Startup não é tudo igual — e generalizar é um erro
Artigo de Beatriz Ambrosio, head de comunicação
e marketing da startup de educação Layers Education
Nos últimos meses, uma
série de notícias negativas se espalhou pelo campo das startups e fintechs.
Demissões no QuintoAndar, queda livre das ações do Nubank, resultados apáticos
do Banco Inter e prejuízo até no Magazine Luiza - que embora não seja uma
startup, imitou ser uma e brilhou na bolsa nos últimos anos pela transformação
digital pilotada por dona Luiza Trajano e seu filho Frederico.
O inferno-astral das
empresas digitais revela, com clareza, que toda startup, assim como qualquer
empresa tradicional, está sujeita às tempestades da economia e aos riscos
inerentes de qualquer negócio. A pandemia e os estragos que ela causou aos
empresários, ainda está fresca na memória de todos para provar que, seja qual
for o ramo de atividade ou ideia genial e disruptiva de uma startup, conviver
com as ameaças faz parte do jogo.
Nesse contexto, a
mensagem principal é que, como uma impressão digital, nem toda startup é igual.
Quanto maior a empresa, maior o aporte, maior a pressão dos novos sócios por
crescimento acelerado e exponencial, maior será o tombo - se houver, é
claro.
Não se pode generalizar
eventuais perdas de alguma popstar do universo das empresas digitais ou mesmo
de unicórnios com o crescimento ordenado da nova geração de startups que está
surgindo.
As startups que estão
colhendo crescimento saudável são aquelas que, de forma responsável e bem planejada,
estão captando investimentos em rodadas seed, pré-seed e que dão match com
investidores que têm propósitos semelhantes, afinidade com o core da empresa e
ambição de crescimento. Não ganância.
São essas empresas que
estão conseguido atingir antes o tão cobiçado breakeven, que estão gerando
novas oportunidades e agregando valor à empresa e aos investidores.
Por isso, a forma de
comunicar as startups no mercado está em transformação. Com mais maturidade e
massa crítica, o mercado começa a perceber que valuations bilionários, aportes
exuberantes e taxas de crescimento de três dígitos podem não representar o
sucesso ou o fracasso da nova empresa.
Afinal, como em uma maratona, vence não aquele que dispara na frente logo no início, mas os que, com planejamento, estratégia e uma boa dose de resiliência, mantêm um bom ritmo do começo ao fim.
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