A experiência do consumidor no varejo físico também depende do design da loja
* Por Ricardo Fioravanti, CEO da FX Data Intelligence
A aceleração digital
provocada pela pandemia de covid-19 colocou em evidência os canais digitais em
todo o varejo nacional. Nos
últimos dois anos,
um número considerável de brasileiros fez suas primeiras compras on-line, mas
nada se compara à vivência que uma loja física
proporciona aos seus consumidores.
Basta visualizar a comoção
pela reabertura dos estabelecimentos após os períodos mais agudos
do novo
coronavírus. Não à toa, quase 90% do varejo ainda
é físico, segundo a Associação
Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Tal
situação faz com que o design das lojas
físicas continue em alta e seja fator
importante na rentabilidade do negócio.
O movimento de valorização da loja física já tinha começado antes
mesmo do avanço
da covid-19. Se no início
do e-commerce os profissionais digitais
chegaram a decretar a extinção
desse modelo de negócio, nos últimos anos as
lojas de rua e de centros de compra já eram
vistas como uma espécie de hub da marca,
centralizando a experiência do consumidor.
A pandemia e a suspensão
das atividades
comerciais por várias semanas apenas
fizeram essa importância ficar mais evidente aos
olhos dos consumidores.
De acordo
com estudo realizado pela plataforma Tiendeo, 42% dos
brasileiros admitem que a experiência nas lojas
físicas é bem melhor do que nas lojas on-line. Mas essa loja física
é bem diferente do que aquela que tradicionalmente estamos acostumados. Esqueça as vitrines desinteressantes e inúmeras
prateleiras com os produtos. Os pontos de venda promoveram mudanças significativas em sua própria arquitetura para atender
esse consumidor acostumado
às soluções digitais.
Duas mudanças
são expressivas nesse sentido. A primeira
delas diz respeito à valorização da jornada
do cliente nos
corredores do estabelecimento.
Hoje, mais do que tentar vender
produtos, é preciso criar um ambiente que agrade as
pessoas. Livrarias, por exemplo, apostam em
cafeterias e almofadas de leitura. Tudo
deve ser encarado como espaço de experimentação e relacionamento.
A segunda transformação ocorrida no design do varejo físico é a presença cada vez mais constante de soluções
digitais nos mais diferentes processos. Essa
estratégia não serve apenas para estimular a experiência citada no parágrafo
anterior, mas principalmente para posicionar
o local como uma espécie de laboratório para a empresa.
Por meio do fluxo de visitantes é possível
coletar informações que servirão de matéria-prima para insights, e
consequentemente, para novas
estratégias de negócio. Somente a loja física pode oferecer uma visão
completa sobre os hábitos de compra de cada consumidor.
Isso explica, portanto, porque a loja física
se valorizou e porque esses estabelecimentos tiveram que se reestruturar. Ponto
de venda que não consegue coletar dados de seu
público não tem muita serventia no fim das contas. O desempenho em vendas pode até ser satisfatório por enquanto, mas
faltarão insumos para embasar o planejamento futuro.
É por isso que equilibrar a sensação
de poder caminhar entre os corredores com a alta tecnologia é um dos
principais segredos de sucesso para o varejo ultimamente.
Ferramentas de geolocalização e visão computacional atendem
às duas pontas dentro da loja.
Ou seja, a demanda por experiência pelo consumidor e a necessidade
do gestor de coletar mais informações a respeito de seu
empreendimento.
Os avanços
dos e-commerces e dos
canais digitais não foram suficientes para acabar
com o varejo físico. Pelo contrário, trouxeram
mudanças que o potencializaram ainda
mais. O cuidado com o design do interior do estabelecimento
certamente é o mais importante. Andar pelos
corredores de uma loja é uma
experiência que desperta diferentes emoções nas pessoas – e diz muito sobre o
comportamento de compra. Marcas que identificaram esse movimento com antecedência conseguiram estruturar suas lojas para atender
a esse novo
perfil. Quem ainda teima em manter o
desenho do período pré-digital vai ficar para
trás.
* Ricardo Fioravanti é CEO da FX
Data Intelligence, empresa especialista em visão computacional dirigida por IA,
fornecendo insights estratégicos para o varejo –
e-mail: fx@nbpress.com
Sobre a FX
Data Intelligence
A FX Data Intelligence é uma plataforma SaaS que fornece dados inteligentes para o varejo por meio de visão computacional dirigida por inteligência artificial. A empresa combina as informações coletadas na loja, como as características do fluxo, jornada de compra, tempo de fila, com outros dados, como vendas, atratividade das vitrines entre outros KPIs definidos pelos clientes. Dessa forma, o varejista consegue identificar a eficiência da operação, melhorar o investimento em marketing para aquisição de novos clientes e potencializar a gestão do time de vendas, tudo isso com foco na melhoria da performance do negócio. Criada em 2015, faz parte da HiPartners Capital & Work, grupo de empresários e investidores que investe em soluções disruptivas para o varejo. Para saber mais, acesse: www.fxdata.com.br
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