Resistência das universidades públicas à EAD pode restringir acesso ao ensino gratuito, afirma CEO da Alumia
Especialista em ensino a distância no nível
superior aponta preocupações com alguns resultados do Censo da Educação
Superior divulgados no último mês de março
Gustavo Rahmilevitz, CEO da Alumia
Divulgação
O Ministério da Educação acaba de
divulgar os resultados do Censo da Educação Superior com dados atualizados até
o ano de 2020. As estatísticas mostram que, naquele ano, o número de alunos que
ingressaram nos cursos de graduação na modalidade a distância foi, pela
primeira vez, maior que o total de vagas preenchidas no formato presencial. Com
mais de 2 milhões de estudantes, o EAD foi responsável por 53% das vagas ocupadas
em 6.116 cursos oferecidos.
“Importante observar que grande parte
desses números corresponde ao início do ano letivo, anteriores à pandemia e às
recomendações de isolamento social. Estamos falando de cursos que nasceram no
formato a distância e não sobre aulas que se tornaram online de forma
temporária. Isso comprova uma tendência de crescimento do EAD bastante
acelerada, irreversível e uma importante ferramenta de inclusão para o ensino
superior”, destaca
Gustavo Rahmilevitz, CEO da Alumia.
Universidade pública resiste ao ensino
superior
Quando observado apenas o recorte de
ingressantes na graduação em 2020 em universidades públicas – sejam
instituições da esfera federal, estadual ou municipal – o fenômeno não se
comprova. Nessas entidades, apenas 9,2% das vagas foram oferecidas em cursos
online. Já entre as particulares, o EAD corresponde a 60,5% dos novos alunos.
Gustavo interpreta esse cenário como um
ponto de atenção que, no futuro, pode representar um retrocesso de todo um
trabalho de inclusão no ensino superior gratuito por meio de políticas
públicas.
“O
ensino a distância tem como principais contribuições para a educação superior
seu custo-benefício, sua flexibilidade e sua acessibilidade. Ou seja, uma porta
de entrada para quem encontra barreiras no ensino presencial, como baixo poder
aquisitivo, necessidade de conciliar o estudo com o trabalho e a vida fora dos
grandes centros urbanos. Quando a universidade pública não oferece essa
alternativa a um estudante, ela começa a se posicionar novamente como um espaço
de acesso aos privilegiados”.
EAD é um modelo que beneficia também as
Instituições de Ensino Superior
Para capacitar e apoiar as IES no
Brasil, a Alumia, edtech e
startup, que atua no segmento de Gestão de Programas Online desde 2017,
contribuiu com seu modelo na formação de mais de 8 mil alunos em cursos de graduação,
pós-graduação e capacitação profissional, oferecendo modelo
inovador de negócios às IES, ao assumir todo o risco e investimento necessários
para o lançamento e operação dos cursos oferecidos.
"Dessa forma ajudamos as
instituições a trazer mais resultados sem precisar de novos recursos
financeiros ou humanos. Somos remunerados no sucesso do negócio, através de uma
participação nos resultados, apenas após o pagamento dos alunos, ou seja, a IES
só tem fluxo de caixa positivo",
explica Gustavo Rahmilevitz, CEO da Alumia e um dos fundadores, ao lado de
Marcelo Vasserman, Antônio Álvaro Moura e Rodrigo Vodola. "A modalidade de EAD é um caminho
sem volta", conclui Rahmilevitz. Em 2020, a Alumia
faturou cerca de R$ 6 milhões e projeta aumentar em 5 vezes esse faturamento
agora em 2022.
A inovação alavancou cursos de
tradicionais instituições de ensino como a ESPM, FECAP, UNIFEMM, Instituto
Singularidades, entre outras. Além disso, a média de valores das
mensalidades em educação superior na modalidade EAD é bem mais atraente do que
a presencial. No modelo presencial a média das mensalidades gira em torno de R$
758,44, enquanto a da EAD fica R$ 259,98, em média.
O foco da Alumia é estar no máximo em dois anos dentro das 10 maiores instituições de ensino do Brasil quintuplicando o número de alunos impactados que utilizam o sistema EAD, através de novas e diferentes formas de Educação, com mais tecnologia, aplicativos e realidade virtual. Somente em novembro de 2021 foi lançado um portfólio de mais de 29 cursos de graduação, bootcamps e conteúdos tecnológicos (programação, UX, UI, BI, entre outros). Além dessa expansão, pretende também lançar cursos internacionais com instituições dos EUA, Europa e Oceania.
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