Metaverso e ensino híbrido são destaques em evento que celebra o Dia Mundial da Educação
É consenso, entre os especialistas presentes no
evento, que a volta às aulas presenciais não pode representar um retorno ao
modelo tradicional de ensino
Celso e Adriane Kiperman durante evento do Dia
da Educação
Divulgação +A Educação
A pandemia provocou uma mudança de
paradigma na educação e nos papéis do professor e do aluno, que precisaram
desenvolver novas habilidades para se adaptarem ao processo de aprendizagem
virtual. Com a volta às aulas presenciais, como será o futuro do ensino? Esse
foi o tema do webinar “Afinal,
a educação passará a ser híbrida? Barreiras e oportunidades para esse novo
modelo”, que aconteceu nesta quinta-feira (28) em Porto Alegre
(RS), na sede da +A
Educação, em comemoração ao Dia Mundial da Educação, com a
participação de especialistas do setor.
Para Celso Kiperman, CEO da +A Educação, maior
ecossistema para ensino superior e profissional da América Latina, a Covid-19
acelerou o processo de transformação digital da educação, “Acadêmicos,
docentes, alunos perceberam a importância da educação híbrida”. Um fato que
comprova isso é que pela primeira vez na história do Brasil, a quantidade de
alunos que ingressou em cursos de graduação a distância ultrapassou o total de
estudantes matriculados na modalidade presencial, segundo dados do Censo da Educação Superior
2020, divulgados recentemente pelo Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e pelo Ministério da
Educação (MEC).
Gustavo Hoffmann, fellow em Inovação Acadêmica na
Universidade de Harvard, afirmou que “a volta às aulas presenciais não pode
representar um retorno ao modelo tradicional de ensino, predominantemente
analógico, expositivo, instrucional e conteudista”. Segundo o pesquisador, a
necessidade de transformação da educação já era evidente antes mesmo do
coronavírus desembarcar no mundo e a verdadeira transformação foi cultural. O
desafio agora é aperfeiçoar a inovação considerando os avanços já alcançados:
- Gestores educacionais
entenderam a importância do uso da tecnologia para catalisar o processo de
ensino e aprendizagem, acelerar o desenvolvimento de competências nos
alunos e revolucionar o modelo educacional
- Além da tecnologia educacional,
os gestores compreenderam a importância de ajustar os currículos e as
metodologias de ensino para um novo contexto, acelerando em alguns anos um
movimento que já vinha em curso no ensino superior brasileiro. Nunca se
falou tanto em ensino híbrido e uso da tecnologia para inverter a sala de
aula;
- Aos poucos, os professores se
adaptaram à nova realidade e a grande resistência que existia em relação
ao ensino online foi sendo quebrada por uma experiência em construção,
embora erros tenham acontecido ao longo do processo. Mas os erros são
importantes, fazem parte do aprendizado e contribuíram para chegar onde
estamos
- Alunos dos cursos presenciais
descobriram que o uso da tecnologia pode facilitar a logística e estão dispostos
a não retomarem as aulas de forma 100% presencial. Por outro lado, não
estão dispostos a continuar no ensino remoto, 100% online. Ou seja, nunca
houve uma predisposição tão positiva por parte dos alunos para um modelo
de ensino que seja híbrido e flexível.
Uma das pioneiras em pesquisa sobre
ensino híbrido no Brasil, Lilian
Bacich destacou que a inovação tem que ser mais metodológica do
que tecnológica. “A tecnologia é meio para contribuir com a evolução do ensino,
mas precisa ser utilizada na visão de metodologia ativa para promover
engajamento e construção de conhecimento, caso contrário, não fará diferença no
processo de aprendizagem”.
Além dos desafios técnicos, de levar
conectividade e recursos que sejam acessíveis para todos, a diretora da Tríade
Educacional enfatizou a importância do envolvimento do docente para realmente
compreender como a tecnologia e os dados extraídos das plataformas educacionais
podem colaborar no planejamento de suas aulas e em avaliações baseadas em
evidências. “As competências socioemocionais devem ser a base para toda
formação. Precisamos desenvolver alunos com mais criatividade, poder de
argumentação e resiliência. Temos que criar produtores de conteúdo e não apenas
consumidores”.
Para gerar esse senso crítico nos estudantes,
o vice-reitor da PUCPR, Vidal
Martins, defendeu que os professores têm que ser designers de
experiência de aprendizagem, totalmente engajados no objetivo de colocar o
aluno no centro, como protagonista do processo. Segundo o acadêmico, o modelo educacional
precisa ser construtivista, com interações constantes entre todos os
envolvidos. “Não devíamos nos chamar de IES, pois antes de sermos instituições
de ensino superior, temos que ser IAS, instituições de aprendizagem superior”.
Diante disso, tecnologia e metodologia
precisam andar juntas e estarem bem integradas para serem eficazes. É o que
destacou Fagner Oliveira,
CTO da +A Educação, responsável pela Inovatech, área que conta com mais de 120
desenvolvedores especialistas em tecnologias educacionais e que já produziu
mais de 250 mil objetos de aprendizagem. De acordo com Oliveira, a principal
vantagem do ensino híbrido é superar as limitações de tempo e espaço. “Quando
um estudante tem a oportunidade de realizar uma atividade prática várias vezes em
um laboratório virtual, por exemplo, podendo simular diferentes parâmetros e
configurações, errando, corrigindo e acertando, o nível de profundidade e de
retenção do conhecimento aumentam consideravelmente”.
O debate contou com a mediação de Adriane Kiperman,
diretora editorial da +A Educação, e foi finalizado com um vídeo de Andy Hargreaves e Dennis
Shirley, pesquisadores especialistas em mudança educacional
e autores do livro "Cinco caminhos para o
engajamento - rumo ao aprendizado e ao sucesso do estudante",
da editora Penso, recém-lançado no Brasil.
Em seguida, o público pode conhecer a
nova Edtech Room
da + A Educação e vivenciar experiências imersivas com diversas tecnologias
educacionais, como laboratórios virtuais, objetos de aprendizagem em 3D, vídeos
360°, realidade aumentada e demais recursos que compõem o metaverso e têm sido
utilizados em tradicionais universidades do País.
Acompanhe como foi o evento neste link: www.bit.ly/diadaeducacaomaisa
Sobre a +A Educação: A +A Educação é o único ecossistema de educação do país que integra soluções em conteúdo, tecnologia e serviços com propósito de expandir os horizontes do conhecimento. Está presente em mais de 400 instituições de ensino, contribuindo para impactar mais de 3,5 milhões de estudantes. Fundada em 1973 por Henrique Kiperman em Porto Alegre (RS), a empresa iniciou sua trajetória como uma livraria especializada em saúde e depois se tornou a editora referência em publicações científicas, técnicas e profissionais, tendo publicado mais de 4 mil livros. Além disso, a +A Educação investe em tecnologia para oferecer educação continuada para profissionais de saúde, e atua como parceira estratégica de instituições de ensino superior, hospitais e operadoras de saúde, sendo responsável pela gestão de seus programas online.
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