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Mobilidade urbana: quais os principais desafios no cenário brasileiro?

Se tratando de meios de transporte, o Brasil enfrenta uma grande crise de mobilidade que se estende há décadas

Créditos: iStock

Mobilidade urbana enquadra todo tipo de deslocamento que as pessoas podem realizar dentro da cidade grande, indo desde veículos pessoais até o transporte público, que também é um fator determinante neste quesito. É uma gestão pública de alta prioridade que, no Brasil, vem gerando mais preocupação ano após ano, pois é um setor que nunca recebeu muito investimento e, com o aumento constante da população, apresenta uma situação cada vez mais precária.

O primeiro grande problema da mobilidade urbana brasileira é o transporte público, que não consegue atender a grande demanda dos principais centros urbanos do país. Mesmo que alguns estados, como São Paulo, contem com sistema metroviário (além dos ônibus), a superlotação em horários de pico (de manhã e no fim da tarde) dificulta muito a vida das pessoas que dependem destes meios de locomoção, o que acaba servindo de incentivo para que invistam em um veículo próprio.

Contar com um automóvel pessoal é algo positivo, mas isso também contribuiu com um aumento descontrolado no número de veículos circulando nos centros urbanos, o que consequentemente gera trânsito e engarrafamentos. Estima-se que um paulistano que tenha carro passa em média 45 dias do ano no trânsito, e nenhuma medida adotada pelo governo, como os rodízios, por exemplo, consegue controlar a situação. O aumento do fluxo de veículos também prejudica a atividade do transporte público, que inevitavelmente também precisa enfrentar os engarrafamentos, então todos são afetados.

De acordo com especialistas, o foco das melhorias deve ser o transporte público, e não o individual; caso contrário, não é possível alcançar uma melhora real neste cenário. A maioria da população ainda é a que não possui automóvel próprio, tanto que o vale-transporte da empresa ainda é um dos benefícios mais básicos do mercado de trabalho. A medida inicial para se obter progresso é investir mais no transporte público de massa, o que inclui mais ônibus, metrôs e terminais.

Outro ponto importante que merece mais atenção é o incentivo a meios de transporte alternativos, como a construção de ciclovias, para estimular mais pessoas a se locomoverem sem a necessidade de carros ou motos. Com mais opções como essa, o uso de automóveis se torna menos atrativo, o que ajudará a desafogar o trânsito aos poucos. Ainda assim, faltam políticas públicas que conscientizem a população a respeito da importância de aderir a essas alternativas, pois enquanto os veículos próprios continuarem sendo os meios de transporte mais valorizados, a mudança não acontecerá.

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