Preço das passagens aéreas dispara em 2022, aponta relatório
Pesquisa apresentada pela Onfly, com base em
dados da Anac, mostra como fatores geopolíticos e pandemia influenciaram na
alta dos preços dos bilhetes aéreos
Até fevereiro deste ano, a alta foi de quase 15%
Os preços das passagens
aéreas no Brasil dispararam em 2022. É o que mostra uma pesquisa conduzida pela
Onfly, startup especializada em gestão de viagens e despesas para empresas, com
base em dados extraídos da própria plataforma e do site da Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil). Apenas em 2021, as tarifas aumentaram 19,3% e, em
2022, até fevereiro, a alta foi de quase 15%.
Para os trechos com
maior tráfego de passageiros, o aumento foi ainda maior, entre três e quatro
vezes. Além das empresas diminuírem as tarifas promocionais, que levavam os
preços para baixo dos valores convencionais, ainda foram adicionados os
reajustes. Por exemplo: os trechos São Paulo (Congonhas) ao Rio (Santos Dumont)
e São Paulo (Congonhas) à cidade de Belo Horizonte (as duas rotas comerciais
mais importantes do país) apresentaram as maiores variações. O preço da
passagem chegou a ficar quatro vezes mais caro, lembrando que são viagens que
levam, dê avião, em torno de 1 hora e 20 minutos.
Veja a tabela abaixo,
com informações retiradas da base de dados da Onfly:
Dois foram os fatores
primordiais para o grande aumento no preço dos voos nacionais. O primeiro fator
foi o reajuste que as companhias aéreas realizaram no período de flexibilização
e retomada das viagens pós-pandemia da Covid-19. Sejam viagens de negócios ou
turismo, as empresas aéreas seguraram os valores das passagens com preços
promocionais artificialmente devido à baixa demanda e procura durante a
pandemia.
Outro fator de enorme
influência foi a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que bagunçou o mercado
mundial energético e de combustíveis. As incertezas dentro do cenário
macroeconômico mundial elevaram, com valores recordes, o preço do petróleo,
influenciando expressivamente o preço médio do querosene de aviação (QAV),
somado ao aumento na cotação do dólar, que pressionou cada vez mais o setor da
aviação, com efeitos diretos nas passagens aéreas nacional e internacional –
focos de discussões dentro e fora do mercado.
“Em abril de 2021,
nosso tíquete médio na Onfly era de R$ 1052,00, com ADVP (tempo de antecedência
de compra) de 8 dias. Atualmente, o tíquete médio está em R$ 2155,00, com ADVP
de 14 dias, o que mostra uma variação de 104% em um ano, mesmo com o cliente
planejando para comprar com mais antecedência”, relata Marcelo Linhares, CEO da
Onfly.
Linhares dá algumas
dicas de como empresas que dependem do deslocamento aéreo podem tentar
minimizar os efeitos da disparada de preços. Ele orienta que, sempre que
possível, os viajantes optem pela antecedência. Com a redução dos preços
promocionais, quanto antes a compra, melhor a chance de conseguir um valor
menor.
Também é importante
usar sistemas de gestão de viagens que entregam dados em tempo real e ajudam em
vários outros quesitos relacionados ao deslocamento dos colaboradores. Assim, é
possível potencializar as rotas de acordo com os roteiros pré-estabelecidos e,
às vezes, até fugir da rota aérea e viabilizar outras possibilidades, como
locação de carro ou ônibus.
“Quanto melhor a gestão
das viagens dentro de uma organização, maiores serão as economias e menores os
efeitos dos aumentos das passagens aéreas. Por exemplo, uma passagem de Belo
Horizonte para São Paulo com 16 dias de antecedência pode ser encontrada por R$
300,00, este mesmo trecho, comprando com um dia de antecedência, pode custar
até cinco vezes mais caro”, finaliza Marcelo Linhares.
Marcelo Linhares, CEO da Onfly
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