Telemedicina, prontuários eletrônicos e wearables: a tecnologia como aliada na prevenção de doenças
*Por Giovanni Oliveira, diretor de operações da Farma Ventures e Thiago Soeiro, fundador e CEO da E-Doutor Saúde– farmaventures@nbpress.com
Para quem achava que
medicina e tecnologia eram grandezas diferentes, os últimos dois anos,
especialmente, mostraram o contrário. Com a crise sanitária acarretada pela
covid-19, houve um aumento exponencial em ofertas de solução de tecnologia para
a saúde, como a telemedicina, digitalização de processos e prontuários e
aplicativos de atenção à saúde primária. Sobretudo, com foco em prevenção e/ou diagnóstico
precoce de doenças, que quando controladas diminuem o risco de complicações,
como hipertensão arterial, diabetes e dislipidemia.
É bem verdade que o
setor caminhava com os avanços tecnológicos, mas eles ocorreram de forma
gradual e fragmentada, visto que ninguém estava preparado ou esperando pela
pandemia. Ainda assim, é inegável a participação da tecnologia em todas as
frentes do sistema de saúde.
Hoje é impensável
executar uma boa assistência em saúde sem uma ferramenta tecnológica que a suporte.
Citando como exemplo, na prestação de serviço, houve um desenvolvimento muito
grande dos prontuários eletrônicos, com melhoria significativa para o usuário,
sendo ele tanto o profissional de saúde como o paciente, bem como a facilidade
de acesso, segurança dos dados, usabilidade etc.
Em paralelo, a
quantidade de informações armazenadas cresce de forma vertiginosa, o que
demanda uma infraestrutura de TI com migração dos bancos de dados para a nuvem
e que devem ser facilmente acessados pelas partes interessadas. Isso é um
caminho sem volta, um legado e herança desses últimos anos. Nesse contexto, é
importante ressaltar que deve haver proteção conforme as exigências da LGPD
(Lei Geral de Proteção de Dados) e uma governança eficaz.
Ainda na temática da
tecnologia, o desenvolvimento de aparelhos de diagnóstico por imagem, como
ultrassom, tomografia computadorizada e ressonância magnética, estão cada vez
mais sensíveis e com possibilidade ampliada de detecção de patologias. Também
temos visto a evolução dos wearables (smartwatches e pulseiras
eletrônicas), que auxiliam no dia a dia para o controle de atividade física e
sinais vitais, de pressão arterial etc.
Pensando no futuro, a
inteligência artificial deve evoluir com seus algoritmos. Já temos diversos cases
que comparam a IA à análise humana quanto ao diagnóstico de doenças da pele,
oculares e exames radiológicos. Seguindo o caminho natural, a tendência é
ampliar essa atuação, talvez recomendando de forma individualizada os melhores
cuidados para as pessoas, se aproximando de um diagnóstico assertivo.
Ainda refletindo sobre
o que nos aguarda e em como conciliar a tecnologia para a prevenção da saúde,
eu daria três sugestões: uso de dispositivos que monitoram seus sinais vitais;
aplicativos para acessar informações de saúde, prontuário eletrônico e
compartilhar dados de saúde com os profissionais; e telemedicina para
acompanhamento e prevenção de doenças. Uma pesquisa realizada pelo Datafolha no
ano passado revelou que 41% dos entrevistados acreditavam que uma emergência de
saúde poderia ser resolvida pela telemedicina, e 73% dos pacientes que já
realizaram alguma consulta on-line fariam de novo, ou até mesmo adotariam essa
prática.
Em suma, a tecnologia
impacta a prevenção e o cuidado das doenças quando proporciona facilidade ao
acessar o serviço de saúde por meio de plataformas. E ao entrarmos em contato
com médicos qualificados podemos até mesmo descobrir doenças mais graves e
tratá-las precocemente, como câncer, doenças autoimunes e outras, aumentando nossas
chances de sobrevida. É a saúde na ponta dos dedos.
*Giovanni Oliveira
é diretor de operações da Farma Ventures, primeira corporate venture builder
dedicada ao varejo farmacêutico do Brasil; Thiago Soeiro é fundador e CEO da
startup E-Doutor Saúde, com vasta experiência em gestão de projetos, startups e
operadoras de saúde. - farmaventures@nbpress.com
Sobre a
Farma Ventures
Lançada em março de 2020, a Farma Ventures é a primeira corporate venture builder dedicada ao varejo farmacêutico do Brasil. Criada pelas redes de farmácias Drogal e Indiana, com mentoria da Top Capital, agência boutique de investimento, e com o modelo de negócio da FCJ Venture Builder, a organização seleciona startups que apresentam soluções inteligentes e com impacto socioeconômico no setor. Entre as áreas de atuação estão automação de PDV, soluções omnichannel, gestão de preços e estoque, serviços de saúde, inteligência de mercado, gestão de pessoal, entre outros. Mais informações, acesse: http://www.farmaventures.com.br
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