Dia Mundial Sem Tabaco busca alertar sobre os perigos do hábito em diferentes formas e modelos
Fumantes ativos e passivos podem desenvolver doenças vasculares
Diferentes
formas de cigarro - cigarro eletrônico, narguilé e tabaco - estão disponíveis
no mercado e são consumidas em grande demanda pela população, o que resulta na
alta do número de pacientes que desenvolvem alguma doença vascular devido ao
hábito. O Dia Mundial Sem Tabaco, promovido em 31 de maio, foi estabelecido
para conscientizar sobre os riscos do fumo.
O cigarro
tradicional é composto por tabaco e outras substâncias, como a nicotina, uma
das responsáveis pela dependência. No chamado cigarro ‘natural’, o fumante
fabrica seu próprio fumo, sendo assim, o tabaco não passa por processos
químicos. No entanto, os malefícios à saúde venosa são iguais em ambos os
cenários, como afirma o diretor da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV- SP) -
Seccional de Franca, em São Paulo, Dr. Daniel Urban Raymundo. “Não há
diferença na forma de consumo de tabaco. Qualquer tipo de cigarro é considerado
nocivo”.
O cigarro eletrônico ganhou popularidade por
também prometer ser menos prejudicial ao corpo, o que não é fato. Além da ação
da nicotina, do tabaco e de outras substâncias, os metais que formam o
dispositivo apresentam ameaças à saúde. É a situação do narguilé (ou hooka),
que por possuir tabaco aromatizado e ser filtrado na água, acredita-se que não
apresenta riscos. O fumo, porém, possibilita a intoxicação por monóxido de
carbono e outras doenças. Pesquisas apontam que em uma sessão de narguilé de
duas horas é possível consumir o mesmo que 100 cigarros.
De acordo
com o cardiologista e chefe da seção de Hipertensão Arterial, Tabagismo e
Nefrologia do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, Dr. Márcio Gonçalves de
Sousa, o problema se intensifica devido ao grande tempo de exposição à fumaça.
“Com a questão social, muita gente usando [o narguilé], o usuário acaba
consumindo um grande volume de nicotina porque o padrão da tragada é maior e
mais frequente que o cigarro comum. A quantidade de fumaça tragada é superior,
e isso aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial”, declara.
Os riscos à
saúde se estendem aos fumantes passivos, ou seja, pessoas que têm contato com a
fumaça e acabam inalando frequentemente. Segundo o Dr. Márcio, um fumante
passivo acaba consumindo até cinco cigarros sem necessariamente fumar. “Eles
vão ter os mesmos males que um fumante convencional. O que vai diferir é a
quantidade de exposição que essa pessoa teve”, aponta. Os pacientes passivos
sofrem até 38% de risco de infarto.
O consumo
de tabaco, em suas diferentes formas, obstrui as artérias periféricas ao longo
do tempo e impede o fluxo de sangue no corpo. “O cigarro também altera a
coagulação do sangue, ocasionando fenômenos tromboembólicos”, esclarece Dr.
Raymundo.
“Os riscos
dessas substâncias, independente de qual via são usadas - tabaco natural ou
cigarro eletrônico – além das doenças cardiovasculares, podem ocasionar doenças
pulmonares, como as DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), que são o
enfisema e a bronquite crônica. O terceiro caso é o câncer, que abrange 55
tipos”, explica o Dr. Sousa.
O surgimento das doenças pode passar
despercebido, por se tratar de condições silenciosas, como dores nos membros
inferiores e dificuldades para caminhar. Sem o tratamento correto, esses
sintomas podem evoluir para quadros agudos graves, como a trombose arterial.
Mesmo com a
interrupção do hábito, o fumante pode carregar as consequências durante toda a
vida. “As doenças arteriais associadas ao cigarro, geralmente depois de
instaladas, não são mais reversíveis, mas podem se estabilizar após a
interrupção do tabagismo. Já doenças como a trombose venosa, podem ser
revertidas com o tratamento. Se retirar o fator de risco, no caso o tabagismo,
diminui a possibilidade de o indivíduo ter novos eventos”, informa o Dr.
Márcio.
Para
escapar de qualquer complicação originada pelo cigarro, a melhor forma é não
adquirir o hábito. Os fumantes devem realizar regularmente uma visita ao médico
para monitorar a saúde e controlar suas consequências. “O cirurgião vascular é
o especialista encarregado em diagnosticar e tratar as doenças vasculares
periféricas que podem acometer o tabagista”, orienta Dr. Daniel.
“O
tabagismo é o principal fator de morte por doenças cardiovasculares nos países
ocidentais. Existem vários mecanismos responsáveis, o hábito provoca a
destruição da camada interna dos vasos sanguíneos, aumenta o colesterol e a
formação de trombos. Esses fatores estão relacionados à ocorrência do Infarto
Agudo do Miocárdio, do Acidente Vascular Cerebral e da Doença Arterial
Obstrutiva Periférica, que, nos casos mais graves, pode levar a amputações. Os
riscos de trombose venosa e embolia pulmonar também são altos. Outras possíveis
consequências é o desenvolvimento de aneurismas, de ruptura e de óbito, que
também são maiores nos fumantes. É muito importante que a população seja
alertada sobre esses perigos, sobretudo os mais jovens, faixa etária em que o
hábito do tabagismo vem aumentando”, assegura o presidente da Sociedade
Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo, Dr. Fabio
H. Rossi.
A
SBACV-SP tem como missão levar informação de qualidade sobre saúde vascular
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Sobre
a SBACV-SP
A Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – SBACV-SP, entidade sem fins lucrativos, é a Regional oficial da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) no estado de São Paulo. A entidade representa os médicos que atuam nas especialidades de Angiologia e de Cirurgia Vascular, nas áreas de atuação de Angiorradiologia e Cirurgia Endovascular, Radiologia Intervencionista e Angiorradiologia, Ecografia Vascular e outras áreas afins às especialidades. www.sbacvsp.com.br
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