Novo mindset digital no agro: em vez de ferro e aço, a hora é de vender soluções
Evolução das ferramentas e das tecnologias
foram o grande destaque da maior feira de agronegócio da América Latina; veja
como esses avanços impactam o modelo de vendas do setor e o que deverá
acontecer com os postos de trabalho
Marcelo Scharra, CEO da Aceleração de Vendas, na
Agrishow 2022
Divulgação
Com 800 empresas e duração de 5 dias, a
Agrishow 2022 bateu um valor recorde de vendas, que chegou a R $11,23 bilhões.
Durante a feira, promovida na última semana, cerca de 193 mil pessoas puderam
ver o novo momento do agro com suas grandes inovações tecnológicas.
Mas, agora que as grandes empresas
estão investindo cada vez mais em ferramentas e soluções tecnológicas, como
será que isso impacta nas vendas do setor? De acordo com Marcelo Scharra,
mentor de vendas e CEO da Aceleração
de Vendas, empresa especialista em consultoria, treinamento e
desenvolvimento de times comerciais, vivemos hoje um ciclo de grande
desenvolvimento do conhecimento de novos produtos e tecnologias, tanto por
parte de vendedores, quanto por parte dos clientes.
“Avanços como a capacidade de automação
de um GPS são hoje um dos grandes desafios do agro, pois demandam uma nova
preparação dos clientes. Por isso, a principal mudança que o mindset digital
trouxe para o segmento é a necessidade de passar esse tipo de conhecimento, que
demanda uma verdadeira mudança de pensamento, para a equipe de vendas, para que
ela absorva e possa repassar tudo ao consumidor”, reforça.
Em vez de ferro e aço, a hora é de
vender soluções
Marcelo Scharra foi um dos palestrantes
da abertura da Agrishow no estande da John Deere, uma das maiores fabricantes
mundiais de equipamentos agrícolas e de construção do mundo. Na ocasião, o
executivo e seu sócio Felipe Chaya, da Aceleração de Vendas, levaram um
pouco desse novo mindset para um público de mais de 700 pessoas, entre
vendedores, revendedores e outros profissionais do agronegócio.
“Hoje, as companhias não vendem mais aço
e ferro, e o trator é somente um dos produtos comercializados pela John Deere e
demais marcas. A verdadeira mudança está em vender uma solução, seja por meio
de uma máquina ou por meio da tecnologia”, destacou o especialista em vendas.
Para isso, segundo Scharra, é preciso
fazer com que o produtor produza mais e mais barato, com menos impacto ambiental.
“É preciso vender serviços que otimizem o trabalho, como tecnologias nas
antenas, nas colheitas e em outras máquinas, como um monitoramento da colheita
em que é possível ver à distância todos os dados da máquina, como consumo de
óleo, de pneu, horas de trabalho etc, e a partir daí é possível dar um panorama
ao produtor de como ele pode produzir mais com menos dinheiro”, explica.
O panorama do crescimento e da adesão da
tecnologia no agro nos próximos cinco anos é bastante positivo, segundo o CEO da
Aceleração de Vendas. De acordo com Scharra, nós deveremos ver um crescimento
exponencial da adesão da tecnologia do campo, realmente impulsionada por
fabricantes, que irão treinar seus vendedores para se tornarem
“evangelizadores” dessa tecnologia, treinando os agricultores sobre seus
benefícios, como consumir e principalmente como utilizá-la.
Automação X Autonomia
Com a automação das máquinas, será
possível contar com uma máquina agrícola que não precisará de pessoas para
fazer seu trabalho. “Esse processo de humanização e automação agrícola vem
sendo discutido há algum tempo, e significa que o campo precisará de cada vez
mais qualificação pessoal, aliás, não só no campo”, afirma Marcelo Scharra.
Trata-se da velha discussão: será que o
uso das máquinas irá diminuir os postos de trabalho das pessoas? Pelo
contrário, explana o especialista, pois esse movimento será uma evolução da
redução do esforço físico humano. Dessa forma, a eventual redução de mão de
obra no campo deverá ser compensada em outros setores.
“Um bom exemplo é de que, antes, não
existiam lojas de assistência técnica de celulares e, com o advento desses
aparelhos, hoje, há diversos estabelecimentos desse tipo em funcionamento.
Talvez essa mão de obra seja movida para outros setores da economia. Já em
relação às vendas, o processo dependerá cada vez mais da expertise dos
vendedores, pois, assim como as tecnologias aumentam, aumenta também a
complexidade do processo de vendas, ainda mais quando contamos com consumidores
que ainda precisam ser convencidos”, ressalta.
Por fim, o palestrante da John Deere
destaca que as vendas ficarão cada vez mais consultivas, e as indústrias
deverão fazer o papel de desenvolver, educar e treinar seus vendedores. “Não
adianta procurar esse vendedor pronto no mercado, porque trata-se de um perfil
muito raro. É o que vemos hoje em outras áreas, como nas redes sociais e no
Customer Experience, cada vez mais, as necessidades dos agricultores serão
individualizadas, e será preciso campanhas direcionadas para cada indivíduo e
suas plantações”, finaliza.
Marcelo Scharra cursou Engenharia na Unicamp, se formou
em Administração pela PUC-SP e especializou-se em finanças pelo Insper. Hoje, é
especialista e CEO da Aceleração de
Vendas, uma plataforma de treinamento e consultoria de desenvolvimento de
pessoas e equipes comerciais que buscam alta performance.
Como treinador e palestrante de times
comerciais, motiva equipes a se superarem como pessoas e profissionais. Scharra
foi o criador da Metodologia SSF - Sales Science Framework de Aceleração de
Vendas, que é implementada pela Consultoria Inside Business Design, da qual
também é sócio fundador.
Com cases de Aceleração de Vendas nos
mais diversos segmentos, como Indústria, Tecnologia, Serviços e Varejo,
acredita que o investimento em tecnologia e processos demorou e muito para
chegar aos departamentos comerciais e que essa é uma grande oportunidade.
Saiba mais: aceleracaodevendas.com.br
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