Evento inédito reforça a importância das mulheres ao debater questões necessárias para o setor e à sociedade
Debate sobre racismo estrutural marca evento
organizado pelo Mulheres do Imobiliário. 84% dos brasileiros percebem racismo,
aponta pesquisa
Painel - Racismo estrutural e aquisição da
propriedade: protagonismo da mulher negra
Divulgação: SOMA
Com presença massiva de mulheres, o SOMA
- primeiro evento do segmento imobiliário, promovido pelas Mulheres do
Imobiliário - contou com a participação e presença de grandes personalidades do
setor e do feminino.
O evento, que aconteceu em São Paulo
durante dois dias no final de abril e contou com diversos painéis temáticos,
surgiu para reforçar ainda mais questões negligenciadas pelo setor.
"O imobiliário vai além da taxa
selic, do bairro mais caro, precisamos falar de racismo estrutural, machismo,
burnout, regularização fundiária, debater assuntos de importância social de uma
forma geral, não apenas mercadológica", esclarece a fundadora e CEO do
Mulheres do Imobiliário e autora do livro Proprietárias, Elisa Rosenthal.
Elisa Rosenthal Tawil, Ana Fontes, Ana
Tomazeli, Monja Coen, Flávio Amary (Secretário Estadual de Habitação de SP),
entre outros, debateram temáticas que, até então, o setor ainda não tinha se
aprofundado, como, por exemplo, o racismo estrutural.
Para se ter uma ideia, a esse respeito,
de acordo com o Instituto Locomotiva 84% das pessoas no Brasil declararam ter
percebido racismo em alguma situação. A pesquisa foi encomendada pelo Carrefour
após episódio de racismo.
Em sua primeira edição, que contou com a
presença de mais de 30 palestrantes, Anna Lyvia Ribeiro, Advogada, presidente
da comissão especial de Direito Imobiliário OAB/SP e autora do livro Racismo
estrutural e aquisição da propriedade, reforçou ainda mais a necessidade de
debater cada vez mais questões sociais como o racismo estrutural.
“O racismo estrutural está presente em
todos os lugares até mesmo no setor imobiliário, o que se denomina racismo
imobiliário. Em regra se manifesta a partir de uma discriminação indireta e
sutil, o que por vezes pode dificultar a percepção pela própria vítima e a sua
apuração. Importante buscarmos informação e fazer uso da legislação no combate
à discriminação racial” enfatizou a magistrada.
A especialista em diversidade Ana
Minuto, mediadora do painel, reforçou os ganhos e benefícios da inclusão da
população negra como consumidora no segmento imobiliário e ainda provocou a
audiência ao questionar “para quantas pessoas negras você já vendeu um
imóvel?"
Já o Secretário Estadual de Habitação de
SP, Flavio Amary, ressaltou algumas das ações do governo estadual para
minimizar as dificuldades vivenciadas pelas mulheres, que em sua maioria são
arrimos de família, na sociedade.
“Uma das ações que o governo do Estado
tem feito para contribuir às mulheres é fazer a escritura das casas, doadas nos
projetos de habitação, no nome da mulher, pois percebemos que elas têm mais
raiz, a mulher tem mais o coração com a família, ela cuida, sabe administrar
bem o seu bem mais precioso que é a família, diferente do homem, pois o se o homem
tem algum problema ele logo vende a casa e vê o que vai acontecer depois, a
mulher não”, destaca o secretário.
“É inegável reconhecer que as mulheres
que amam o segmento imobiliário possuem visão estratégica, opinião e voz. O
evento confirmou a voz ativa e liderança em campanhas em prol de um mundo justo
e solidário”, complementa Elisa Rosenthal.
Além das palestras, conhecimentos,
experiências e conexões, o evento potencializou o networking, ainda contou com
o SOMA ARENA+.
Fomentar é preciso
ARENA+
Além de debater as questões de cunho
social, o evento ainda trouxe uma dinâmica nova para o mercado, o ARENA+, que
exaltou as iniciativas inovadoras desenvolvidas por mulheres do setor
imobiliário.
A dinâmica contou com uma bancada de
jurados avaliando 5 iniciativas, apresentadas em pitchs de 5 minutos. As três melhores
iniciativas foram premiadas com dinheiro e acesso a diversos eventos e cursos
ligados à inovação no setor imobiliário.
Vencedores da premiação ARENA
1º lugar: Roberta Mourão - São Paulo
2º lugar: Luciana de Oliveira Cruz - Franco da
Rocha
3º lugar: Raquel Braga - Espírito Santo
4º lugar: Camilla Iampolsky - São Paulo
5º lugar: Estela França – Maringá
É incontestável ver o quanto encontros
como esse são importantes, levantar assuntos pertinentes como habitação,
protagonismo da mulher negra no setor e tantos outros que fizeram parte do SOMA
é reforçar, não apenas a necessidade do diálogo, mas especialmente buscar
soluções para o combate ao racismo em todas as esferas.
“Eu parabenizo a todos pela iniciativa
em estar aqui mostrando o poder das mulheres. Acredito que o papel do estado é
fundamental para debater a força da mulher na sociedade, por isso fiz questão
de estar presente”, declarou o secretário de habitação, Flavio Amaury, que
também falou sobre a importância da regularização fundiária, não apenas para o
país, mas também para o setor imobiliário.
O SOMA, do Instituto Mulheres do
Imobiliário, contou com mais de 30 palestrantes nacionais e internacionais, e
aproximadamente 400 pessoas nos dois dias de evento, além do apoio de grandes
empresas como JLL, Hines, Velo, Zap+, Lello, Grupo Rede de Vistorias, Secovi
SP, Vista Software, AlugaMais, Imóveis Crédito Real, Marquise Incorporações,
Charlie, IBREP, Construtora Pagano, Perplan, Vitrine Media Brasil, Versa,
Jetimob e Exame.
Elisa Tawil é a idealizadora, co-fundadora e líder do movimento Mulheres do Imobiliário. Mentora e consultora estratégica de negócios foi a primeira certificada Shakti Leader em São Paulo. Também é membro da Tiara Resource Circle, conselheira da ONG Gaia + e voluntária pela FISESP e Na’amat Pioneiras SP. Em 2019, foi eleita LinkedIn Top Voices. Atualmente, é executiva na eXp Brasil. Além disso, é colunista da Revista HSM Management, do Imobi Report e Exame Invest e produz e apresenta o podcast Vieses Femininos.
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