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5G vai influenciar mercado de trabalho em diversos setores de tecnologia

Novidade na rede móvel tem o potencial de gerar 670 mil novas vagas até 2025, além de abrir espaço para empregos do futuro

Foto: ThisIsEngineering/Pexels

A chegada da quinta geração de telefonia – rede 5G, prevista para operar em todas as capitais até o final de julho – deve gerar 670 mil novos postos de trabalho até 2025, além de abrir espaço para empregos do futuro. As estimativas são da Conexis, que reúne empresas de telecom, e da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom). As novas vagas tendem a ser preenchidas por candidatos com habilidades profissionais inovadoras. 

O 5G chega com a promessa de oferecer downloads mais rápidos, acesso a informações com mais velocidade e um impacto significativo na vida cotidiana, no trabalho e no entretenimento virtual. Conforme a Conexis e a Brasscom, a expectativa é que aproximadamente 50 mil vagas formais sejam abertas em 2022, apenas nas companhias de telefonia, o que representa um aumento de 10% nos seus quadros. Se considerada a movimentação de empresas para contratar profissionais dedicados à inovação desse universo, o número de empregos pode ser ainda maior. 

Para reformular a maneira como as empresas fornecem conexões aos seus usuários, a nova tecnologia deve criar oportunidades principalmente na área de Tecnologia da Informação (TI). Serão abertas vagas, ainda, para engenheiros de telecomunicações, desenvolvedores de hardware e de software e especialistas em inteligência artificial, dados, segurança da informação e impressão 3D. 

No ramo do desenvolvimento web, atualmente, alguns sites precisam usar ou reduzir recursos para que os objetos em linguagem Javascript não sobrecarreguem a velocidade de carregamento da página. Com o 5G e o aumento da velocidade de conexão, será possível apostar em recursos mais complexos (porém mais pesados), sem comprometer o upload de sites. 

Esse pode ser um momento importante para o profissional desenvolver novas habilidades e aprender a programar, por exemplo. Áreas diversas como indústria, marketing, vendas, gestão, agronomia e medicina também contarão com transformações e oportunidades. 

O profissional do futuro 

O raciocínio computacional, por exemplo, é uma das habilidades que devem ser desenvolvidas por diferentes profissionais. Instituições como Fundação Getúlio Vargas, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/Rio), Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e SoulCode Academy já desenvolvem especializações relacionadas ao 5G. 

Em entrevista à imprensa, o presidente da Conexis, Marcos Ferrari, afirma que os novos profissionais precisam contar com aptidões transversais, como “desaprender e reaprender”, contar com raciocínio rápido para resolver problemas em setores diferentes e ter insights

Profissionais como advogados, médicos, publicitários e arquitetos, entre outros, terão que lidar com temas como inteligência artificial, machine learning, big data, algoritmos e internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) em seu dia a dia. 

Segundo o presidente da Brasscom, Sérgio Paulo Gallindo, a competência básica exigida por esse novo mercado é saber lidar com dispositivos digitais e se inserir nessa área. Sendo assim, o profissional do futuro vai ter que ser um programador que saiba lidar com robôs e gerir sistemas de medição. 

O cargo de product owner é um exemplo das novas profissões que surgem com a chegada da tecnologia 5G e com o avanço desse mercado de forma geral. Trata-se de um especialista sem conhecimento técnico específico, mas com visão ampla sobre projetos de desenvolvimento tecnológico e salários de R$ 8 mil a R$ 12 mil. 

Outro caso é o gerente de conta, funcionário incumbido da estratégia de venda de inovações. A formação pode ser em Administração ou Marketing, por exemplo, e os pagamentos mensais ficam entre R$ 7 mil e R$ 15 mil.

Políticas públicas para a implantação do 5G no Brasil

De acordo com um estudo apresentado pelo Ministério da Economia, produzido pela consultoria Deloitte, em participação com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), a demanda por soluções 5G pode gerar R$ 101 bilhões ao longo da próxima década para empresas e startups brasileiras ou instaladas no Brasil. 

A pesquisa contabiliza, ainda, que a implantação do 5G tem o potencial de beneficiar a economia brasileira em R$ 590 bilhões nos próximos anos. O cálculo considera aumentos de produtividade e redução de custos. 

São 96 as recomendações de políticas públicas presentes no relatório do governo. Elas são divididas em oito frentes de atuação com o intuito de alcançar, de fato, esses potenciais de geração de riqueza. Os desafios para que isso se realize também foram explicitados. 

Em relação ao suporte tributário, por exemplo, o documento recomenda a criação de zonas econômicas especiais com foco na tecnologia 5G e a renúncia fiscal para que equipamentos de emulação de redes 5G sejam comprados. É indicada, ainda, a oferta de benefícios fiscais que atraiam multinacionais para implantarem operações estratégicas no país. 

A baixa disponibilidade de recursos para fomentar o 5G, a falta de mão de obra qualificada – como programadores e desenvolvedores – e a insuficiência de ambientes para testar as soluções estão entre os principais problemas destacados.

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