Especialistas defendem políticas públicas para a competitividade do agro brasileiro
São Paulo, 28 de julho
de 2022
– A promoção de uma agricultura sustentável, alicerçada em políticas
governamentais transparentes, com regras claras e de longo prazo, será
primordial para a expansão agroindustrial do Brasil na era do baixo carbono.
Especialistas no tema, reunidos em um dos principais eventos do agronegócio
global, avaliam este fator como determinante para que o País assegure, nos
próximos anos, sua posição de destaque nas principais cadeias globais de valor,
produzindo e exportando mais alimentos, energias renováveis, insumos e manufaturados
agrícolas.
As posições foram
defendidas por representantes do governo e de importantes associações
empresarias do agro brasileiro durante o Global
Agribusiness Forum (GAF22), nesta terça-feira (26/07/22), em
São Paulo. No painel em que se discutiu o impacto de políticas públicas para o
combate à insegurança alimentar e a redução das emissões de gases de efeito
estufa (GEEs) participaram Jacyr
Costa Filho, presidente do COSAG – Conselho Superior do
Agronegócio da Fiesp, Arnaldo
Jardim (CD-SP), deputado federal e presidente da Frente
Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, Marco Fujihara,
coordenador Executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças do Clima, Gustavo Carneiro,
diretor executivo do IPA – Instituto Pensar Agropecuária e Itamar Borges (MDB-SP),
deputado estadual, moderando a sessão.
Jacyr Costa ressaltou
que a implementação de programas de Estado deve ter como premissa a segurança
jurídica ao produtor. “A segurança jurídica alcançada recentemente em
propriedades rurais na região do Paranapanema, em São Paulo, serve de exemplo.
Com a regularização fundiária, o pequeno e médio empresário deixou a
ilegalidade e terá, daqui para a frente, mais possibilidades de atrair
investimentos e aperfeiçoar a sua produção”, afirmou.
O presidente do COSAG,
também sócio na consultoria Agroadvice, lembrou o protagonismo do Brasil na
produção mundial de alimentos e o papel de políticas federais adotadas desde
2020 para alavancar o financiamento agrícola e a descarbonização da matriz de
transportes no País.
“O Fundo de
Investimentos Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro) foi um excelente
mecanismo, criado em 2021 pelo governo, com o objetivo de captar recursos em
biotecnologia e aumentar a nossa produtividade agropecuária. Com isso, o País
contribuirá ainda mais para minimizar a fome no planeta. Outra iniciativa
pioneira para a participação do Brasil na era do baixo carbono é o Programa
RenovaBio. Em seu segundo ano de operação, ele já registra números expressivos
de comercialização de créditos de descarbonização (CBIOs), incentivando a maior
substituição de combustíveis fósseis por biocombustíveis na frota veicular”,
afirmou o executivo.
Costa também observou a
relevância do Plano Nacional de Fertilizantes, ação estratégica para reduzir a
dependência externa dos vários tipos de insumos agrícolas nas próximas décadas.
Arnaldo Jardim lembrou o início da negociação do Fiagro na B3, o que pode
ampliar a capilaridade desta modalidade de financiamento na agricultura. Para
Itamar Borges, políticas públicas representam uma base sólida para transformar
a cadeia produtiva no Brasil, opinião compartilhada por Marco Fujihara, que
sublinhou a expertise adquirida pelo agro brasileiro e a necessidade de novos
avanços na formulação de políticas de Estado. A abordagem de Gustavo Carneiro
fixou-se na abrangência destas ações governamentais e na solidez da agricultura
brasileira.
Organizado a cada dois anos desde 2012, a 5ª edição do GAF é uma realização da Consultoria Datagro em parceria com a Sociedade Rural Brasileira (SRB), Associação Brasileira de Produtores de Milho (ABRAMILHO), International Maize Alliance (MAIZALL), a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (ABRAFRUTAS), Fórum Nacional Sucroenergético (FNS), União Nacional do Etanol de Milho (UNEM) e Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
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