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Agosto Laranja: Mês de conscientização sobre a Esclerose Múltipla

Neurologista explica que com um bom tratamento, paciente pode ter uma vida praticamente normal

São Paulo, julho de 2022 – A esclerose múltipla (EM) ainda é tratada pela sociedade com muito receio e diversos tabus, aumentando o preconceito e difundindo informações erradas sobre a doença. Por isso, o mês de agosto ganhou a cor laranja e, assim, deu mais visibilidade à esclerose múltipla e seus impactos na vida das pessoas.

A EM é uma doença neurológica em que o sistema imunológico ataca uma estrutura que envolve os neurônios chamada mielina. A mielina faz parte da condução elétrica entre os neurônios, ou seja, da transição de mensagem entre eles, mensagem de força e de movimento, por exemplo. A lesão na mielina faz com que a pessoa tenha sintomas neurológicos.

Ela se manifesta de forma heterogênea, ou seja, existem casos muito leves e casos muito graves. Os sintomas, geralmente, acontecem em crises com duração de algumas semanas, como fraqueza, dormência ou redução da visão.

“A esclerose múltipla se manifesta de forma única em cada pessoa, tanto que os sintomas vão desde os mais leves até os mais graves. Existe a possibilidade do paciente apresentar sintomas neurológicos leves, já outra pessoa ter muita atividade inflamatória e apresentar sintomas mais graves. Em alguns casos, a doença pode deixar a pessoa com dificuldade em realizar atividades simples do dia a dia. Alguns sintomas são particularmente desconfortáveis, como incontinência urinária, dificuldade na visão e a fadiga que pode atrapalhar até mesmo a concentração”, explicou a médica neurologista e membro titular da Academia Brasileira de Neurologia, Dra. Inara Taís de Almeida.

Essa é uma doença crônica tratável, ou seja, as pessoas com EM podem ter uma vida praticamente normal. O tratamento é feito com medicamentos que regulam o sistema imunológico e com mudanças no estilo de vida.

“Sabemos que a esclerose múltipla é uma doença imunológica, por isso um dos tratamentos é o imunomodulador, que vai regular o sistema imunológico que está muito ativo. Já o outro tratamento é o imunossupressor que reduz a atividade do sistema imunológico. Existem várias medicações que agem nesses tratamentos e cada uma delas tem um perfil de segurança, alguns efeitos colaterais específicos”, falou a especialista.

A neurologista ressalta que quando o paciente é diagnosticado no estágio inicial e acompanhado de um bom tratamento, tende a ter uma boa qualidade de vida por mais tempo.

 

 

 

Sobre a especialista:

Dra. Inara Taís de Almeida - Neurologista e Neuroimunologista de São Paulo, membro titular da Academia Brasileira de Neurologia. Graduação em Medicina pela Faculdade de Tecnologia e Ciências e residência médica na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Fellowship clínico (especialização) em Neuroimunologia no Ambulatório de Doenças Desmielinizantes na Universidade Federal de São Paulo - Unifesp.

Instagram: @inara.neuro

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