Privatização da Eletrobras: Quais ganhos e riscos os investidores podem ter?
Lucro utilizando FGTS nas privatizações de Vale e Petrobras
foram superiores a 600%; Especialista explica se vale a pena comprar as
"novas" ações da empresa
Daniel Abrahão, assessor de investimentos na
iHUB Investimentos
Divulgação
Nos últimos dias, a
privatização da Eletrobras (ELET3) foi confirmada pelo Tribunal de Contas da
União (TCU) e se tornou o centro das atenções dos investidores, por se tratar
de uma das privatizações mais aguardadas dos últimos anos. Com isso, o mercado
está atento ao lançamento das ações na bolsa de valores do Brasil, no dia
13/06.
A privatização da Eletrobras é
semelhante, de certa forma, à que ocorreu com a Vale (2002) e a abertura do
capital da Petrobras (2000). Com o lançamento de parte das ações do Governo
Federal, junto de um Fundo Mútuo de Privatização (FMP), em que qualquer pessoa
pode utilizar o FGTS na aquisição da parcela acionária da União, os
investidores visam obter grandes ganhos, o que já aconteceu no passado.
Segundo a XP Investimentos, o
investidor que colocou 50% dos seus recursos do FGTS em um FMP simulado na
Vale, uma das empresas citadas acima, obteve retorno de 2.235,13%. Já o
investidor que colocou 50% dos seus recursos no fundo simulado da Petrobras,
outra opção oferecida ao mercado recentemente, obteve retorno
de 649,36% no mesmo período.
Desempenho do FGTS utilizado na privatização de Vale e Petrobras ao longo dos anos XP Investimentos |
“Eu sempre digo que o FGTS
rende pouco, porém, é super seguro, e quando falamos de qualquer investimento
em renda variável temos a possibilidade de rentabilidade muito maior, mas
possibilidade de perda de capital”, comenta Daniel Abrahão, especialista no
mercado financeiro e assessor de investimentos na iHUB Investimentos.
O especialista ressalta que
novos FMP’s que venham a comprar ações de empresas que passarão por processos
similares não terão necessariamente o mesmo comportamento e
desempenho (retorno).
Como se trata de um
investimento no mercado de ações (renda variável), é recomendado apenas para
uma parcela de investimentos mais arriscados e que preferencialmente visam o
longo prazo. Além disso, sempre é importante relembrar que a rentabilidade
passada não é garantia de rentabilidade futura.
Como deve se comportar
o investidor que já possui ações na carteira?
Na próxima segunda-feira
(13/06), ocorre o lançamento de parte das ações do Governo Federal na bolsa de
valores de São Paulo. A oferta primária será, inicialmente, de 627.675.340
novas ações. Já a oferta secundária será de 69.801.516, atualmente detidas pelo
Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).
O investidor que já possui
ações da Eletrobras na carteira, deve ficar atento à volatilidade que pode
ocorrer nas próximas semanas a partir do lançamento das novas ofertas de ações.
Precificada a R$42, como definido na última quinta-feira (09/06), a desejada
estabilidade no preço pode não vir neste primeiro momento.
Decisões que envolvem
investimentos em renda variável nunca são uma receita de bolo, e envolvem
muitos motivos de exposição, como a proporcionalidade em relação à carteira
como um todo e a parcela de capital em ações, além dos objetivos do investidor.
A análise requer, logo no princípio, o entendimento da individualidade desses
pontos para cada investidor.
“É importante salientar o famoso ditado do mercado financeiro ‘sobe no boato e
cai no fato’ ou seja, a informação da privatização não é novidade para o
mercado, ainda mais da Eletrobras que vem se desenrolando a mais de dois anos,
dito isso, muito da privatização da Eletrobras está no atual preço, e teremos
volatilidade acima do normal no papel nos próximos meses”, explica Daniel.
Vale a pena comprar as
“novas” ações da Eletrobras?
Tido como um consenso no
mercado financeiro, as perspectivas para a Eletrobras são favoráveis com a
saída do governo como controlador e acionista majoritário, mas isso não
significa ser um investimento livre de riscos ou a melhor opção da bolsa no
momento.
A expectativa de ganho de
eficiência, estrutura mais flexível e a possibilidade de investimentos mais
assertivos explicam a alta demanda vista nos primeiros dias do período de
reserva. A empresa pode, inclusive, alcançar o teto de arrecadação estipulado no
plano de privatização, cerca de R$35 bilhões.
Portanto, o especialista da
iHUB Investimentos destaca o fato de se tratar de um investimento no mercado de
ações - renda variável -, que é recomendado para uma parcela de investimentos
mais arriscados e que visam o longo prazo, pois, é muito difícil prever ou
antecipar uma rápida alta no preço do ativo.
“Pode ser uma oportunidade,
porque a expectativa do mercado é pela valorização da empresa, porém, para quem
não possui um perfil compatível com renda variável, abrir mão do perfil de
investidor é perigoso, pois está indo contra a necessidade e o que tolera
risco. Não suportar a volatilidade de ativos de renda variável no decorrer dos
anos, pode inclusive atrapalhar a saúde emocional do investidor”, finaliza Daniel
Abrahão.
Sobre iHUB
Investimentos
A iHUB Investimentos é uma empresa especializada em assessoria de investimentos credenciada pela XP Investimentos. Possui mais de 3,5 mil clientes, somando mais de R$1 bilhão em valores investidos sob custódia.
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