“A propaganda morreu há muito tempo”
*Por Jonatas Abbott
Para mim, pelo menos. Eu
tinha certeza de que ela de fato estava morta. Era o que pensava quando era
pequeno. Me criei, desde criança,
ouvindo que a propaganda é a alma do negócio. Desde essa época entendi,
portanto, que a propaganda estava morta e sua alma agora fazia parte dos negócios. Talvez por
isso estudei seis anos de propaganda na federal do RS. Mas fujo
do assunto.
Cresci e acabei aprendendo o que é uma metáfora. Mas no
início desde século de fato tentaram matar a propaganda, literalmente. Lá por 2004
iniciou o movimento associativo
das agências digitais no
Brasil. Ele foi construído num ambiente
de muita empolgação com a tecnologia avançando a passos largos numa velocidade maior
que nossa capacidade de compreensão. Esse movimento pregava uma vitória
das agências digitais
sobre as “tradicionais”, como
eram chamadas as agências de propaganda. Não havia maldade nesse
pensamento, penso eu. Ele apenas
parecia fazer muito sentido.
Muitas coisas esquisitas faziam sentido naquela época. Ainda em 1998 assisti à minha primeira palestra sobre
e-commerce e os dificílimos (ehehehe) conceitos B2B e B2C. O palestrante, um
especialista, sentenciou: Os shoppings deixarão de existir em três ou
cinco anos. Mas fujo do assunto.
Voltando ao embate do século (ou do início do
século) entre Digitais X Propaganda. A lógica é que jornal, TV, rádio,
outdoor estavam fadados à morte iminente e com eles levariam o BV, a comissão, o modelo de negócios que
enriquecera tantas estrelas da propaganda brasileira
e mundial.
Quase duas décadas
depois a história, sempre
implacável, conta algo
diferente. De fato, mostra o óbvio, uma disputa completamente infundada. Dois
lados de uma mesma moeda ou mercado. Dois setores que foram duramente
castigados nesses 18 anos. De
um lado o modelo de agência
digital jamais “vingou”. Não raro cobrava-se por hora homem em projetos cada
vez mais complexos. Muitas trabalharam a vida toda no vermelho e as que se destacaram acabaram vendidas para grandes grupos
(grande ironia) da propaganda mundial.
E com um grande suspiro de alívio.
Para as agências de propaganda em geral, a mudança repentina e cada vez mais aguda de cenário com a entrada de dezenas, centenas de
novas mídias como plataformas de streaming, e-mail marketing, redes
sociais e etc. foi cruel. As agências de propaganda foram demasiadamente
lentas em entender o que estava acontecendo
e em passar a contratar e
vender especialistas em digital.
Mas, é claro, mais cedo ou
mais tarde todo mundo aprende. As agências de propaganda sempre tiveram uma grande
vantagem estratégica. Sempre tiveram assento
na mesa do empresário enquanto muitas digitais não passavam do nível
gerencial.
Perto de fechar a segunda década do novo século, tudo
ficou mais claro e óbvio. A comunicação
é e sempre foi apenas uma. O
grande valor está na criatividade, no conteúdo, no argumento, na redação. A tecnologia, desde o século 18,
minto, desde os primórdios, sempre foi ferramenta. Sempre meio, e não fim nem
origem.
As agências
digitais também se deram conta disso e passaram cada vez mais a investir em vender resultado e
comunicação e terceirizar a “hora
homem”. Sim, as agências digitais correram para serem mais
parecidas com as agências tradicionais. As agências de propaganda fizeram o caminho inverso
e hoje todas se parecem, finalmente e graças a deus. Ainda existem as agências de nicho, sempre existiram.
Existem as ferramentas, as produtoras e o mercado finalmente
passa a fazer
sentido.
Mas precisamos voltar à
metáfora inicial e falar de novo da alma
da propaganda. O destino pode
ser cruel, mas também pode ser um debochado. Depois de todos esses anos de exercício futurístico, de
discussões sobre o futuro da propaganda frente ao desafio de uma internet cauda longa, o
que acontece?
Para isso, é preciso fazer
outra grande pergunta do final do século passado. Qual é o modelo de negócios
da internet? Essa pergunta ou a falta
de respostas a ela
representou o grande estouro da bolha da internet em 2000. Os negócios eram tão
deslumbrantes quanto falidos. Após
o estouro da bolha e nesses 18 anos
em que Google tirou o trono de Yahoo, Altavista
e outros, em que Facebook, Instagram, YouTube e Twitter monopolizaram audiência, um novo/velho modelo se mostrou
lucrativo. Vender anúncios, aumentar audiência, vender anúncios mais caros.
Para assistir a um vídeo nos portais de notícia é
necessário ver dois comerciais antes,
no YouTube somos interrompidos por anúncios,
como na pesquisa do Google e nos Stories do Instagram. De fato, as empresas viraram quase reféns das big
techs para geração de leads.
Sim, derradeira e
ironicamente, a internet
hoje é baseada em quê? PROPAGANDA.
Para entender o meio, para ser um player, para gerar resultado para nossos
clientes, para vender, precisamos todos entender de propaganda. De vídeos de 15s ou 30s, de
banners com anúncios diminutos
de alto impacto, de “publi”, da
dinâmica do Facebook Business e dos anúncios
no Google.
Estamos no ano de 2022. Agências de comunicação fazem tudo e
têm a mesma pauta. Ninguém
ganhou uma briga que jamais existiu. Mas e a internet? Ela ganhou um motor, um
centro, um núcleo. A propaganda é a alma do negócio.
A propaganda, agora, é a alma da internet.
*Jonatas Abbott é sócio e diretor executivo da
Dinamize, empresa que oferece softwares voltados para automação de marketing e e-mail marketing,
que está há 20 anos no mercado
de tecnologia.
Sobre a Dinamize
A Dinamize oferece plataformas com foco em automação de marketing (Dinamize Automation) e e-mail marketing (Dinamize Mail). Possui operações em São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, Belo Horizonte, Joinville e Curitiba, além de unidades nos Estados Unidos, no Canadá e em Portugal. A empresa conta com mais de mil canais parceiros e reúne cerca de 22 mil marcas atendidas. Com suas plataformas, a Dinamize auxilia empresas que buscam gerar mais vendas e otimizar sua comunicação com o público, utilizando tecnologias de ponta que garantem performance e segurança nas informações. Disponibiliza recursos e análise de dados com o objetivo de qualificar a experiência de cada usuário, sem falar do atendimento de excelência via telefone, e-mail, chat e treinamentos online e presenciais. Para mais informações, visite o site: https://www.dinamize.com.br/
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