Dia Nacional de Controle da Asma: é possível viver com qualidade de vida
Dia Nacional de Controle da Asma: é possível
viver com qualidade de vida
São Paulo, junho de 2022 – A asma é uma doença crônica que
atinge os pulmões, causando inflamação das vias aéreas e sintomas
desconfortáveis, como falta de ar, tosse e chiado no peito, que ocorre pela
obstrução da passagem de ar pelos brônquios inflamados[i].
No Brasil, a doença atinge aproximadamente 20 milhões de pessoas e está entre a
terceira e quarta causa de hospitalização no SUS[ii]
[iii],
o que mostra que o controle inadequado da doença influencia em um grande
impacto no sistema de saúde.
Atualmente, os estudos apontam para
possíveis causas genéticas e/ou climáticas como possíveis fatores para o
surgimento da asma2. No próximo dia 21 de junho, o Dia Nacional de Controle de
Asma chama atenção para a conscientização de que a asma é uma doença tratável,
que permite ao paciente a levar uma vida normal e sem sintomas.
Dentre os tipos de asma existentes, a
alérgica é a mais comum, especialmente em crianças[iv].
Alguns motivos podem desencadear a famosa “crise asmática”, como: alergias,
infecções respiratórias, agentes ambientais, alguns medicamentos e até alguns
alimentos[v].
Segundo a Dra. Zuleid Dantas Linhares
Mattar, Pediatra e Diretora de relações governamentais e políticas
internacionais da Associação Brasileira de Asmáticos (ABRA), a asma é a doença
crônica mais prevalente na infância e a falta de tratamento pode levar a perda
da função pulmonar e piora na vida adulta. “Não existe idade mínima para se
iniciar o tratamento, que é seguro e eficaz, permitindo que a criança possa
crescer saudável e plena”, explica.
De acordo com a Sociedade Brasileira de
Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a doença pode variar a gravidade dos sintomas
de acordo com cada paciente. A asma pode ser classificada em leve, moderada e
grave e, independentemente da gravidade, existem caminhos e alternativas para
manter a asma sob controle. A doença é considerada grave e/ou de difícil
controle quando o paciente não alcança os níveis adequados de controle. Apesar
de representarem a minoria entre o total de pacientes com asma (5 a 10%), os
brasileiros com asma grave vão ao hospital até 15 vezes mais do que os
pacientes com asma leve ou moderada e são até 20 vezes mais hospitalizados.[vi]
Por isso, é importante consultar um
médico especialista, pneumologista e/ou alergologista, de forma a adequar o
tratamento às necessidades específicas de cada paciente.
Quando não bem tratada e controlada, a
asma pode se tornar um risco ao paciente, levando a um ataque súbito de falta
de ar (insuficiência respiratória) que pode levar a uma parada respiratória. Na
maioria desses casos, os sintomas podem evoluir durante vários dias e ocorrer
devido associação de diversos fatores, como uso incorreto de medicamentos de
controle (corticoides inalatórios e broncodilatadores), falta de adesão ao
tratamento e/ou técnica inalatória dos medicamentos incorreta. Quaisquer que
sejam os motivos, é muito importante ter consultas regulares com o médico para
avaliação e seguir um plano de ação de tratamento e em caso de crises.
Consequentemente, os tratamentos são analisados e prescritos conforme a
necessidade e urgência[vii].
Dra. Zuleid também pontua que crises que
interrompem a rotina diária do paciente e prejudicam sua qualidade de vida
podem ser um alerta de que a doença não está sob controle, por isso é
fundamental que pacientes e profissionais de saúde, que apresentarem sintomas,
busquem diagnóstico especializado. “Após uma avaliação cuidadosa do paciente,
em que são avaliados os sintomas, histórico familiar e identificação dos
fatores desencadeantes ou agravantes, é possível desenhar uma estratégia de
tratamento que controlem os sintomas e permitam uma vida normal, minimizando os
episódios de crise, seja a asma grave ou não. Isso significa ter boas noites de
sono, poder praticar atividades físicas e não necessitar de serviços de
emergência por conta da asma”, destaca a especialista.
No Brasil, apenas 9% dos pacientes com
asma têm a doença 100% controlada, e 34% não possuem nenhum controle dos sintomas2.
O número é alto e não precisaria ser tão alarmante, pois com tratamento
adequado é possível viver praticamente sem sintomas. “A grande maioria dos
pacientes acredita que é normal continuar com sintomas, como tosse e falta de
ar, mesmo com os devidos cuidados, o que não é verdade. Com tratamento correto,
é possível controlá-la de forma eficaz. Eles não têm que fazer parte da rotina
para sempre”, finaliza a doutora.
[i]
Site do National Heart, Lung, and Blood Institure (NHLBI) do National
Institutes of Health. Disponível em: http://www.nhlbi.nih.gov/health/health-topics/topics/asthma/signs
Último acesso em janeiro de 2015.
[ii]
Campos, HS. Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, 12(Supl. 2):43-58, 1996
[iii]
Noronha MF, et al. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 22(1):41-52, jan, 2006.
[iv]
Mayo Clinic. Allergies and asthma: They often occur together. Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/asthma/in-depth/allergies-and-asthma/art-20047458
Acesso em agosto de 2017.
[v]
World Health Organization. Global surveillance, prevention and control of
chronic respiratory diseases: a comprehensive approach, 2007.
[vi]
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Ações Básicas. Estatísticas
de saúde e mortalidade. Brasília: Ministério da Saúde; 2005.
[vii] Silva ECF, Cordeiro NG. TERAPIA ANTI-IGE EM ALERGIA RESPIRATÓRIA. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto. 2008;7(2):93-98. Disponível em: http://revista.hupe.uerj.br/detalhe_artigo.asp?id=207 Acesso em 17 de agosto de 2017.
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