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Bancos usam Inteligência Artificial para 'ensinar' clientes menos escolarizados

Programadores desenvolvem sistemas que 'conversam' e tiram dúvidas dos clientes para atrair parcela dos desbancarizados

Pesquisa Datafolha divulgada recentemente revela que, apesar do grande avanço do PIX no país, as populações menos escolarizadas ainda enfrentam dificuldade para aderir ao sistema. Segundo o levantamento, 61% dos brasileiros fazem transferências e pagamentos pelo PIX. A adesão entre pessoas com Ensino Superior chega a 79%, contra apenas 30% entre quem tem Ensino Fundamental. A falta de conhecimento em tecnologia é o gargalo a ser superado.

Para alcançar esses clientes, os bancos brasileiros investiram R$ 30 bilhões em Tecnologia da Informação em 2021, e devem chegar a R$ 35 bilhões neste ano, segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Nove em cada dez instituições financeiras (91%) decidiram alavancar seus canais digitais para melhorar o relacionamento. “A Inteligência Artificial analisa o comportamento do cliente, detecta suas dificuldades e oferece soluções adequadas a cada perfil. Pode ser um novo produto ou apenas tirar uma dúvida sobre o uso do próprio aplicativo. Estamos muito perto do dia em que a I.A. vai ‘ensinar’ a pessoa a usar o sistema”, reforça Marcelo Pereira, economista especialista em Fintechs e diretor financeiro do Popibank.


Bancos querem facilitar a vida dos usuários com a Inteligência Artificial

Sistemas antifraude
Os bancos possuem equipes de desenvolvedores permanentemente atentos às principais dificuldades dos clientes. “Na maioria das vezes os apps são simples, mas com o aumento das fraudes o Banco Central pediu para que fossem criados pontos de validação adicionais. Isso tornou mais difícil o entendimento de uma parcela da população Os esforços do sistema bancário são para que o próprio app consiga apresentar soluções para eliminar essas dificuldades e transmitir segurança ao cliente”, explica.

Conversar com o robô
A Inteligência Artificial vai fazer com que, ao abrir seu app e passar pelas validações de identidade, o cliente ‘converse’ com o sistema. “Ele vai ouvir uma voz que pode relembrá-lo sobre o que fez no último acesso e perguntar o que ele gostaria de fazer naquele momento. Com o reconhecimento facial, das digitais, íris ou até mesmo com o uso de algumas palavras-chave, o app confirma a identidade dessa pessoa e executa o que ele deseja, sem a necessidade de tantos cliques”, projeta o economista do Popibank.

O economista especialista em fintechs Marcelo Pereira

Auxílio Emergencial
A criação do Auxilio Emergencial durante a pandemia também empurrou milhões de brasileiros para dentro do sistema bancário, já que é a única forma de receber o benefício. “Muita gente, quando abriu sua primeira conta, percebeu que usar o banco pela internet não era tão difícil. Isso beneficiou os bancos digitais, justamente porque foram os primeiros a investir na criação facilidades, rapidez e em um relacionamento personalizado ao perfil de cada cliente”, completa Marcelo Pereira.

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