.,
as empresas vão precisar de profissionais que tenham capacidade e equilíbrio
para passar por mudanças inevitáveis e disruptivas, e mais, que possam conduzir
negócios incertos sem planejamento prévio – ou seja, capazes de capitalizar
altos níveis de incerteza por meio de gerenciamento de mudanças, influência e
construção de parcerias.
Essas não são tarefas fáceis. Segundo um
estudo da Harvard Business Review, de 2018, 38% dos novos líderes falham nos
primeiros 18 meses. Então, como evitar que isso aconteça com os mercados e
organizações enfrentando tantas incertezas? A resposta está na área de Recursos
Humanos.
Os profissionais de RH devem agir agora
para atrair, recrutar e desenvolver indivíduos que sejam bons no gerenciamento
de mudanças e capazes de liderar suas organizações, navegando entre
complexidades para chegar até os melhores resultados.
Sabemos que diferentes situações exigem
diferentes tipos de liderança. E embora todo líder tenha pontos fortes e
fracos, é essencial conscientizá-los sobre eles, pois modificar seu
comportamento pode alavancar talentos naturais na direção do desempenho
esperado e da realização coletiva.
Existem cinco principais barreiras que
os especialistas apontam como empecilhos no caminho de uma liderança
bem-sucedida.
Baixa inteligência emocional – Um estudo de 2019 do Dr. Mark Slaski,
PhD, psicólogo consultor e professor sênior de Psicologia Organizacional na
Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, mostrou que líderes com maior
percepção de emoções (a capacidade de perceber e entender as próprias emoções e
as dos outros) sugerem um maior senso de confiança e cooperação por parte de
suas equipes. Isso provavelmente se deve à maior capacidade de moderar o
próprio estilo para motivar seus funcionários.
Aceitação da ambiguidade – Mais do que nunca, a capacidade dos
líderes de filtrar e desmistificar a ambiguidade para oferecer clareza às suas
equipes é fundamental. Em um mundo repleto de incertezas, grandes líderes devem
permanecer focados mesmo quando apresentados a informações e opiniões
complexas, contraditórias e conflitantes. A “aceitação de ambiguidade” descreve
a reação das pessoas à complexidade: situações em que os resultados, decisões e
evidências não são imediatamente óbvios.
Baixa resiliência emocional – Os líderes tradicionais são
frequentemente vistos como pessoas orientadas para resultados, que prosperam
diante de desafios e incertezas e podem refletir e se ajustar repetidamente. O
ajuste indica como os indivíduos reagem emocionalmente ao estresse. Indivíduos
com baixa resiliência emocional terão dificuldade para resolver problemas sob
pressão, enquanto aqueles com maior resiliência acham o desafio revigorante.
Aversão excessiva ao risco – Os líderes mais eficazes devem ser
capazes de enfrentar problemas, assumir riscos calculados, ter conversas
difíceis e considerar uma série de opções. Eles geralmente precisam reagir o
mais rápido possível, em vez de adiar tarefas difíceis. Grandes líderes também
são naturalmente curiosos e motivados para melhorar a forma como as coisas
funcionam. Embora reagir de maneira emocional, sem pensar, possa prejudicar a
influência de um líder dentro de uma organização, uma tolerância saudável ao
risco é essencial para se destacar em mercados intempestivos.
Baixa diversidade cognitiva – Pesquisas têm consistentemente ligado
a diversidade cognitiva ao desempenho comercial superior, inovação e tomada de
decisão aprimorada dentro das organizações. Enquanto a McKinsey tenha vinculado
a diversidade étnica a um aumento de 35% no desempenho comercial (2017), um
estudo de 2018 do Credit Suisse revelou que as equipes de conselho de gênero
misto obtiveram um desempenho comercial 26% maior. Líderes de sucesso têm um
desejo competitivo intrínseco – no entanto, saber quando e onde focar essa
competitividade é fundamental para que possam colher os benefícios da
diversidade.
Superar essas barreiras e construir
equipes com líderes realmente bem-sucedidos não é uma tarefa impossível e
existem ferramentas a serviço do RH que podem contribuir com essa ação
primordial para o cenário de negócios atual. Nesse cenário, destacam-se as
avaliações psicométricas, que têm um papel muito relevante e podem contribuir
para embasar decisões de contratação, sucessão e desenvolvimento, fornecendo um
meio de aumentar a autoconsciência dos líderes em uma organização.
* Rejane Matos - É Administradora com especialização em Inteligência de Mercado e gerente de Marketing do Grupo Soulan.
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