Por um mercado multigeracional: o estigma dos profissionais com mais idade
*Ronaldo Bias Ferreira Jr.
Gradativamente, as empresas têm se
preocupado mais com contratações inclusivas, como mulheres, negros, pessoas
LGBTQIA+, PcD e multigerações – o que é muito positivo pois melhora o clima, a
tomada de decisão e consequentemente o lucro das organizações. Essa
movimentação crescente é indício do trabalho de conscientização e
sensibilização efetuado com a ajuda de protagonistas e especialistas no
assunto. Profissionais que formam uma grande rede de apoio e que têm
contribuído de forma significativa para a transformação da cultura e do
resultado de muitas empresas.
E quando falamos de multigerações,
exemplo disso é o estudo realizado na plataforma da Gupy, empresa de tecnologia
para Recursos Humanos, mostrando que de janeiro a setembro do ano passado, o
número de contratações de pessoas entre 40 e 50 anos cresceu 95%. Isso é
reflexo das corporações procurando montar times com diversidade, além de ser
estratégico para as equipes. São perceptíveis os ganhos com isso. É a
valorização de pessoas mais experientes somada à humanização dos processos
seletivos, que, uma vez inclusivos, tornam o ambiente de trabalho mais
acolhedor.
Um ambiente multigeracional reúne o
melhor de cada geração, ou seja, a sede de mudança e força de transformação dos
jovens, com a experiência, ponderação, resiliência e inteligência emocional dos
profissionais mais velhos. Quando juntas, essas particularidades se somam
e criam times de alta performance que irão proteger as estratégias da
organização.
Por isso é preciso que as empresas se
preocupem em desenvolver políticas específicas e processos que promovam a
diversidade geracional em suas estruturas organizacionais.
Pegando como exemplo as startups que se
tornaram unicórnios – aquelas avaliadas em mais de R$ 1 bilhão. Muitas das
grandes ideias até podem ter vindo dos jovens, mas quem estava na liderança era
um perfil entre 45 e 50 anos, o que mostra que são pessoas com mais paciência e
tempo para modelar, investir, pesquisar sobre aquele mercado e esperar
acontecer e prosperar.
Curiosamente
(ou não), a questão do preconceito vem também da liderança ou gestão das
empresas, geralmente compostos por pessoas mais velhas e que deveriam, ao
contrário, até mesmo por serem protagonistas 45+, liderar este processo de
inclusão. Um dos exemplos notórios da inclusão das
multigerações é a ausência de treinamento e desenvolvimento direcionados aos
planos de carreira destes profissionais.
Times plurais, que trabalham projetos
desde seu primeiro esboço, até a mensuração de seus resultados
pós-implementação podem e devem aplicar a visão inclusiva em todas as etapas.
Isso seguramente trará resultado e, consequentemente, também uma imagem
positiva de empresa que tem essas práticas em seu DNA, e não apenas em suas
estratégias de marketing.
O desafio de inclusão da diversidade no
ambiente corporativo é sempre muito desafiador, pois trabalha nossa
reconstrução como pessoas, é difícil pois mexe com nossos valores pessoais. Mas
ao mesmo tempo que é tão desafiador, ele é facilmente penetrável a partir de
conexões e diálogos. Por isso trazer a diversidade para o ambiente corporativo é
um ato que deve ser incentivado agora no presente e trabalhado para ser um
legado a ser ensinado e promovido por todos.
*Ronaldo
Bias Ferreira Jr. é sócio-diretor da um.a Diversidade Criativa (https://www.linkedin.com/in/ronaldobias/ —
https://linktr.ee/Ronaldobias).
Formado em comunicação social e marketing, é empresário, empreendedor e
fundador do programa de capacitação Mestre Diversidade Inclusiva (MDI), em
parceria com a Pearson Educacional. É membro permanente do conselho da
Associação Brasileira de Live Marketing (Ampro), colunista da Promoview e do
Portal Eventos, e atua ampliando a voz de protagonistas, como um forte aliado
da diversidade, equidade e inclusão no mundo corporativo.
Sobre a um.a
Com mais de 26 anos, a um.a #diversidadeCriativa está entre as mais estruturadas agências de live marketing do Brasil, especializada em eventos, incentivos e trade. Entre seus principais clientes estão Pearson, IBGC, SBT, ABRH-SP, dentre outros. Ao longo de sua história ganhou mais de 40 “jacarés” do Prêmio Caio, um dos mais importantes da área de eventos.
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