Projeto que autoriza acompanhantes à mulheres que realizaram mastectomia avança na ALESP
As deputadas Leticia Aguiar, Janaina Paschoal e
Valéria Bolsonaro, assinam o projeto em conjunto
A Comissão de Saúde da Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo, deve se reunir para debater o parecer do
relator ao PL 912/2019 - de autoria das deputadas Janaina Paschoal, Leticia
Aguiar e Valeria Bolsonaro, que garante o direito a acompanhante no pós-operatório
aos pacientes submetidos à mastectomia, na rede pública ou privada de saúde do
Estado.
O relator da matéria foi o deputado José
Américo que deu parecer favorável a aprovação da propositura.
Anteriormente a Comissão de Constituição
Justiça e Redação (CCJR), já havia aprovado o projeto de lei
912/19, que garante o direito a acompanhante no pós-operatório aos
pacientes submetidos a mastectomia, na rede pública ou privada
de saúde do Estado de São Paulo, a deputada Leticia Aguiar (PSL),
em parceria com as deputadas Janaina Paschoal e Valéria Bolsonaro, assinam o projeto em conjunto.
Segundo a deputada Leticia Aguiar
permitir a presença de um acompanhante vai ao encontro do crescente movimento
de humanização hospitalar e de atenção a todas as áreas que envolvem a saúde do
paciente. “Neste caso,
garantir que alguém possa estar do lado da paciente operada, que enfrentou
todos esses desafios, em um momento de extrema delicadeza, é um direito básico
à dignidade humana dessas mulheres”, disse a parlamentar.
A mastectomia é um procedimento que
consiste na remoção cirúrgica de toda a mama, sendo utilizada como um dos meios
indicados no tratamento do câncer de mama. Por se tratar de intervenção
extremamente invasiva ao organismo, a mastectomia gera fortes efeitos
colaterais, sobretudo nos primeiros dias pós-cirurgia, como dor, inchaço na
parte superior do braço, hematomas, limitação nos movimentos dos braços e do
ombro, dor neuropática na parede torácica, dentre outros.
O período de recuperação da cirurgia
depende do organismo de cada paciente, podendo variar entre alguns dias, até
semanas. Trata-se de uma recuperação delicada devido ao corte de alguns nervos
sensoriais durante o procedimento para remover o tecido mamário.
Levando em conta que os primeiros dias
após a realização da cirurgia são os com maiores efeitos colaterais, qualquer
tipo de movimentação se torna inviável ou feito com muita dificuldade.
Atividade mínimas, como movimentar os braços para se alimentar ou trocar de roupa,
são praticamente impossíveis de serem realizadas.
Além disso, também é preciso considerar
as consequências emocionais causadas pela mastectomia, em especial para as
mulheres, que são as principais vítimas do câncer de mama. Após passar pelo
primeiro impacto em saber que está com câncer, a mulher passa pela difícil
decisão de proceder à retirada total da mama e, na maior parte das vezes, é
tomada por inúmeras alterações psíquicas, como diminuição da autoestima,
alteração da autoimagem e comprometimento da sexualidade. Isso porque a mama
representa, para a grande maioria das mulheres, um símbolo da feminilidade, de
modo que sua retirada acarreta o medo de não mais ser aceita por seu parceiro.
Se a Comissão de Saúde aprovar o parecer
do relator, o projeto seguirá para a Comissão de Finanças antes de ser
encaminhada para votação em plenário.
DADOS
É importante ressaltar que, embora o presente projeto tenha sido inspirado no
depoimento de uma mulher, o número de mulheres que realizam a mastectomia é
extremamente elevado. Um estudo realizado por pesquisadores da Rede Goiana de
Pesquisa em Mastologia revelou que, entre os anos de 2008 e 2015, 210 mil
mulheres realizaram cirurgias de câncer de mama no Brasil, dentre as quais 92,5
mil (quase 44%) foram submetidas à cirurgia de mastectomia.
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