Pesquisadores da Univali avaliam acúmulo de organismos nas praias de Balneário Camboriú
Levantamento, financiado pela Fapesc, envolve seis
laboratórios da Universidade e 29 profissionais |
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Balneário Camboriú - Nos dias 31 de março e 1º de abril, pesquisadores da
Escola do Mar, Ciência e Tecnologia da Universidade do Vale do Itajaí
(Univali) realizaram coleta de dados oceanográficos no estuário do Rio
Camboriú, Praia Central e Enseada de Balneário Camboriú.
O experimento de campo é uma das etapas do projeto de pesquisa
intitulado “Efeitos da hidrodinâmica na variabilidade da qualidade da água e
nas ocorrências de arribadas de microalgas na Praia Central de Balneário
Camboriú, SC”. Coordenado pelo professor e pesquisador Mauro Michelena
Andrade, o projeto conta com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e
Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), por meio do edital nº 27/2021. O levantamento tem como finalidade coletar dados em campo de
forma contínua e simultânea, para compreender os processos que causam a
formação e os eventos de arribadas (acúmulo de organismos como algas e
invertebrados) na Praia Central de Balneário Camboriú. A atividade teve
duração de 25 horas (ciclo de maré), em que foram coletados dados oceanográficos
e amostras de água para determinar como são transportadas as substâncias
químicas e como ocorrem as interações com os vegetais e animais presentes nas
águas entre o estuário do Rio Camboriú e a Enseada de Balneário Camboriú. Na ocasião as equipes registraram, de hora em hora, próximo a
desembocadura do estuário, dados de temperatura, salinidade, turbidez da
água, oxigênio dissolvido, velocidade e direção de correntes e nível do mar e
coletaram amostras de água para determinação de nutrientes, clorofila,
material em suspensão, coliformes fecais, entre outros parâmetros químicos.
Além disso, foram feitas coletas de organismos planctônicos. As mesmas
informações foram coletadas, ainda, em outros seis pontos distribuídos na
Enseada e em outros quatro na Praia Central de Balneário Camboriú. Mauro Michelena Andrade explica que o levantamento avalia a
relação entre os efeitos da hidrodinâmica (velocidade e direção da corrente,
variação do nível do mar) no estuário do Rio Camboriú e na Enseada de
Balneário Camboriú e a concentração de nutrientes e os eventos de arribadas
de microalgas na Praia Central. Com os dados levantados serão elaborados
cálculos e estatísticas matemáticas e, então, construído um modelo empírico
(baseado na experiência e na observação) para explicar a formação das
arribadas. "Os estuários são as principais rotas de entrada de
material terrígeno provindos da drenagem continental para o ambiente costeiro
e possuem elevada concentração de nutrientes comparado ao ambiente marinho. A
enseada de Balneário Camboriú e os estuários do Rio Camboriú e Marambaia há
décadas são pressionados pelas atividades antrópicas. Pressões que vão desde
as modificações na morfologia desses ambientes até ao lançamento de esgotos
ou de resíduos do tratamento de efluentes dos municípios ao redor. Nos últimos
20 anos, alguns estudos foram realizados no estuário e na enseada de
Balneário Camboriú. Entretanto, nenhum dos trabalhos teve como objetivo
relacionar os processos hidrodinâmicos com a degradação ambiental verificada
no estuário e na enseada", aponta o pesquisador. A equipe capitaneada por Mauro contou com pesquisadores dos
laboratórios de Oceanografia Física, de Oceanografia Química, de Mergulho
Científico, de Ficologia, de Ecotoxicologia e de Microbiologia Aplicada da
Escola do Mar, Ciência e Tecnologia da Univali. No total, a equipe contou com
quatro professores e 13 alunos do curso de Oceanografia, seis técnicos, dois
marinheiros e dois mergulhadores e dois alunos do Programa de Pós-graduação
em Ciência e Tecnologia Ambiental, que ficaram sediados na Tedesco Marina,
durante toda a operação. Uma nova etapa do levantamento será realizada antes
do final do inverno e a expectativa é que os resultados do estudo sejam
apresentados até o começo de 2023. |
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Outras informações: (47) 3241-7720/
(48) 99150-4003, com Mauro Michelena Andrade, professor e pesquisador da
Univali. |
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