Construtechs no Brasil: Olhar para o pequeno deve ser o futuro para o crescimento do setor
Divulgação/TUL
Por
Bruno Raposo
Em alta, mesmo durante as piores fases
da pandemia do Covid-19, o setor da construção civil vem se destacando como um
dos braços que mais cresce no país. Parte disso está relacionado à inserção da
tecnologia no ramo, que é conhecido por sua tradição no atendimento olho a
olho. Durante os últimos dois anos, as inovações tecnológicas foram capazes de
transformar a rotina dos consumidores.
As novas tecnologias na construção civil
abriram caminho para o “boom” das construtechs, startups que surgiram para
solucionar desafios dentro da construção civil, que nos últimos anos vem
mudando o mercado de forma positiva. A inovação vem permitindo a oferta de
soluções capazes de melhorar a qualidade e ainda otimizar a rotina dos
materiais de construção, gestão de obras e equipamentos.
Apesar da união entre mercado
imobiliário e construção civil e o crescimento de soluções para grandes obras,
é perceptível a movimentação de startups dedicadas a olhar para o principal
ponto de partida, os donos de lojas de materiais de construção. No mesmo ritmo
que o comportamento dos consumidores se transformou, os empreendedores também
passaram a precisar de insumos capazes de permitir o acompanhamento dessa
transformação a fim de manter seu negócio em alta.
Em estudo desenvolvido pela Terracotta
Ventures, com o Mapa das Construtechs e Proptechs 2021, no fim do ano passado
existiam mais de 839 startups no Brasil atuando em todo o ciclo da construção.
O crescimento registrou um avanço de 235% nos últimos cincos anos e 19,5% em
2020 frente ao ano anterior.
Diferente do que muitos pensam, grande
parte do crescimento da construção civil no Brasil vem sendo comandado por
empreendedores situados em regiões mais afastadas das grandes capitais. Te
proponho a fazer um exercício neste momento: Quantos depósitos estão situados
no seu bairro? Em pouco tempo, imagino que você já tenha conseguido lembrar de
pelo menos três opções distintas dentro de um perímetro pequeno. Neste cenário,
é preciso olhar para os problemas que atingem a eficiência destes pequenos
lojistas.
Diante desse crescimento, como é
possível auxiliar os lojistas na prática? Atualmente, muitos empreendedores,
principalmente os donos de pequenos depósitos, passam por diversos obstáculos
para obterem de forma mais rápida e justa estoque em grandes fornecedores e
distribuidoras. É um mercado que, de acordo com a Anamaco (Associação Nacional
dos Comerciantes de Material de Construção), movimenta cerca de R$ 150
bilhões ao ano no Brasil, com mais de 130 mil lojas e um milhão e cem mil de
profissionais de forma direita e outro milhão de forma indireta. Só no Brasil o
aporte do setor para o PIB foi de 2%.
Com base na inovação e utilizando
tecnologia, a missão das construtechs é oferecer mudança, possibilitando
alternativas e soluções que façam sentido para a rotina destes lojistas que
movimentam e influenciam boa parte da economia. Essa transformação visa
eliminar uma cadeia complexa de intermediários que implicam na eficiência
desses negócios.
Olhar para o pequeno e oferecer
oportunidade de mudança deve ser a premissa para que o setor continue em alta:
a criação de um novo horizonte para os depósitos com utilização de ferramentas
próprias para expansão de vendas, atualização de estoque e facilidade no
pagamento determinando uma nova era para um setor que antes precisava apenas de
papel e caneta.
*Bruno Raposo é Country Manager da Tul no Brasil, plataforma que conecta a indústria com o pequeno varejista no ramo de materiais de construção por meio de aplicativo em toda a América Latina.
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