Cultura Ágil: Qual o verdadeiro impacto nas corporações?
*Por Renan Viglioni, Head Of Agile Community da Squadra Digital
A palavra
“ágil” está na moda no ambiente corporativo – seja para definir uma das características
mais desejadas das empresas (a eficiência operacional), seja para se referir ao
modelo de gestão e desenvolvimento que ganhou corpo nas últimas duas décadas. A
proposta da Cultura Ágil, em 2001, se deu com a publicação do manifesto para
orientar a criação de softwares.
Mas diante
da transformação digital, seu protagonismo cresceu para outras áreas e fez as
organizações aumentarem o investimento no tema. A questão é que ainda hoje a
maioria desconhece os verdadeiros impactos nos negócios.
Para se
ter uma ideia dessa expansão, a 15ª edição anual do State of Agile Report,
realizado pela empresa Digital.ai, indica que praticamente dois terços das
companhias (65%) possuem larga experiência com o Ágil, ou seja, acima de três
anos de implementação - além de 94% do total admitir que possui projetos nesse
sentido. Para mais da metade (52%), o Ágil faz parte da rotina de toda a
companhia ou em quase a sua totalidade. Desenvolvimento de software, TI,
operações e Marketing são as áreas que mais se beneficiaram com essa proposta.
O problema
é que a implementação de uma metodologia ágil vai muito além das técnicas já
consagradas, como Scrum e Kanban. São importantes, sem dúvidas, mas são apenas
ferramentas. Não dá para implementá-las e achar que a companhia já é ágil. Esse
modelo se desenvolve no dia a dia, isto é, nos processos que envolvem toda a
empresa e não apenas um ou outro time. Está na colaboração e na comunicação
entre os profissionais, na priorização de tarefas e no alinhamento de
estratégias. Em suma: faz parte da estrutura do negócio, e evidentemente,
impacta significativamente seu crescimento.
O melhor
exemplo disso é justamente a concepção do time to market, compreendido como o
tempo necessário para a empresa desenvolver uma solução e lançá-la ao mercado.
Um bom projeto ágil, com o envolvimento de todos os times, é capaz de encurtar
e melhorar esse período de resposta. Isso exige um trabalho fluido entre os
diferentes profissionais e departamentos, além de garantir que as técnicas
ágeis estejam em todas as etapas do projeto. Iniciativa que ainda possibilita o
planejamento e a criação de serviços capazes de atender seu público,
antecipando-se à concorrência em muitos casos.
Outro
impacto positivo de uma Cultura Ágil de verdade é a eficiência operacional.
Sabe aquele mantra de fazer mais com menos? Pois bem, esse modelo preza
justamente por esse tipo de atuação. Com um bom planejamento, e claro, técnicas
ágeis bem desenvolvidas em todas as etapas do projeto, é possível identificar
desperdícios financeiros, de tempo e de recursos humanos e corrigi-los antes
que impactem no trabalho. Com essa visão Lean, os profissionais conseguem se
dedicar com mais afinco às suas tarefas, otimizando ainda mais a produtividade.
Não há nada mais frustrante numa corporação do que destinar bastante tempo a
uma iniciativa e perceber que ela não será útil.
A proposta
do Ágil pode – e deve – ser defendida dentro das organizações. Empresas que
implementam projetos do tipo tendem a alcançar melhores resultados do que aquelas
que seguem um modelo tradicional no desenvolvimento de suas soluções.
Entretanto, como em quase tudo dentro das empresas, é necessário ter
inteligência, planejamento e dedicação para alcançar os objetivos esperados.
Além, é claro, de ter o envolvimento dos líderes e profissionais C-Level para
garantir que todos os processos saiam conforme o esperado. O primeiro passo é
saber que as técnicas ágeis podem até ajudar, mas são apenas meios. O
verdadeiro fim é alcançar a tão sonhada rentabilidade a partir de processos
inovadores e eficientes.
* Renan Viglioni, Head Of Agile Community da Squadra Digital, referência em transformação e experiência digital de entrega unificada – e-mail: squadra@nbpress.com
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