JULHO VERDE - Mesmo com fatores de risco conhecidos e sinais aparentes, 8 entre 10 tumores de Cabeça e Pescoço são descobertos em fase avançada
Com "Sinais que podem mudar
histórias", Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP) mobiliza
sociedade para prevenção e diagnóstico precoce dos tumores que acometem a
região de cabeça e pescoço como boca, laringe e tireoide
Ao contrário do que ocorre em outros
órgãos, quando o câncer acomete a região de cabeça e pescoço, a doença pode ser
visível ou palpável. Apesar disso, os sinais não são percebidos na maioria dos
casos. No Brasil, 8 entre 10 casos de câncer que acometem, por exemplo, a
cavidade oral, são descobertos já em fase avançada. Como consequência, o
diagnóstico tardio resulta em menor chance de controle da doença, pior
qualidade de vida para o paciente, maiores taxas de morbidade e mortalidade,
maior risco de mutilação em razão da necessidade de cirurgias mais extensas,
maior complexidade de outras modalidades de tratamento e maior demanda por
reconstrução facial, assim como mais desafios na reabilitação do paciente.
Em meio a este cenário, o Grupo
Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP), em alusão ao Julho Verde, mês de
conscientização sobre a doença, lança a campanha “Sinais que podem mudar
histórias”, com ações que buscam o envolvimento da sociedade, imprensa,
gestores e profissionais da saúde, formadores de opinião e educadores para que
o máximo de pessoas, de todas as faixas de idade, conheçam a doença e saibam
sobre as causas, sintomas, como prevenir e como fazer o autoexame para
identificar alterações suspeitas.
A missão com a campanha é contribuir
diretamente na difusão de informação diferenciada sobre a doença, fatores de
risco e sintomas. “Além de apontar para quais sinais todos nós devemos estar
atentos, vamos alertar para a associação destes tumores com tabagismo, consumo
de álcool e infecção pelo vírus HPV. Sempre com um conteúdo didático,
referenciado e qualificado, com linguagem acessível a todos”, afirma o
oncologista clínico Thiago Bueno de Oliveira, presidente do GBCP.
CONTEÚDO SOBRE TODOS OS TIPOS DE CÂNCER
DE CABEÇA E PESCOÇO
A campanha “Sinais que podem mudar
histórias”, traz para este Julho Verde uma programação especial de conteúdo
sobre prevenção, diagnóstico e tratamento dos diferentes tumores que acometem a
região de cabeça e pescoço: cavidade oral (boca, lábios, língua, gengiva,
assoalho da boca e palato), seios da face (maxilares, frontais, etmoidais e
esfenoidais), faringe (nasofaringe (atrás da cavidade nasal), orofaringe (onde
se encontra a amígdala e a base da língua) e hipofaringe (porção final da
faringe, junto ao início do esôfago), além da laringe (supraglote, glote e
subglote), glândulas salivares e glândula tireoide.
Todo o material, incluindo as peças em
diferentes formatos, ficará disponível para download gratuito em http://www.gbcp.org.br/julhoverde2022/http://www.gbcp.org.br/. Ao divulgar, é
solicitado que sejam sempre utilizadas as hashtags #SinaisMudamHistorias e
#JulhoVerdeGBCP2022. Além do kit de divulgação, a campanha contará com cinco
lives semanais, a começar na sexta (1), às 19h, com a Live “Diagnóstico precoce
do câncer de cabeça e pescoço. Quais os desafios?” - https://youtu.be/8alEexjNCLI.
Os demais encontros serão Roda de
conversa: a experiência de quem passou pelo câncer de cabeça e pescoço (dia 7);
como evitar o câncer de cabeça e pescoço (dia 14); a importância do tratamento
multidisciplinar para o câncer de Cabeça e Pescoço (dia 21) e a qualidade de
vida do paciente pós-tratamento do câncer de cabeça e pescoço (dia 28). Outro
destaque da campanha é a série especial com histórias de pacientes que passaram
pela doença, explicando como um sinal mudou a vida de cada um deles.
QUAIS SÃO OS SINAIS?
Os principais sinais de alerta para
câncer de cabeça e pescoço são:
- Ferida na boca que não cicatriza
(sintoma mais comum)
- Dor na boca que não passa (também muito comum, mas em fases mais tardias)
- Nódulo persistente ou espessamento na bochecha
- Área avermelhada ou esbranquiçada nas gengivas, língua, amígdala ou
revestimento da boca
- Irritação na garganta ou sensação de que alguma coisa está presa ou entalada
na garganta
- Dificuldade para mastigar ou engolir
- Dificuldade para mover a mandíbula ou a língua
- Dormência da língua ou outra área da boca
- Inchaço da mandíbula que faz com que a dentadura ou prótese perca o encaixe
ou incomode
- Dentes que ficam frouxos ou moles na gengiva ou dor em torno dos dentes ou
mandíbula
- Mudanças na voz
- Nódulos ou gânglios aumentados no pescoço
- Perda de peso
- Mau hálito persistente
Vale ressaltar que a existência de
qualquer dos sinais e sintomas pode sugerir a existência de câncer, cabendo ao
médico avaliar a necessidade de se pedir outros exames para confirmar ou não o
diagnóstico. Muitos desses sinais e sintomas podem ser causados por outros tipos
de câncer ou por doenças benignas. É importante consultar o médico ou o
dentista se qualquer desses sintomas persistir por mais de duas semanas. Quanto
mais cedo for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, maiores são as
chances de sucesso:
A DOENÇA NO BRASIL E NO MUNDO
A Agência Internacional de Pesquisa em
Câncer (IARC/OMS) aponta que são esperados mais de 1,5 milhão de novos casos de
câncer de cabeça e pescoço no mundo em 2022, sendo assim o quinto câncer mais
prevalente. Considerando todos os tipos de tumores que acometem a região de
cabeça e pescoço, são mais de 460 mil mortes anuais.
