Como lidar com a desigualdade de acesso à internet no Brasil?
* Por Léo Andrade, referência em low-code e no-code no Brasil
O universo virtual está aí para quem quiser
se render a ele, certo?! Talvez, não! Você já parou para pensar que várias
tendências que já são realidades para muitos, como ensino remoto, automação e
demais soluções tecnológicas podem não ser vivenciadas por uma parte extremamente
considerável da população? É que a internet em terras brasileiras está gigante
como nunca e desigual como sempre!
Segundo o Ministério das Comunicações, em
um artigo publicado no ano passado, 83% da população brasileira, em 2019, tinha
acesso à internet, mas dentre esse percentual, de acordo com o estudo do
Instituto Locomotiva e da consultoria PwC, 71% da população com mais de 16 anos
não consegue usar a internet todos os dias. E esse grupo é formado
principalmente por pessoas negras, que estão nas classes C, D e E, e que são
menos escolarizadas.
O estudo também aponta que 33,9 milhões de
pessoas estão desconectadas, e outras 86,6 milhões não conseguem se conectar
todos os dias.
Quais
as consequências dessa desigualdade?
Vamos refletir juntos: nos dias de hoje,
para colocar os estudos em prática, se faz necessário o uso da internet. Um dos
índices que medem a igualdade social é a educação, ou seja, quanto mais um
indivíduo se instrui, mais o país está preparado para se desenvolver.
Os trabalhos estão cada vez mais voltados
para serem executados nos lares, gerando menos desperdício de tempo, dinheiro e
preservação do meio ambiente. A natureza com certeza agradece com a diminuição
da queima de combustível para a locomoção até o local de trabalho, por exemplo,
que pode ser executado em qualquer lugar do mundo. Ainda, falando em qualquer
lugar do mundo, atualmente, há diversos brasileiros que trabalham no Brasil
para corporações internacionais, e o melhor: recebem em dólar, na maioria dos
casos.
Além disso, tanto a micro quanto a
macroeconomia também estão cada vez mais dependentes de sistemas virtuais para
que sejam exercidas e atinjam seus objetivos, assim como outras áreas do
cotidiano: lazer, serviços e produtos, que também podem ser viabilizados por meio
de operações virtuais.
Quando uma pessoa não tem acesso a esse
universo ela é incapaz de acompanhar as transformações advindas, e com isso, se
distancia mais dos que têm acesso, sendo esse um dos fatores que causam a
desigualdade social e geram o analfabetismo digital.
A única forma de sanar essa defasagem é
oferecer a temática na educação básica, formar o indivíduo em tecnologias, pois
o mercado de TI é um dos que mais empregam e possuem as melhores remunerações.
Mas para que isso seja possível é necessário que se tenha acesso à formação
inicial e continuada, bem como à aquisição de equipamentos para a prática, e
claro, que haja conectividade satisfatória.
Mas será que há investimentos para esse fim?
Ainda segundo o site do governo do Estado,
neste ano serão injetados cerca de R$ 1 bilhão em investimentos em tecnologias
de diversas áreas, principalmente em pesquisas. O Brasil tem se esforçado para
isso; é um dos que mais investem e colhe bons resultados. Também é o que se
espera de um dos países que têm o maior PIB (Produto Interno Bruto).
Enquanto profissional desse setor há mais
de 20 anos, acredito que a meta principal seja atingir todas as camadas da
sociedade nas mesmas proporções de acesso. Sim, esse desafio que se apresenta é
colossal, basta observarmos o dia a dia das classes menos favorecidas.
Então, fica mais uma reflexão: já pensou o
quanto todas as pessoas desconectadas poderiam ser beneficiadas se houvesse uma
resolução para esse entrave?!
*
Léo Andrade é influenciador e especialista em tecnologia, referência em
low-code e no-code no Brasil e autor dos e-books gratuitos A Revolução Low-Code e Citizen
Developers – leoandrade@nbpress.com
Sobre Léo Andrade
Influenciador e especialista em tecnologia, Léo Andrade é uma das principais referências em low-code e no-code no Brasil. Com mais de 2 milhões de visualizações no YouTube, ele compartilha conteúdos, dicas, informações e conhecimento sobre programação para mais de 45 mil pessoas todos os meses. Formado em Ciências da Computação pela Universidade Santa Cecília e pós-graduado em Engenharia de Software, o profissional possui larga experiência como desenvolvedor. Ele atuou em projetos de grandes empresas como Vale, Itaú, HSBC, Santander e BTG Pactual. Além disso, liderou a equipe front-end em um projeto no Ministério de Saúde de Portugal em 2018. É idealizador dos projetos Baixada Nerd, que promove eventos em Escolas Técnicas e universidades na Baixada Santista para criar novas possibilidade no mercado empresarial, e o Clube Léo Andrade, escola virtual focada no ensino das primeiras plataformas low-code e no-code de mercado sem abrir mão dos princípios essenciais da programação. Para mais detalhes, acesse: https://www.youtube.com/leoandradenet e https://leoandrade.net.
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