Inadimplência da carteira de crédito no Brasil soma R$ 92 bilhões, maior desde 2012
Segundo Banco Central, de todo dinheiro que
empresas e pessoas físicas têm em empréstimos tomados - R$ 4,6 trilhões - 2% se
referem a valores não pagos. Credores apostam na tecnologia para reaver esses
recursos
De acordo com o Painel
de Operações de Crédito do Banco Central, o país iniciou 2022 com R$ 4,6
trilhões (dados de dezembro de 2021) em carteira de crédito – isto é, o
dinheiro que empresas e pessoas físicas têm em empréstimos tomados. Ainda segundo
o mesmo levantamento, a taxa de inadimplência equivale a 2% desse montante. Ou
seja: as dívidas não pagas referentes à carteira correspondem a R$ 92 bilhões.
Essa inadimplência
registrou ligeiro crescimento, se comparada ao final de 2020, quando, em
dezembro daquele ano, estava em 1,86%. Em termos percentuais, a situação é
melhor que dez anos atrás, por exemplo, quando essa inadimplência atingiu 3%.
Em contrapartida, àquela altura a carteira de crédito pouco passava dos R$ 2
bilhões. Em outras palavras, em cifras absolutas, os R$ 92 bilhões de
inadimplência atuais são o maior montante desde 2012, pelo menos.
Se para quem toma
dinheiro emprestado a inadimplência é um problema a resolver, para as
instituições credoras reaver esses recursos muitas vezes é um desafio.
Primeiro, porque se trata de montantes que precisam retornar ao caixa da
empresa credora, a fim de se assegurar a sustentabilidade financeira. Depois,
porque nem sempre recuperar o dinheiro emprestado e não devolvido é tarefa das
mais fáceis.
A remessa de valores
para paraísos fiscais e o uso de laranjas costumam complicar a retomada dos
recursos emprestados e em inadimplência. Por essa razão, instrumentos
tecnológicos avançados e metodologias minuciosas entram em cena no trabalho de
busca de patrimônio dos devedores, conforme explica o coordenador de
investigações Guilherme Cortez, de uma empresa de base tecnológica
especializada em inteligência forense – a Leme Inteligência Forense, do Paraná.
Coordenador de investigações da LEME Forense, Guilherme
Cortez.
“As estratégias de
investigação patrimonial contemporâneas envolvem inteligência artificial e
automatização para cruzamento de dados e informações. Por exemplo, dados do
próprio inadimplente, e entre os do inadimplente e seu círculo familiar e de
relações. Dessa forma, é possível identificar patrimônios desse inadimplente
que são registrados em nome de terceiros. Com essa constatação, abre-se caminho
para a empresa credora reaver os recursos”, expõe Guilherme Cortez.Os
indicadores do trabalho da Leme são um termômetro para medir o quanto a
inteligência forense de base tecnológica vem sendo procurada por grandes instituições
credoras. De 2019 para cá, a carteira de clientes da legaltech vem crescendo em
média 10% ao ano, informa o CEO da empresa, Valdo Silveira. Entre 2018 e 2021,
a Leme conseguiu localizar mais de R$ 8,1 bilhões de patrimônio de devedores
para instituições credoras que contrataram o serviço de investigação
inteligente.
Nesses valores, estão
bens encontrados não só no Brasil, como no exterior. Países como Estados
Unidos, Reino Unido, Holanda, e ainda paraísos fiscais como Suíça, Panamá,
Luxemburgo, Nova Zelândia, Bahamas, Ilhas Virgens Britânicas e Ilhas Bermudas
estão entre os principais destinos desses recursos que buscam ser ocultados dos
credores.
“O trabalho envolve
automação e inteligência artificial, mas muita inteligência humana também, para
análise dos resultados e encaminhamentos cabíveis, inclusive judiciais. Essa
análise é decisiva para a efetividade do trabalho de recuperação de
patrimônio”, assinala o coordenador de investigações da Leme.
SAIBA MAIS
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https://lemeforense.com.br/
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