No Brasil, os tipos mais comuns de
câncer de cabeça e pescoço são os de cavidade oral e laringe nos homens e de
tireoide, nas mulheres.
HOMENS |
MULHERES |
||
Próstata |
65.840 |
Mama |
66.280 |
Colorretal |
20.540 |
Colorretal |
20.470 |
Pulmão |
17.760 |
Colo do útero |
16.710 |
Estômago |
13.360 |
Pulmão |
12.440 |
Cavidade Oral |
11.200 |
Tireoide |
11.950 |
Esôfago |
8.690 |
Estômago |
7.870 |
Bexiga |
7.590 |
Ovário |
6.650 |
Linfoma não Hodgkin |
6.580 |
Corpo do útero |
6.540 |
Laringe |
6.470 |
Linfoma não Hodgkin |
5.450 |
Leucemia |
5.920 |
Sistema Nervoso Central |
5.230 |
OS FATORES DE RISCO SÃO CONHECIDOS E A
DOENÇA É EVITÁVEL
Diferente de muitos tipos de câncer, em
que as principais etiologias (causas) não são conhecidas, os principais fatores
de risco para desenvolvimento de câncer de cabeça e pescoço são bem
estabelecidos: não fumar, evitar consumo de bebidas alcoólicas e se prevenir
contra o vírus HPV, medida para a qual há vacinas na rede pública e privada de
saúde, para imunização de meninos. Há, portanto, um fator comum nos tumores de
Cabeça e Pescoço: são evitáveis.
Para ser mais exato, cerca de 40% dos
casos podem ser evitados. Não fumar, não consumir bebidas alcoólicas em
excesso, vacinar contra o Papilomavírus Humano - HPV e fazer a higiene bucal
corretamente, usar filtro solar, inclusive nos lábios. Este é o caminho da
prevenção. Mudar esta realidade depende de cada um de nós.
Desde janeiro de 2017, o Ministério da
Saúde oferece a proteção de meninos contra o vírus HPV. Essa medida se soma à
imunização que já ocorria desde 2014 nas meninas. As vacinas contra HPV
protegem contra os dois subtipos do vírus mais associados com câncer. Esses
HPVs oncogênicos – 16 e 18 - são também prevalentes em tumores de cabeça e
pescoço, principalmente de orofaringe.
“A contribuição de todos nesta causa é
muito importante. Juntos, podemos amplificar e construir uma base de informação
sólida que quebre o desconhecido e gere transformação. Queremos que a
informação correta e atualizada sobre o câncer de cabeça e pescoço chegue a
todos os profissionais de saúde e para a população em geral”, reforça o
presidente do GBCP, Thiago Bueno.
POR QUE DIAGNOSTICAR PRECOCEMENTE É TÃO
IMPORTANTE?
Dados sobre câncer de cavidade oral e
laringe do levantamento SEER, do Instituto Nacional de Câncer dos Estados
Unidos (NCI), apontam que 86,3% dos pacientes estão vivos cinco anos após o
tratamento quando o tumor era inicial, localizado apenas no órgão. Quando a
doença se espalha pelos linfonodos a taxa de sobrevida em cinco anos cai para
69%. Com doença à distância (metástase) a taxa é de 40,4%.
A triagem do diagnóstico do câncer de
cavidade oral começa na saúde primária, pelo exame clínico (visual) durante
consulta ou durante atendimento com o dentista. A confirmação deste diagnóstico
depende da biopsia. Esse procedimento, na maioria das vezes, pode ser feito de
forma ambulatorial, com anestesia local, por um profissional treinado. A
análise do material retirado em biópsia é feita pelo médico patologista,
responsável por definir o subtipo e grau de agressividade.
Alguns exames de imagem, como a
tomografia computadorizada, também auxiliam no diagnóstico, e, principalmente,
ajudam a avaliar a extensão do tumor. O exame clínico associado à biópsia, com
o estudo da lesão por tomografia (nos casos indicados) permitem ao cirurgião
definir o tratamento adequado. As lesões muito iniciais podem ser avaliadas sem
a necessidade de exame de imagem num primeiro momento.
EXEMPLO DE CONTEÚDO DISPONÍVEL PARA
DOWNLOAD GRATUITO EM: http://www.gbcp.org.br/julhoverde2022/
O MANIFESTO
SOBRE O GBCP - O Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço é uma organização sem fins lucrativos estabelecida por meio da colaboração voluntária de seus membros, profissionais da área da saúde envolvidos na jornada de cuidado do paciente com tumores de cabeça e pescoço. O GBCP é um grupo multiprofissional com a missão de influenciar todo o ciclo de cuidado do câncer de cabeça e pescoço no Brasil, atuando em quatro frentes de trabalho: comunidade geral, cuidados com pacientes e cuidadores, profissionais de saúde e pesquisa científica.
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