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Selic: nova taxa é de 12,75% ao ano e investidores devem diversificar carteira de investimentos

Por Jaqueline Benevides, analista de renda fixa do TC Matrix

Os ativos atrelados ao CDI agora estão rendendo 12,65%, uma diferença de 0,10% versus à taxa Selic do momento, definida ontem (5) na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). 

É inegável que as economias mundiais, não apenas a do Brasil, estão vivendo em clima de montanha-russa com os acontecimentos dos últimos dois anos, que são responsáveis e fizeram com que chegássemos a essa Selic atual – e com uma expectativa de mais 0,50% pontos para próxima reunião do Copom.

O grande destaque desses aumentos de juros é o vilão que tanto falamos, o IPCA, que não para de se elevar e vem fazendo com que os economistas e especialistas do mercado a todo momento alterem suas projeções e expectativas. Mas nós, investidores, devemos manter a calma.

Os investidores mais ferozes, que fizeram alocações de grande parte de seus recursos em taxas prefixadas, devem estar sofrendo um pouco com esse aumento de prêmios nos ativos de renda fixa. Como sempre digo: use os ativos prefixados com cautela. Mas não existem motivos para desespero. Quem pegou papéis prefixados com dois dígitos está bem alocado e deve acalmar seu coração, afinal, a expectativa é que a taxa de juros comece o movimento contrário em 2023 e, quando isso acontecer, o investidor ainda terá uma boa rentabilidade. Tranquilidade neste momento faz toda a diferença.

Vamos ao racional de alocações para carteira de renda fixa: os ativos pós-fixados continuam sendo essenciais, aliás, mandatórios nas alocações de renda fixa. Lembrando que com vencimentos de até dois anos, pois esperamos um movimento contrário da Selic já em 2023.

Os ativos prefixados ainda são um trunfo na alocação do investidor, mas devem ser usados com cautela para conseguir otimizar as aplicações, pegando os maiores prêmios possíveis. Ou seja, a dica é não alocar todo o recurso de uma vez e se atentar aos comunicados do Banco Central para novos aumentos dos juros. Com isso, não digo para não se movimentar e ficar aguardando, pois quem dorme no ponto perde a oportunidade, mas digo para comprar alguns ativos prefixados agora e um pouco mais após a próxima reunião do Copom. Dessa forma, vai balancear sua carteira.

Quanto aos ativos indexados ao IPCA, eles são os mais polêmicos neste momento, pois o investidor vai encontrar analistas que ainda são a favor desse tipo de ativos na composição da carteira de renda fixa e aqueles que não acreditam ser uma boa alocação. Meu racional continua o mesmo: ainda cabe um pouco dessa modalidade de ativos na carteira do investidor. Aqueles que pegaram esses papéis do final do ano passado para cá estão com boas rentabilidades, tendo em vista que o IPCA não arrefece (e lembrando que estamos falando de ganhos reais, acima da inflação).

Entre escolher um ativo ou outro, minha dica é focar nos ativos pós-fixados. Eles são os destaques do momento na renda fixa. Se couber nas aplicações, colocar um pouco de prefixados também na carteira, que no longo prazo trarão muita felicidade, quando a Selic começar a cair. Se for para sacrificar um ativo, uma opção é não alocar em indexados ao IPCA. De toda forma, a diversificação sempre será a melhor escolha quando falamos de investimentos.

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