Indústria é resiliente em cenário econômico instável
Boletim Simespi/Esalq mostra aumento de horas trabalhadas, crescimento
nas exportações de veículos e maior demanda do agronegócio por máquinas
A indústria do setor metal-mecânico de Piracicaba e região dá sinais de
resiliência diante do panorama pouco animador da economia brasileira, marcada
por juros altos, preços dos combustíveis e energia em elevação e massa de
salários comprimida. É o que mostra a sexta edição do Boletim de Conjuntura
Industrial, elaborado pela Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz) e o Simespi (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas,
de Material Elétrico, Eletrônico, Siderúrgicas e Fundições de Piracicaba,
Saltinho e Rio das Pedras).
De acordo com o levantamento realizado em maio passado, a resiliência da
indústria metal-mecânica pode ser observada pelo aumento do número de horas
trabalhadas nos seus diversos segmentos, elevação das exportações de veículos
automotores e produtos de metal, e maior demanda do agronegócio por máquinas
agrícolas e outros bens de capital.
Estudo direcionado da representatividade da indústria na região do
Simespi (formada por Piracicaba, Saltinho, São Pedro e Rio das Pedras) revela
que 2% dos empregos industriais do estado de São Paulo estavam nesta região em
2020. “Na região, a indústria é responsável por empregar 33% da mão de obra
formal, um percentual bastante elevado quando comparado ao estado de São Paulo
(18,4%) e ao Brasil (17%)”, aponta o relatório. “Mesmo com as intempéries
geradas pela crise sanitária de 2020, o setor ainda gerou um saldo positivo de
4% nas contratações naquele ano, enquanto os demais setores da economia
apresentaram reduções da massa de trabalhadores”, diz trecho do editorial.
O Boletim de Conjuntura Industrial é assinado por Carlos Eduardo de Freitas Vian, Bruno Pissinato, Ecyr Mainardi Lara Salles, Gabriel Casassa Schoendorf, Catarina Barbosa Careta, Cristiane Feltre e André Vieira Lobo.
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