Democratização de processos e compreensão do negócio são cruciais para sucesso da mineração de dados em TI
*Por Paulo Sérgio Rodrigues
A mineração de dados não é um conceito
inédito. Embora tenha surgido há aproximadamente quatro décadas, o poder
computacional evoluiu muito nos últimos anos, tornando mais factível a
utilização deste recurso para medir o impacto dos negócios e ter projeções
sobre temas importantes para as empresas, como venda de produtos, investimentos
em propagandas, negociações com novos clientes, entre outros.
Esse recurso passa por três grandes
componentes: estatística, Inteligência Artificial (IA) e machine learning - tudo isso
acoplado a uma plataforma chamada big data. No entanto, ao analisarmos o
cenário brasileiro de Tecnologia da Informação (TI), é possível perceber que as
empresas ainda precisam enfrentar obstáculos para tornar a ferramenta mais
acessível e direcionada de forma adequada aos negócios.
Temos, hoje, o desafio de contar com a
quantidade necessária de profissionais que compreendam como a mineração de
dados pode auxiliar na tomada de decisões dentro das empresas e qual a melhor
maneira de fazer isso, com base nessas análises. Além disso, é fundamental que
o trabalho desse especialista caminhe junto com a visão de negócio da empresa,
ou seja, que ele saiba onde e como aplicar esses recursos.
A mineração de dados tem a capacidade de
auxiliar em pontos fundamentais para o desenvolvimento e evolução das empresas,
tais como: tendências de mercado; captação de clientes; estratégias de
propaganda e marketing; gestão de crises e diferencial competitivo que permita
uma análise da concorrência. Há a estimativa de que, a cada dois anos, o volume
de dados produzidos para análise duplique, o que evidencia a importância de
democratizar o conhecimento a respeito do recurso para atingir novos patamares
no âmbito da tecnologia. No entanto, minha expectativa é que esse crescimento
ocorra de forma exponencial, já que 90% desses dados não são estruturados,
fazendo com que a única forma de tratar essas informações seja o uso da
mineração de dados aliada com as demais capacidades tecnológicas, como IoT e
big data, por exemplo.
Mas ainda que o cenário seja desafiador,
acredito que haja uma boa perspectiva para democratizar esse processo. Os
próximos anos exigirão o uso de inteligência tecnológica aplicada aos negócios
de maneira mais assertiva, ampliando o uso de mineração de dados e garantindo
que esse recurso auxilie ainda mais na tomada de decisão dentro das
corporações, e precisamos começar a trabalhar a qualificação profissional e a
democratização desses processos para estarmos preparados para o futuro.
*Paulo Sérgio Rodrigues é diretor sênior
da Infosys Brasil.
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