Criptomoedas e Brasil: o que esperar dessa relação nos próximos anos?
Por Rubens Neistein, Business Manager da
CoinPayments *
O brasileiro tem uma relação complexa com o
dinheiro. Décadas e décadas de crises econômicas, instabilidades políticas,
inflação alta e renda baixa fizeram com que a maioria da população nacional
desenvolvesse certa resistência a qualquer inovação ou mudança na área. Afinal,
via de regra, sempre que surgia alguém com esse discurso, perdíamos o suado
dinheiro conquistado com nosso trabalho. Mas veio a transformação digital e,
com ela, certa estabilidade na economia. Assim, há uma geração inteira que
perdeu o medo e começa a abraçar novidades nessa área – o que impulsiona as
criptomoedas no país.
Para se ter uma ideia, estima-se que 5 milhões de
brasileiros já possuem algum criptoativo atualmente. É o mesmo número de
pessoas físicas que operam na bolsa de valores. Mas enquanto o universo cripto
levou pouco mais de cinco anos para chegar a esse número, o mercado de ações
levou cinco décadas. Esse volume tende a aumentar nos próximos meses, uma vez
que a pesquisa realizada pela Sherlock Communications indica que um quarto da
população nacional adulta espera investir em criptomoedas nos próximos meses.
Como se vê, é um mundo em expansão.
A trajetória dos criptoativos no Brasil seguiu o
mesmo padrão em relação ao resto do mundo, ainda que com certo atraso. Até
pouco tempo atrás os tokens e as moedas digitais eram marginalizados,
normalmente associados a crimes cibernéticos e lavagem de dinheiro. Havia a
ideia de que se tratava de algo restrito e até mesmo ilegal. Evidentemente,
essa visão deturpada foi dando lugar à descoberta das vantagens que esse
universo pode trazer não apenas para os consumidores, mas principalmente para
as empresas. Assim, observa-se um crescimento grande na adoção, implementação
e, claro, utilização das criptomoedas.
Hoje, por exemplo, observa-se um número maior de
empresas que disponibilizam esses ativos em suas transações e um maior
interesse das pessoas em descobrir mais sobre esse universo. O próprio Banco
Central já estuda a criação de um “Real Digital” para servir como alternativa
aos usuários. É nesse estágio que o país se encontra atualmente em relação ao
segmento das moedas digitais.
Assim, o primeiro desafio é continuar
popularizando-o para que se torne algo corriqueiro para todos – até mesmo
aqueles que ainda são reticentes com as soluções tecnológicas. Para isso, é
essencial inseri-lo como forma de pagamento nas compras do dia a dia,
reforçando a praticidade, agilidade e até a economia que proporciona. Se
mantiver apenas como ativo de investimento, muitas pessoas continuarão sem
acesso prático a ele.
Outro desafio que emerge com o avanço das
criptomoedas é a necessidade de regulação jurídica para seu uso. A principal
diferença delas para as moedas fiduciárias tradicionais é justamente a
descentralização, ou seja, não estão vinculadas a nenhuma autoridade financeira.
Mas isso não impede o país de estimular um debate público e formular um marco
legal justamente para proteger as partes durante as negociações.
Não se trata de regular o valor da moeda, mas sim
de criar mecanismos que inibem a ação maliciosa de criminosos que aproveitam
das vantagens dos criptoativos para cometerem crimes. Já há projetos de lei que
tramitam no Congresso Federal com essa proposta – e cabe ao setor como um todo
participar e levantar ideias e temas.
Os brasileiros estão começando a desenvolver uma
relação saudável com as criptomoedas e o próprio dinheiro como um todo. É
missão de todos os players assegurarem que esse movimento vai continuar
nos próximos anos. Com segurança jurídica e pleno uso, as moedas digitais
representarão o futuro que a grande maioria da população sempre desejou. Ou
seja, uma moeda forte, eficiente, segura, ágil e que potencializa o orçamento
familiar, seja como meio de pagamento ou fonte de investimento. É um cenário em
que todas as partes só têm a ganhar.
* Rubens Neistein, Business Manager da
CoinPayments, a primeira e maior processadora de pagamentos em criptomoedas do mundo –
e-mail: coinpayments@nbpress.com
Sobre a CoinPayments
Primeira e maior processadora de pagamentos em criptomoedas do mundo, a CoinPayments é a forma mais fácil, rápida e segura para os empresários transacionarem em criptomoedas. Fundada em 2013, a plataforma oferece aos clientes APIs de pagamentos especializados em cripto, plug-ins de carrinho de compras, carteiras digitais e diversas soluções para o mercado de criptomoedas. Ao longo de sua história, ultrapassa a marca de US$ 10 bilhões em transações e oferece suporte a mais de 2 mil moedas digitais. Para mais informações, acesse: www.coinpayments.net.
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