Conheça os principais desafios de Cibersegurança do Open Banking no Brasil
Especialista reforça quais são os principais
desafios de Segurança e dá dicas de como as fintechs podem se protegerem e
estar sempre um passo à frente dos criminosos
Já
é possível afirmar que o Brasil é um dos principais sistemas financeiros do
mundo, de maneira personalizada às necessidades do país. E não é de se espantar
que o setor financeiro é considerado, tradicionalmente, como o principal alvo
de ataques cibernéticos no Brasil. Segundo uma pesquisa realizada pela FEBRABAN
- Federação Brasileira de Bancos, somente no primeiro semestre de 2021 houve um
crescimento de 165% nos golpes de criminosos virtuais que fazem uso da
Engenharia Social, em comparação ao segundo semestre de 2020.
De
acordo com o relatório Proteção de Aplicativos, divulgado pela empresa
norte-americana de softwares, F5 Networks, entre 2018 e 2020, a insegurança
aumentou consideravelmente, especialmente os ataques cibernéticos, que
cresceram 55%. Os invasores exploram principalmente os APIs, que são programas
que possibilitam a interface do Open Banking por meio da troca de dados entre
as organizações financeiras. Em 2020, 50% das APIs usadas no Open Banking foram
alvos dos atacantes.
O
open banking vem sofrendo alguns desafios de Segurança em adoção no Brasil.
Josemando Sobral, CEO da Unxpose, startup de cibersegurança que tem como missão democratizar e simplificar
o acesso à proteção digital para startups e PMEs listou alguns principais
entraves da cibersegurança e como se comportar diante delas:
1. Um novo reino para o Phishing
Os
criminosos e golpistas terão um novo reino para atacar. Temos visto falsos
formulários e aplicativos usando o nome do Open Banking para solicitar dados
das vítimas e roubar seus consentimentos, são apenas algumas das preocupações.
“Neste
caso, para ter mais segurança é preciso trabalhar massivamente na educação e
conscientização do usuário final, ensinando sempre as boas práticas e alertando
contra possíveis ameaças. Além disso, será importante a construção de uma lista
das instituições financeiras seguras para que fique mais fácil explicar para os
clientes quando uma operação será realizada com empresas com grau de confiança
menor”, explica Josemando.
2. Fintechs como o elo mais fraco e presa fácil
Enquanto
bancos são instituições bem estabelecidas com um longo histórico e resiliência
em Segurança, as Fintechs ainda precisam provar o seu valor. Muitas delas não
possuem time nem orçamento para investir em segurança desde o dia zero, e assim
podem se tornar alvos para atacantes. Cria-se uma situação atraente para
criminosos que automatizam a busca por vulnerabilidades em massa, algo parecido
com uma pesca de arrastão..
“Aqui,
é essencial que essas instituições reforcem o seu time de Segurança. Caso isso
não seja possível ou até mesmo você não tenha uma equipe dedicada a isso, uma
saída é investir em soluções que automatizam a proteção da sua infraestrutura.
Além disso, é importante reforçar também a importância de criptografar os dados
dos clientes para reduzir a chance de possíveis vazamentos de informações
sensíveis”, pontua o CEO.
3. Ataques à API entrarão em ascensão
As
instituições aderentes ao Open Banking se comunicarão usando APIs com
especificações padronizadas para a realização da troca de dados. No entanto,
cada empresa terá que criar suas próprias implementações desses padrões, o que
pode abrir brechas para que atacantes explorem os mesmos comportamentos
imprevistos em companhias diferentes..
"Quando
estamos discutindo APIs, estamos falando de superfícies de exposição menores do
que aplicações tradicionais, como sites de internet banking ou apps para
smartphones. Assim, as empresas podem gastar mais energia com implementação de
medidas de segurança, começando com o catálogo dos ativos de infraestrutura que
estão expostos na internet", salienta Sobral.
4. Aplicativos e plataformas sob estresse
Já
que o Open Banking transforma os aplicativos e plataformas em uma verdadeira
"extensão" do acesso ao Banco, é muito comum o surgimento de
aplicativos maléficos e fraudulentos pelos criminosos interessados no roubo de
dados dos clientes. Porém, mesmo em aplicativos oficiais ficará comum
ataques do tipo de força bruta em aplicativos e plataformas oficiais.
“Neste
caso, a saída é aplicar os conceitos de Segurança e Privacidade desde o início
dos processos de desenvolvimento destes aplicativos e plataformas. Uma outra
dica é garantir uma gestão muito bem controlada do consentimento dos clientes,
com atenção à sua revogação. As fintechs estão revolucionando o mercado
financeiro no Brasil, aparecendo cada vez mais na mídia e no dia a dia da
população, por consequência infelizmente também no alvo dos criminosos.”,
conclui o empreendedor.
Sobre a Unxpose
Fundada em outubro de 2020 pelo trio Josemando Sobral, Tiago Assumpção e Patrick Costa, a Unxpose nasceu com uma missão: democratizar e simplificar o acesso à proteção digital para empresas de todos os tamanhos. Por meio de uma solução SaaS, a startup ajuda companhias a se protegerem 24 horas por dia, 7 dias por semana, de vazamentos de dados e brechas de segurança, identificando falhas e auxiliando na correção. Em março de 2021, a empresa captou sua primeira rodada de investimentos, liderada pela firma de venture capital Canary. Os aportes também tiveram a participação do fundo Norte Ventures e de anjos como Julian Tonioli, sócio-fundador da Auddas, Rodrigo Schmidt, diretor de engenharia no Facebook, Leo Pinho, CEO da Hent, Wagner Elias, CEO da Conviso, Kiko Lumark, fundador da Valutia, e Rodrigo Jorge, CISO da Neoway.
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