Além do clima, pragas e doenças prejudicam safra de laranja no Sudeste
*Por Eliane Kay, farmacêutica-bioquímica e diretora executiva do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg)
O Brasil
produziu 10,7 milhões de toneladas de laranja no cinturão de São
Paulo, Triângulo Mineiro e Sudoeste Mineiro, na safra 2021/2022, o que
corresponde a mais de 290 milhões de caixas de 40,8 kg, medida utilizada pelo
mercado citricultor. O balanço foi divulgado neste mês de abril, pelo Fundo de
Defesa da Citricultura (Fundecitrus) e mostra uma preocupação: a produção caiu
2,11% em relação à anterior. Quais os motivos? Além de estiagem
prolongada, seguida de chuvas irregulares, as pragas e doenças foram
responsáveis pela queda de 21,8% dos frutos, potencializando os prejuízos no
campo.
A mariposa
(bicho-furão) e a mosca-das-frutas estão se tornando cada vez mais frequentes
nos pomares, desde 2018, conforme relatório do Fundecitrus. Essas pragas
dominam os frutos, deixando uma mancha de cor diferente na casca que,
lentamente, vai apodrecendo. Outro problema são os fungos, e um dos principais
é a chamada pinta preta, responsável por 2,90% das quedas de frutos, assim como
a leprose (2,82%) e o cancro cítrico (0,21%). Essas doenças têm potencial para
afetar não apenas a produção de Minas e São Paulo responsáveis por 83,51% da
safra nacional, como de todo o país.
O fato é que
uma menor produção de laranja provoca grande impacto econômico para o país,
hoje o maior produtor e exportador de frutas cítricas do mundo. E isso pode
chegar também até o bolso do consumidor.
Para a
sociedade e para os citricultores, o lado positivo dessa história é que existem
soluções tecnológicas eficazes no combate à pragas e doenças. A indústria de
defesa vegetal trabalha com base em comprovação científica e desenvolve insumos
eficazes para o manejo dos problemas no campo, reduzindo as perdas e,
consequentemente, ajudando no aumento da produtividade.
É importante
esclarecer que a disponibilização de defensivos agrícolas ao mercado é
precedida de um longo e criterioso processo de avaliação técnica que atesta sua
eficácia agronômica e sua segurança ao consumo humano e ao meio ambiente. Este
processo regulatório é conduzido por três órgãos governamentais independentes –
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Outro aspecto importante é manejo adequado do defensivo agrícola e, para tal, o produtor rural precisa estar qualificado sobre o uso correto e seguro do produto. O Sindiveg, como representante da indústria nacional, tem iniciativas para fomentar o conhecimento sobre o tema por meio de treinamento online e gratuito oferecido no www.sindiveg.org.br.
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