Projeto de Vida é tema obrigatório de discussão para estudantes do Novo Ensino Médio
A implementação da
Base Nacional Comum Curricular trouxe para o ambiente escolar a disciplina
Projeto de Vida, que pretende ajudar os estudantes a responderem perguntas como
“Quem eu sou?” e “Quem eu quero ser?”, e articularem o caminho entre elas. Com
o caráter obrigatório, a matéria propõe incentivar a reflexão sobre o futuro e
promover o autoconhecimento.
O Sistema Gabarito
de Ensino já colocou em prática a nova disciplina. “Por ser novo, é algo
desafiador. Mas foi muito bem recebido pelos nossos alunos, porque valoriza as
competências e habilidades de cada indivíduo e torna-se uma ferramenta para
ajudá-los a fazerem melhores escolhas para suas vidas, no presente e no
futuro”, explica o professor responsável pela disciplina, Estéfani Martins.
O Projeto de Vida
aborda três dimensões diferentes, permitindo o desenvolvimento de um pensamento
mais abrangente para o jovem, evitando que ele deixe de lado aspectos
essenciais para o seu conhecimento e planejamento de futuro. Na dimensão
pessoal, trabalha-se o autoconhecimento, com o objetivo de fazer com que os
jovens se reconheçam como sujeitos desenvolvendo a construção de identidade,
seus valores, o reconhecimento da própria origem e a forma de lidar com os
sentimentos. Já na dimensão social, estimula-se os jovens a refletirem sobre as
relações interpessoais. Não só com o seu entorno mais próximo — familiares e
colegas de escola — mas, também, da relação com o mundo, e o impacto que essas
relações provocam. E, por último, na dimensão profissional trabalha-se a
inserção e permanência do jovem no mundo profissional e sua atuação produtiva
no futuro, adequando-se ao século XXI e à constante transformação do trabalho,
abordando temas como a criatividade, o uso da tecnologia e o empreendedorismo,
entre outros.
De acordo com
Martins, no ano passado, foi feita uma pesquisa com os alunos sobre o que eles
consideravam as maiores lacunas, tanto na formação acadêmica, quanto pessoal.
As respostas compuseram um dos pilares para a construção da disciplina, que
abrange temas como metodologias de estudo, educação financeira, como lidar com
novas tecnologias, mercado de trabalho etc.
O Sistema Gabarito
dá espaço ao diálogo respeitoso, com argumentação sustentada por preceitos
técnico-científicos e respaldados pelos direitos humanos. “Dessa forma,
conseguimos acolher a diversidade cultural e política dos nossos alunos. Porém,
sempre confrontando com dados de realidade, como é nosso dever como
educadores”, explica Martins. Com essa base, alunos podem repensar suas
concepções e/ou ter mais segurança diante de seus valores e propósito de vida.
As aulas da
disciplina são ministradas dentro da grade horária curricular, e podem ter
conexão com outras disciplinas, como redação ou educação financeira. O
professor explica que, por ser uma novidade para todos, o modelo implementado
inicialmente é simples, porém competente, e tem potencial para evoluir.
A avaliação da
disciplina Projeto de Vida tem peso da mesma forma que as outras matérias
curriculares. “A proposta é fazer uma avaliação justa, para que os alunos vejam
seu esforço valorizado”, diz Martins. Ele propôs a realização de um trabalho
escrito, um vídeo, uma apresentação em grupo e um podcast ao longo dos quatro
bimestres. “Abro espaço, também, para nota extra para quem quiser ir além da
atividade proposta, sendo mais uma oportunidade para os alunos se expressarem”,
completa. Os trabalhos são feitos em equipes, tanto para resgatar a prática
agora no pós-pandemia, como para simular situações do ambiente de trabalho, com
intuito, inclusive, de ajudá-los a gerenciar conflitos que possam surgir.
A partir dessa vivência, o professor Martins espera que a disciplina seja uma referência para os alunos no futuro. “Quero que eles reconheçam futuramente situações que já viveram na escola e saibam fazer melhores escolhas, baseadas em princípios éticos e na realidade”, ressalta.
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