Metaverso na construção civil: o futuro é virtual
Maria Fernanda Beneli
Divulgação A.Yoshii
O metaverso que constrói o mundo virtual
de Snow Crash,
livro de Neal Stephenson de 1992, é daqueles shows de ficção que enredam o
leitor do começo ao fim. De alguma forma, a publicação parece cruzar mais tarde
os caminhos dos jogadores de Second
Life e seu ambiente em 3D simulando a vida real. No dia a dia, o
universo bem combinado entre a realidade virtual e a realidade aumentada ainda
carece de plena criação.
Porém, mais próximo de realidades
produtivas, como as aplicadas à construção civil, o metaverso tem partido da
necessidade – gestora de muitas soluções, especialmente no insólito cenário que
atravessamos – em proporcionar ao consumidor um ambiente virtual imersivo,
coletivo e hiper-realista que simule o ideal de aconchego, segurança e
bem-estar na nova moradia que escolhe para viver.
As previsões e relatórios de tendências
confirmam. Uma pesquisa divulgada pela consultoria e auditoria PwC projeta para
2030 cerca de 23,5 milhões de empregos que usarão a realidade aumentada e
também a virtual para reuniões, tarefas e serviços de atenção ao cliente. No
caso da construção civil, isso está deixando de ser uma tendência há algum
tempo… Para se tornar rotina!
Entre os recursos aplicados às obras, a
Modelagem da Informação da Construção (BIM, na sigla em inglês) merece
destaque. Em linhas gerais, esta metodologia permite criar soluções digitais -
também conhecidas como gêmeos digitais - manejando de forma coordenada toda a
informação de um projeto de engenharia e arquitetura.
A evolução dos projetos BIM proporciona
maior domínio sobre as atividades que serão executadas. É possível prever, por
exemplo, as interferências que um projeto poderá sofrer no canteiro e antecipar
soluções na execução da obra.
A pandemia, que gera necessidades,
provoca ações e aguça soluções, acelerou a aplicabilidade do metaverso quando,
por exemplo e por segurança sanitária, impediu-se a circulação de visitantes
nos showrooms. Foi
então que as plataformas digitais foram além, proporcionando uma experiência em
visitação com um tour
360o virtual do apartamento decorado e de todas as áreas de lazer, convivência
e integração dos empreendimentos residenciais e corporativos em construção. E,
até mesmo, fechamento de negócios à distância, de forma totalmente virtual.
Quando iríamos imaginar que realizaríamos o sonho de uma casa nova à distância?
Dois anos após o anúncio da pandemia
pela Organização Mundial de Saúde (OMS), já vislumbramos a possibilidade de
oferecer uma experiência sensorial ainda mais completa no showroom. O consumidor pode
perceber minuciosos detalhes, tocar superfícies e experimentar recursos acústicos
e térmicos como se estivesse em seu futuro apartamento.
Nesta nova realidade que possibilita a
vivência presencial, o metaverso engatinha. Podemos - e vamos - aprimorar as
tecnologias para integrar cada vez mais os ambientes físico e digital. Hoje, o
desenvolvimento de ferramentas já permite que o futuro morador veja e opine
sobre acabamentos, meça espaços, sugira modificações e interaja ainda mais com
os responsáveis pela obra para tornar os espaços perfeitamente adequados às
suas necessidades e, sobretudo, harmoniosos com o seu ideal de bem viver. Até
onde essa experiência imersiva e personalizada poderá chegar?
Que a pandemia acelerou os processos de
realidade virtual dentro da construção civil é inegável. E as construtoras e
incorporadoras que mergulharam sem medo no ambiente digital já estão um passo à
frente, rumando ao futuro que está no metaverso: de second life para real life.
*Maria Fernanda Beneli é superintendente de marketing do Grupo A.Yoshii
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