Empresa de tecnologia impacta colaboradores com palestra sobre vulnerabilidade social da pessoa LGBTQIAP+ e suicídio
A proposta da AP Interactive, que emprega
pessoas plurais, é promover um ambiente de respeito
A AP Interactive, empresa de tecnologia
com sede em Campinas e mais de 150 colaboradores pelo mundo, promoveu na última
semana palestra e bate-papo sobre "Vulnerabilidade social da pessoa
LGBTQIAP+ e prevenção ao suicídio", ministrada pela documentarista,
escritora, artista e professora da Pós em Suicidologia da Universidade de São
Caetano do Sul, Maura
Âmbar.
O evento marcou o encerramento do mês de
visibilidade LGBTQIAP+ e também promoveu um diálogo franco entre colaboradores
acerca de suas dores, medos e vulnerabilidades. “Aqui entendemos que a
diferença entre nós é o que nos torna únicos, gera inovação e torna a nossa
empresa ainda mais incrível”, conceitua a Analista de Marketing Ana Carolina
Rando, sobre o cuidado em promover um ambiente de respeito, igualdade, carinho,
amor e compreensão.
“O preconceito está enraizado no nosso
dia a dia, na conversa no café, nas brincadeiras que pareciam inocentes, e até
mesmo no LinkedIn”, declarou a Sócia e VP de Jornadas Digitais, Luciana
Miranda.
Ela mencionou o orgulho por promover e
dar chance às pessoas de aprender um pouco mais e passar adiante. "Ter uma
palestra falando sobre LGBTQIAP+ nas empresas hoje é muito mais que necessário
porque a mudança cultural é algo que acontece com hábito, com convivência, com
educação, com entendimento. Ouvir sobre suicídio e quantas pessoas morrem ainda
por preconceito em nosso país é tão impactante quanto necessário para a
construção de um mundo mais digno, mais fraterno, mais respeitoso e de mais
amor”, conceituou Luciana.
Durante a palestra, Maura Âmbar
declarou-se como mulher trans e discorreu a respeito das dificuldades de
aceitação sofridas pelas pessoas LGBTQIAP+ em suas famílias, amigos, assim como
na sociedade.
O Change Manager Luis Eduardo dos
Santos, que faz parte da AP há nove meses, destacou a importância de aproximar
as pessoas do assunto. “Iniciativas assim fazem refletir e dão abertura para
uma conexão mais profunda com os colegas que dividimos a maior parte do dia.
Essa palestra nos levou a pensar sobre o viés inconsciente, como podemos
colaborar para uma sociedade mais inclusiva e fazer com que o próximo se sinta
cada vez mais respeitado".
Dados trazidos pela documentarista
apontam para números alarmantes: No Brasil, 90% das pessoas trans acabam
recorrendo à prostituição por falta de oportunidade de trabalho. Inclusive,
apenas 0,02% das pessoas trans chegam à universidade, 72% não conseguem sequer
concluir o ensino médio.
Outro ponto assustador, segundo Âmbar,
dita sobre a média de vida não ultrapassar os 35 anos. Conforme aponta o
relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB), o Brasil é o país que mais mata
LGBTQIAP+ no mundo. Não obstante, o risco de suicídio dessas pessoas é 21,5%
maior devido a convivência em ambientes hostis à sua orientação sexual ou
identidade de gênero. “O fato de o suicídio ser um assunto tabu, limita o
acesso a informações que poderiam preservar suas vidas. É possível prevenir o
suicídio falando do assunto de forma responsável com pessoas de sua rede de
apoio e, sempre que necessário, é de extrema importância buscar ajuda
profissional”, orientou a professora, que é coautora do documentário “Suicídio – Assunto Urgente”.
O Developer João Hélio D'Avila, que trabalha há quase cinco anos na empresa, se sentiu grato por poder vivenciar experiências, que ele chamou de fantásticas, no ambiente de trabalho. “Sinto muito orgulho da AP por nos prestigiar com essa palestra, com um conteúdo de extrema importância. Sei que para alguns não tem muita relevância, mas foi um marco na minha vida. Venho de uma geração que não podia conversar sobre isso nem no ambiente familiar, quem diria no ambiente de trabalho”, desabafa D´Avila, sem deixar de agradecer a palestrante por “doar um pouco da sua história e mostrar o quão importante é nos reconhecermos”. E concluiu: “São atitudes assim que fazem a diferença. Me senti representado, respeitado e acolhido! ”.
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