Estudar ou trabalhar no exterior exige formação em idiomas
Pesquisa da BMI revela que seis em cada dez
brasileiros desejam estudar fora do país
Ana Luiza Acórsi Gurgel/Divulgação
Vivenciar
uma experiência no exterior pode proporcionar crescimento pessoal ou boa
visibilidade no mercado por meio de um intercâmbio de estudos ou de trabalho.
Segundo a última pesquisa realizada pela Business Marketing International (BMI), que
ouviu mais de 23 mil estudantes, os maiores investimentos em carreira
atualmente são em graduação e pós-graduação internacionais. O estudo também
constatou que cursos profissionalizantes de longa duração e cursos de idiomas
de curta duração estão entre os preferidos dos alunos.
O
levantamento revelou que seis em cada dez brasileiros desejam estudar fora do país e
que os estudantes estão procurando cada vez mais
cedo um intercâmbio para investimento no futuro. Nos últimos dois anos, os
estudantes de ensino superior eram a maioria. Agora, os de ensino médio estão
muito próximos de atingirem esse marco.
Para Ana Luiza Acórsi
Gurgel, que está atualmente realizando intercâmbio no município de Jaén, na
Espanha, essa oportunidade é única. “Eu ia começar a faculdade na UFMG, mas quando
apareceu a oportunidade de pedir a bolsa, me inscrevi, porque pensei que
pudesse ser a chance da minha vida de conseguir algo a mais e realmente foi”,
comenta.
Ainda segundo Ana,
como ela deseja ser professora de espanhol, ter o contato de imersão na língua
é imprescindível, uma maneira muito eficiente de aprender mais. “Eu tenho
contato com pessoas de diferentes lugares do mundo. Minhas melhores amigas são
uma menina guatemalteca, uma russa e uma espanhola. A troca de culturas é
imensa”, acrescenta.
Já pensando em seu
futuro, a estudante acredita que o intercâmbio a ajudará em sua carreira e o
fato de dominar um outro idioma também. “O mercado de trabalho brasileiro
costuma valorizar pessoas com diplomas estrangeiros. Além disso, quanto mais
idiomas você fala, mais maneiras você tem de se expressar da forma que você
quiser e onde estiver, tendo mais liberdade e ampliando sua forma de se
comunicar”, conclui.
Certificações de idioma
Segundo
o chefe acadêmico do Instituto Cervantes, Sergio Bermejo, o tempo necessário
para se falar o espanhol corretamente é relativo, pois depende do objetivo de
cada um. “Se você quer viajar para a Espanha ou conhecer o Peru, um nível B1
(Marco Comum Europeu de Referência para as línguas) seria suficiente para
enfrentar qualquer situação comunicativa no âmbito do turismo. Neste caso,
poderá alcançar um nível B1 em um ano. Caso queira estudar em uma
universidade na Espanha ou Argentina, por exemplo, necessitará um
nível B2 ou até um C1. Nestes casos necessitará de dois a três anos,
aproximadamente. Estes níveis também serão úteis para trabalhar em uma
multinacional”, comenta Sergio.
Vários
países exigem formação mais avançada e certificação internacional do idioma
para o exercício de algumas atividades. Por esse motivo, muitas pessoas ao se
cadastrarem para concorrer as bolsas de intercâmbio, ingressar em cursos de
graduação, ou até mesmo a uma vaga de emprego no exterior, são pegas de
surpresa ao ser exigido apresentar a certificação de língua estrangeira. Os
exames de proficiência garantem que o candidato tenha um certo domínio do
idioma. Para difundir a cultura e o ensino de espanhol no Brasil, o
Instituto Cervantes, órgão oficial do governo da Espanha, além de oferecer
cursos de especialização no idioma, é o responsável por realizar os exames de
proficiência.
O
DELE é o diploma oficial que atesta o grau de competência e domínio do idioma.
Ele é conferido pelo Instituto Cervantes em nome do Ministério de Educação e
Formação Profissional da Espanha e reconhecido internacionalmente entre
instituições e autoridades educativas públicas e no meio empresarial e
comercial.
Além
do DELE, com o intuito de ajudar as pessoas que precisam receber a
certificação em espanhol de forma mais ágil, o Instituto Cervantes, a
Universidad Nacional Autónoma de México, a Universidad de Salamanca e a
Universidad de Buenos Aires idealizaram as provas do SIELE (Serviço
Internacional de Avaliação da Língua Espanhola). A certificação oferece quatro
modalidades e segue o Marco Comum Europeu de Referência (MCER). É completamente
digital (inscrição, realização das provas, resultados e certificado) e os
resultados saem em até três semanas (prazo máximo).
Cursos
no exterior
Visando ampliar a disseminação da língua e cultura espanhola, o Instituto Cervantes organiza, todos os anos, em parceria com órgãos do governo e outras instituições, programas de cursos na Espanha. Há opções em Alcalá de Henares, Madri, Burgos, Toledo e El Escorial. Os programas promovem formação linguística e cultural por meio de imersão e visitas guiadas em locais emblemáticos de cada cidade, sempre relacionados aos conteúdos vistos em aula.
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