Estamos vivendo a era das mídias: uma reflexão sobre os nossos tempos e o impacto no papel do marketing
Por Denis Santini*
Já vivemos a era da publicidade, com a
era de ouro da criação e dos filmes publicitários. Todo mundo tem na memória um
daqueles filmes que eram uma verdadeira superprodução, que gastavam milhões
para aparecer no horário nobre da TV aberta. Depois, vivemos a era do
planejamento, liderada pelo Júlio Ribeiro. E não é que uma coisa substituiu a
outra. As agências foram se especializando, tudo foi se somando. Mas, hoje
(diria já há alguns anos), a gente tem um novo cenário. Estamos vivendo a era das mídias,
mas não das mídias tradicionais. Hoje, tudo virou mídia: o uniforme dos
funcionários, o fundo da tela do Zoom, o ponto de venda instagramável, os
pratos onde a comida é servida, a caixa da pizza, as embalagens do delivery, os
comentários nas redes sociais, as equipes, funcionários, os CEOs e executivos
influenciadores das suas marcas, avatares com personalidade, e, claro, o
Instagram, o Facebook e o Twitter. E será que também o Orkut, que está
renascendo?
O fato é que tudo virou uma mídia, e
essa mídia gera resultado, gera relevância para a marca e o cliente. O ponto,
agora, é como as marcas estão capacitando os seus times para esse momento. Esse
é o desafio das empresas hoje, dos departamentos de marketing e das agências de
comunicação, que nunca foram tão cobradas por ROI – o retorno sobre
investimento. Brinco que até tirei minha HP da gaveta, porque o publicitário
agora tem que fazer conta.
Um exemplo interessante desse novo
cenário é a história da Maya Smith. Quando era funcionária do
Starbucks, ela começou a postar vídeos da sua rotina no trabalho no TikTok.
Para se ter uma ideia do alcance da barista, um dos
reels que ela publicou, dela preparando um “Skittles Frapucino”, alcançou
quase 6 milhões de curtidas – e uma análise que vimos na IFA (a maior feira de
franchising do mundo) mostrou que toda vez que ela postava, isso aumentava a
venda do produto em toda a região. As pessoas viam e ficavam com vontade de
consumir.
Isso é um ótimo exemplo de como tudo,
tudo mesmo, pode virar mídia. De uma forma não estruturada, essas novas
mídias são as grandes mídias atualmente.
E, em função disso, estão nascendo
formas de preparar o funcionário para que ele também possa potencializar essas
mídias. Tem plataforma específica para isso, que ajuda o funcionário a fazer o
post, e se a publicação tiver engajamento, o colaborador é remunerado.
A Franquia Extranet, empresa do Grupo MD
para facilitar a comunicação entre os franqueados das redes e o franqueador,
agora também facilita para os funcionários das franquias fazerem o post, com
formatos pré-criados.
Outro exemplo de que tudo vira mídia são
as prateleiras do Whole
Foods, a rede varejista americana. Os funcionários passaram a receber
treinamento de como organizar os legumes e vegetais – e essa nova organização
tornou os corredores instagramáveis.
As possibilidades são infinitas. As
mídias deixaram de ser só a TV, o rádio, outdoor... Elas ainda têm sua
importância, sim, mas a gente tem que se adequar e criar soluções para que
essas novas mídias sejam usadas no seu potencial. Como tenho falado desde a NRF
(maior evento de varejo do mundo) em janeiro deste ano, este é o ano de
consolidar sua presença digital, seus canais de mídia, seja na PJ ou PF. Se
você não está nesse estágio, meu amigo, corre porque já está saindo
atrasado!
(*) Denis Santini é CEO do Grupo MD | Make a Difference, primeira agência de comunicação especializada em franquias e redes, conselheiro (IBGC), franqueado e professor do MBA da FIA
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