Enxaqueca atinge cerca de 15% dos brasileiros, especialmente mulheres em idade fértil, e tem tratamento
Quando se fala no tratamento em longo prazo, um
dos mais recentes contra a doença é a aplicação da Toxina Botulínica, conhecida
popularmente como Botox
Dra. Viviane Moroni Felici
São Paulo, 19 de julho
de 2022 – Definida
como uma dor incapacitante, a enxaqueca tem tratamento e não precisa ser um
problema para o resto da vida do paciente. Por isso, ao ter a primeira crise, a
pessoa deve procurar por um médico. A neurologista Viviane Moroni Felici,
membro do corpo clínico da Clínica Tosello, em São Paulo, explica que os
remédios podem ajudar nesse processo, que pode também contar com tratamentos
alternativos e com uma mudança no estilo de vida. De acordo com o Ministério da
Saúde, cerca de 15% da população brasileira tem a doença – especialmente
mulheres em idade fértil.
“As crises de enxaqueca
podem ser tratadas com analgésicos e outros medicamentos recomendados pelo
médico. Para aqueles que têm a enxaqueca com aura, a orientação é que o
medicamento seja ingerido quando surgirem os sinais visuais, para tentar evitar
que a crise de dor aconteça”, diz a neurologista.
Mas, quando se fala no
tratamento a longo prazo, um dos mais recentes contra a doença é a aplicação da
Toxina Botulínica, conhecida popularmente como Botox. Com ela, é possível atuar
na região em que acontecem as dores, o que contribui para que a cadeia de
estímulos, responsável pelas crises dolorosas, seja inibida. “A aplicação do
Botox também ajuda a reduzir o uso de medicamentos, o que pode ser benéfico para
pacientes que consomem muitos anti-inflamatórios ou analgésicos, mesmo sob a
indicação médica”, explica a neurologista.
Além do tratamento
clínico, outras medidas devem ser tomadas buscando evitar que as crises se
desenvolvam. Como ela é desencadeada a partir de gatilhos, mudar o estilo de
vida é fundamental para o tratamento.
Uma das principais
recomendações é uma alimentação e a prática de exercícios físicos e, ainda, ter
um sono regulado, reduzir o consumo diário de cafeína, controlar os níveis de
estresse e buscar, ao menos, reduzir o fumo e o consumo de bebidas alcoólicas.
Isso tudo colabora para que as crises aconteçam com menos frequência e as dores
sejam menos intensas.
As
características da enxaqueca
Por mais que possa
aparecer em qualquer faixa etária, a enxaqueca costuma se manifestar mais
comumente em adolescentes e jovens adultos e, entre os gêneros, é mais
frequente nas mulheres.
Em alguns casos – em
cerca de 15% a 25% deles – ocorre a enxaqueca com aura. Ou seja, ela é
precedida por outro sintoma que não é a dor de cabeça, como se fosse um
“aviso”, eles podem ser sintomas visuais como visão cintilante (com pontos
luminosos ou “estrelinhas”), embaçamento da visão, manchas escuras,
formigamento, perda de visão. Isso pode parar quando a dor começa ou, ainda,
acompanhá-la.
Diferente de uma dor de
cabeça comum, as crises dolorosas da enxaqueca podem ser acompanhadas de outros
sintomas. A dor, geralmente, concentra-se em um lado da cabeça e é
latejante/pulsátil, podendo ser moderada ou forte. Ela ainda pode ser associada
a outros problemas, como náuseas, vômitos, irritabilidade, hipersensibilidade à
luz (fotofobia), aos sons (fonofobia) e a certos odores (osmofobia) e agitação.
Identificar os sintomas
é de fundamental importância para o diagnóstico da doença, já que ele é realizado
por meio de uma avaliação clínica. Isso porque não existem exames específicos
que identifiquem a doença. A enxaqueca é descoberta por exclusão, ou seja,
quando outras doenças não aparecem nos resultados das análises.
“Para realizar essa
exclusão, um dos exames indicados é a tomografia com a angiotomografia, que é
feita com contraste, o que possibilita uma visão mais ampla das artérias que
levam sangue ao cérebro e das veias de drenagem. Ou uma angioressonância
magnética, que é realizada na mesma máquina da ressonância, mas com uma técnica
diferente”, explica Dra. Viviane.
Com os exames e com o
acompanhamento de um médico, é possível saber se o paciente sofre de outras
patologias ou se o caso é realmente de enxaqueca.
A enxaqueca pode ser
resultado de diferentes gatilhos, que têm o poder de desencadear crises nos
pacientes que sofrem com a doença. Eles variam de pessoa para pessoa. Entre
eles estão o estresse, longo tempo em jejum, insônia, consumo de alguns
alimentos em excesso – como chocolate, queijos amarelos, embutidos e café
– tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas em excesso, alterações
hormonais e algumas fragrâncias.
Sobre a
Clínica Tosello
A Clínica Tosello reúne
um corpo clínico especializado em Neurorradiologia Intervencionista, Neurologia,
Cardiologia e Reumatologia.
Conta com a experiência e o profissionalismo dos doutores Renato Tosello (Neurorradiologista Intervencionista), Priscilla Gianotto Tosello (Cardiologista), Viviane Moroni Felici (Neurologista) e Carolina Almeida P. Silva (Reumatologista), que trabalham de forma multidisciplinar no atendimento aos pacientes.
Nenhum comentário