Protagonismo do Franqueado e Empoderamento das equipes
Por - Adir Ribeiro - CEO e Fundador da Praxis
Business
“Pense nisso, e não pense isso”, diz o
autor e filósofo Mario Sergio Cortella. O “pense isso” é impositivo, mas, o
“pense nisso” é reflexivo e provocador, é um convite à reflexão, dá-nos a
liberdade de escolha e aponta para um ‘ensinar a pensar de forma crítica’.
Vivo do e para o Franchising há 28 anos.
Acompanhei diversos movimentos e a evolução do segmento. Havia um tempo em que
se falava da padronização de processos e da marca de forma bastante impositiva
(“faça Isso”) e muitas vezes punitiva. Mas neste tempo em que a constante
é a mudança, o discurso é outro, por exemplo, em vez de padronização
ressalta-se mais: a importância de oferecer a mesma experiência de compra ao consumidor
independentemente de qual seja o ponto de contato com a marca – uma experiência
excepcional, conveniente, encantadora.
Agora falamos mais em autonomia aos
Franqueados – uma liberdade, é claro, acompanhada de muita responsabilidade!
Falamos de contexto versus controle. Um livro que me impactou muito neste
sentido foi “A regra é não ter regras: a Netflix e a cultura da
reinvenção”. Menos comando e controle. Menos verticalidade nas relações.
Quer ver um exemplo prático? Durante o
contexto de pandemia, com as lojas físicas fechadas, quantas Franqueadoras que
nunca permitiram ao Franqueado ter sua própria página nas redes sociais
passaram a dar autonomia para a criação dessas páginas locais? Colocaram na
balança: O risco de perder qualquer oportunidade de venda era maior que o risco
de arranhar a padronização da comunicação de marca.
Aprendemos, por fim, que não existe
tanto problema assim que os Franqueados tenham mais liberdade no marketing
digital desde que – e coloco ênfase neste ‘desde que’ – haja responsabilidade. Haja responsabilidade com alinhamento!
Mas vou além: desde que as diretrizes estejam bem definidas (por exemplo, num
brandbook) e que os Franqueados recebam uma capacitação adequada (por exemplo,
com workshops de marketing). E não foram poucas as Franqueadoras que seguiram
por esse caminho. Não faltou consciência sobre a importância de ‘ensinar a
fazer, a pensar, a atuar’, dentro dos padrões da marca (porque sim, os
processos importam). Que bom!
Pois bem, então agora chego ao tema
central deste artigo: devemos
saber que não adianta esperar protagonismo, se a relação é de comando e
controle. É preciso dar mais informações e menos ordens. Empoderar os
Franqueados e provocá-los para que se desenvolvam continuamente e que se
superem dia a dia. Precisamos falar de Empoderamento dos
Franqueados e das equipes. Um dos papéis da equipe de suporte da Franqueadora,
portanto, é ensiná-los a aprender. Isso permitirá que o Franqueado possa
responder com mais efetividade às aceleradas mudanças.
Aprender a aprender está diretamente
relacionado às competências denominadas “visão” e “pensamento crítico”, que
podem ser desenvolvidas. Há diversas maneiras para se atingir uma meta
que é comum a todos. Cada um pode usar de seu conhecimento para chegar ao mesmo
resultado de maneiras diferentes ou até mesmo superá-lo, por ter se desafiado a
pensar de maneiras diversas sobre como atingir o esperado.
Além disso, outro modo de se desenvolver
novas formas de pensar e fazer suas atividades, está na troca de experiências.
Rodas de conversa sobre boas práticas, por exemplo, podem trazer valiosos
insights. Por isso, estimular a troca entre os Franqueados, também pode ser uma
experiência incrível.
Desafiar as pessoas a pensar e a
refletir sobre como se comportam no dia a dia e como vêm atingindo seus
resultados, pode
levar à geração de novas ideias, inovação e melhores resultados. Empoderar o
franqueado com o desenvolvimento das competências associadas ao protagonismo,
proatividade e empreendedorismo, o levará a se empoderar, descobrindo novas
formas para fazer o seu negócio prosperar. Além disso, ele próprio deve
estimular a cultura de aprendizagem no seu time, favorecendo o diálogo e a
transparência.
Vale destacar a importância de Programas
de Excelência e de Modelos de Suporte alinhados a esse novo contexto. Tenho
sido enfático também no discurso de que o problema do adulto não é o que ele
não sabe, mas sim o que ele investiu muito (tempo, energia, recursos) para
saber e não quer abrir mão – como antigas crenças, mentalidades, conhecimentos
que podem estar obsoletos! Então cabe a nós o exercício de ajudar nossas
equipes a se libertarem dessa prisão.
E nosso papel não é o de fornecer todas as respostas, mas, antes, sensibilizar para a necessidade de uma aprendizagem contínua (Lifelong Learning) e para uma aprendizagem que permeia toda a nossa vida, que encontra em todos os espaços uma oportunidade de autodesenvolvimento (Lifewide Learning). Pense nisso!
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