Copa do mundo deve mobilizar 220 bilhões de dólares, maior número na história
Realizada neste ano no Catar, a copa do mundo deve mobilizar um volume de investimentos em torno de 220 bilhões de dólares, conforme levantamento do país. O número representa um valor 19 vezes maior que os US$ 11,6 bilhões investidos no Brasil em 2014, por exemplo.
A copa da Rússia, realizada em 2018, era
até então o torneio futebolístico que mais caro da história, tendo movimentado
cerca de US$ 14 bilhões. O valor investido na competição supera o Produto
Interno Bruto (PIB) do Catar, de US$ 146 bilhões cotado em 2020.
“O impacto econômico acontece muito
antes do evento acontecer. Para mobilizar um evento tão grandioso assim, é
preciso um amplo em infraestrutura no país, hotelaria e outros mercados. O
grande impacto vai para a população, pois gera uma onda de emprego no país,
melhorando a renda por pessoa”,
comenta Richard Clayton, empresário e especialista em gestão de negócios e
planejamento tributário.
Para o empresário, no período da copa o
turismo no país aumenta de forma significativa, impactando todos os setores do
país. São esperados ao menos 1 milhão de turistas durante o evento. “O volume alto de turistas que se
concentram dentro do país neste período de 30 dias de competição também gera
uma demanda muito alta de empregos temporários”, diz.
Economia global
O Brasil, que está a quase 12 mil
quilômetros de distância, ou 12 horas de voo direto do Catar, já vê as empresas
de turismo e aviação que operam por aqui também esperando “entrar” em campo e
lucrar em cima da paixão do brasileiro pelo futebol. “Estimamos vender até US$ 30 milhões”,
afirma Paulo Castello Branco, presidente do Grupo Águia, que comercializa
ingressos de hospitalidade e pacotes turísticos para o mundial da Fifa.
Outras empresas como Qatar Airways e
Emirates programaram aumento do número de voos de países rumo ao Qatar e Dubai
em 2022. O esperado é que o faturamento entre as linhas seja o maior da história.
Outro segmento que já lucra em clima de
Copa do Mundo é o das gigantes de vestuário esportivo, como Adidas, Nike, Puma
e Under Armour. As marcas fazem parte de um mercado que, globalmente, movimenta
US$ 300 bilhões por ano, segundo estudo da consultoria Sports Value.
“Como estamos falando de um evento
global, o impacto economia acontece de forma global, mesmo sendo em uma escala
muito menor como no país que está sediando o evento”, comenta Richard.
Quanto maior a cultura futebolística do
país, maior será a movimentação econômica, mesmo que não seja o país
sede.
“Pegando o Brasil como exemplo,
historicamente as datas que a seleção joga se torna um “feriado fora do
calendário” e as pessoas se reúnem para assistir aos jogos. Isso movimenta a
economia, seja no comércio, nas compras de bebidas e comidas, seja no próprio
comércio esportivo ou outros”,
finaliza Richard.
Com uma duração de longo prazo, a copa contará com 64 jogos entre 32 seleções nacionais e atraem os olhos de mais de 3 bilhões de pessoas, quase metade da população mundial. A ideia do país é, além de movimentar o turismo, construir uma boa imagem.
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