Você cuida de mim e eu cuido de você!
Clarisia Ramos, presidente da União e Apoio no
Combate ao Câncer de Mama (Unaccam)
O Dia dos Namorados está chegando e eu
pergunto: como anda o seu cuidado e atenção com a saúde do seu parceiro ou
parceira?
A mulher que está atenta às formas de
prevenção do câncer de mama está bem ciente que exames de rotina e autoexames
são essenciais para ajudar a diagnosticar a doença ainda em estágio inicial e
aumentar as possibilidades de cura. São ações práticas e que ajudam a aumentar
as chances de salvar a vida de uma mulher em 95%.
E nem é preciso um médico para sentir
que algo pode estar errado. A simples palpação das mamas - todo mês,
preferencialmente no período menstrual - pode anunciar o problema. Outros
sintomas são perceptíveis aos olhos, como a mama com bico invertido ou com
secreção, mamas de tamanhos muito diferentes ou, ainda, descamações ou
alteração da coloração da pele do seio, por exemplo.
São sinais de alerta para a mulher, mas
que podem ser percebidos também pelo companheiro/companheira. Afinal, os casais
costumam ter um grau próximo de intimidade, capaz de perceber até pequenas
mudanças no corpo um do outro. Um caso curioso aconteceu no Reino Unido. Em
2019, o jornal local The Sun publicou a história de Louise Stephens-Pantoja. O
comentário do marido de que o seio dela estava “um pouco esquisito” foi o que a
motivou fazer exames, que confirmaram o diagnóstico de câncer de mama. Na época
ela disse: “É melhor ser rude do que ficar em silêncio”. A britânica, mãe de
dois filhos, foi submetida a uma mastectomia completa da mama esquerda e fez
quimioterapia.
Situação semelhante aconteceu por aqui e
com gente famosa. A esposa do apresentador Marcos Mion e mãe dos filhos dele,
Suzana Gullo, foi diagnosticada com câncer de mama em 2016 e passou por um
tratamento para vencer a doença. Em um programa de televisão, Suzana disse que
foi ele quem percebeu o nódulo no seio dela e relatou como foi primordial ter o
câncer revelado precocemente e como a ajuda do marido foi importante para o
processo de descoberta e cura.
Como Mion, há muitos homens que se
mostram fiéis companheiros nestes momentos, mas não são todos que pensam e agem
desta forma. Estima-se que 70% das mulheres com diagnóstico de câncer de mama
são abandonadas pelos parceiros. O chocante índice é um dado da Sociedade
Brasileira de Mastologia.
O apoio psicológico do homem nesse
processo se faz fundamental, uma vez que é com ele que a paciente divide toda a
intimidade e deposita total confiança. Obviamente, é natural que o homem se
sinta psicologicamente abalado pelo problema de saúde da esposa. Por isso
mesmo, em muitos casos, ele não consegue se adaptar ao novo momento e acontece
o distanciamento. Por isso, a terapia se faz essencial para ambos e o
acompanhamento deve acontecer desde o início.
O câncer é acompanhado de uma
experiência de desamparo. Muitas vezes a paciente passa pelo medo da iminência
de morte e há ainda mudança brusca de rotina, desconfortos e preocupações por
conta de efeitos colaterais de medicações usadas para o tratamento, além de
alterações da imagem corporal.
A Unaccam - União e Apoio no Combate ao
Câncer de Mama, preocupada com o paciente com câncer e seus familiares, oferece
tratamento terapêutico gratuito aos casais. No tratamento psicológico, os
pacientes e seus companheiros têm espaço para serem ouvidos sem julgamentos. É
onde podem expressar sentimentos e angústias; a possibilidade de entender
melhor o momento, compreender o papel de cada um no processo e ressignificar a
doença e a vida.
Este acompanhamento psicológico deve ser
mantido mesmo após cirurgias e finalização de tratamentos, como quimioterapia.
Ele deve permanecer ao menos até o momento em que haja evidência de que o câncer
de mama não existe mais. Tempo que pode durar até dez anos. Durante todo este
período, homem e mulher podem reorganizar a vida, buscar perspectivas, criar
novas metas e estar ciente de que pode haver recorrência.
“Quem procura acha e quem acha cura” é o
lema da Unaccam. E quando há apoio e cuidado fica mais fácil diagnosticar,
tratar e curar.
Clarisia Moniz Ramos,
51 anos, empreendedora social, Presidente da Unaccam - União e Apoio no Combate
ao Câncer de Mama, arquiteta, pós-graduada em Marketing, CEO da Comunicação
Visual Ramos, Diretora de Marketing da CBFA, membro da CNTU - Confederação
Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários, Conselheira do Abrigo
Reviver, Coordenadora do Grupo de Saúde da Virada Feminina, Membro da Academia
de Saúde Integrativa, MBI em empreendedorismo e inovação, Certificate of
Achievement Dale Carnegie Course, Cursando Pós em Gestão de Saúde e Tecnologia
pela PUC Paraná, eterna apaixonada por fazer a diferença na vida das pessoas.
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