Memória das Africanidades em BH
Escassez de referências à população
negra nas narrativas de memória e história da capital mineira é o ponto de
partida para projeto inédito de pesquisadoras negras
Um projeto, realizado com recursos da
Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, busca registros das
trajetórias, experiências e lugares de memória da população negra em BH, tendo
como referência a perspectiva de mulheres negras.
Apesar de pouco referenciadas, essas
mulheres são protagonistas fundamentais na (re)existência de famílias e
comunidades. Muitas delas na atualidade, como no passado, guardam e disseminam
em suas comunidades conhecimentos, tecnologias ancestrais que possibilitam
viver em um contexto de negação à existência dos corpos negros na cidade.
Esses “achados” serão disponibilizados
em plataforma online e colaborativa, georeferenciando no mapa de Belo
Horizonte, espaços marcantes para a história das presenças negras na cidade. O
acesso será gratuito.
Para isso, uma equipe de pesquisadoras e
pesquisadores está levantando referências bibliográficas sobre a história da
cidade de Belo Horizonte, bem como referenciais da produção do espaço urbano e
arquitetônico.
Esse estudo também será enriquecido com
debates acerca do tema das relações raciais, raça e racismo, buscando evidenciar
as relações de apagamento e resistências das presenças negras na cidade. O
primeiro seminário já tem data marcada para 13 de junho com nomes como Maria Luiza de Barros,
da coletiva Terra Preta Cidade e da artista literária Nívea Sabino. Mais informações, em breve.
Como resultado do projeto, além dos
seminários e da plataforma colaborativa, será realizado, no próximo ano, um
percurso presencial, em locais significativos da memória e da história da
população negra. Na ocasião, será possível experienciar o espaço e escutar
narrativas.
Para dar visibilidade a esse tema e às
importantes personagens encontradas, gostaria de sugerir entrevistas com
mulheres negras que se destacam como portadoras de memórias da população negra
em seus bairros/comunidades.
Divulgar esse projeto beneficia a toda a sociedade, ao incentivar o debate público em torno do tema, inspirando novos olhares e perspectivas efetivamente mais democráticas para o presente e o futuro da cidade.
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