Juliette (ex-BBB), Emilia Clarke (Game of Thrones), Sharon Stone: celebridades que passaram pelo medo do aneurisma cerebral falam abertamente sobre a doença e alertam para o perigo dela
A falta de conhecimento da população sobre a existência de protocolo de prevenção da existência de aneurismas cerebrais, que podem ser embolizados para não se romperem, fazem com que a doença não seja detectada a tempo de gerar grandes danos aos pacientes, que podem sofrer um AVCh (Acidente Vascular Cerebral hemorrágico)
Dr. Renato Tosello
São Paulo, 19 de julho
de 2022 – Após
sofrer com um AVCh (Acidente Vascular Cerebral hemorrágico) e descobrir que ele
foi causado pela presença de aneurismas cerebrais, a atriz Emília Clarke, de
Game of Thrones, contou abertamente sobre a difícil recuperação pela qual
passou, afirmando que parte do seu cérebro não funciona mais como antes. Sharon
Stone, outro ícone do cinema, também descobriu a doença no começo dos anos 2000
e precisou ser operada às pressas – e é uma grande divulgadora da necessidade
da realização de exames preventivos para a detecção do problema. No Brasil,
recentemente, a ex-BBB Juliette também contou seu drama, ao ver-se com o
diagnóstico de aneurisma e sentir-se perdida, já que perdera uma irmã em
consequência de um AVC.
Todas essas mulheres
poderiam ter diagnósticos mais amparados se, em suas rotinas médicas, fosse
incluída uma angiorressonância magnética ou uma angiotomografia, exames
relativamente simples (cobertos pelo plano de saúde e disponíveis pelo SUS) e
que detectam a presença de aneurismas. “O neurologista costuma solicitar o
exame a quem faz parte do grupo de risco mas, cada vez mais, percebemos que
todas as pessoas deveriam passar pelo check-up neurológico”, informa o
Neurorradiologista Intervencionista Renato Tosello, médico especializado no
tratamento endovascular de aneurismas cerebrais.
Segundo o Dr. Tosello,
fazem parte do grupo de risco para aneurisma cerebral as pessoas que têm
histórico de AVC na família (ou de aneurisma), fumantes, hipertensos, obesos,
diabéticos e mulheres na menopausa. As mulheres, aliás, apresentam a doença em
maior número que os homens. “A proporção é de 3:1, especialmente na faixa dos
40 anos em diante”, alerta o médico.
Diagnóstico,
tratamento, prevenção
Acaba de ser publicado
pelo Journal of Neurointervencional Surgery, um dos veículos médicos mais
importantes do mundo, um estudo científico realizado por pesquisadores
brasileiros a respeito da eficácia do tratamento endovascular para aneurisma
cerebral.
Segundo o artigo
científico, após seis meses de embolização, 70,1% dos 127 pacientes
embolizados, com 177 aneurismas intracranianos tratados, tiveram a oclusão
total dos aneurismas (fechamento total) e 87,3% tiveram oclusão favorável
(quando existe enchimento de até 5% do aneurisma, quase uma oclusão).
Após 12 meses do
procedimento, o resultado foi de 83,3% de oclusão total e 97,7% de oclusão
favorável. Outra boa notícia é que, em relação às questões de segurança, 97,6%
dos pacientes não apresentaram efeitos adversos graves durante período de
acompanhamento de 12 meses e não houve mortalidade relacionada ao procedimento.
Para o Dr. Renato
Tosello, diretor-médico da Clínica Tosello e um dos autores do estudo, o Brasil
firma-se como um importante centro de tratamento endovascular de aneurismas
cerebrais a partir de constatações como as apresentadas nesta publicação.
“Sabemos que, atualmente, o tratamento endovascular, também conhecido como
embolização, é padrão-ouro para aneurismas cerebrais porque é o método menos
invasivo e que permite a melhor e mais rápida recuperação do paciente. Sem a
necessidade de abertura do crânio, essa cirurgia se dá com baixíssimos índices
de complicações e óbitos, bem como grandes chances de cura em curto e médio
prazos”, diz o médico.
O estudo foi realizado
de dezembro de 2016 a setembro de 2019 e envolveu 127 pacientes com 177
aneurismas intracranianos, tratados em três centros diferentes.
Para ter acesso ao
estudo, clique aqui: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35705359/
O aneurisma cerebral é
uma “dilatação” que se desenvolve em um local de fragilidade da parede de um
vaso sanguíneo (artéria ou veia) que irriga o cérebro. Frequentemente, se forma
na bifurcação das artérias intracranianas. Por causa da dilatação, a parede do
vaso fica mais enfraquecida e afilada à medida que aumenta de tamanho, como se
fosse a borracha de uma bexiga que vai ficando mais fina e frágil enquanto se
enche de ar até romper. Ao se romper e sangrar, o aneurisma causa um AVC
hemorrágico sendo o do tipo subaracnóide, o mais comum.
O aneurisma normalmente
não causa sintomas enquanto está pequeno, não comprime tecido cerebral ou
nervos adjacentes e mantém sua parede íntegra (ou seja, quando não há ruptura).
Dependendo da
localização e do tamanho do aneurisma, ele pode pressionar o tecido cerebral e
os nervos ao seu redor, podendo gerar alguns sintomas como dor de cabeça; dor
acima e atrás de um olho; dilatação da pupila de um olho; mudança na visão ou
visão dupla e dormência de um lado do rosto e do corpo.
Se a pessoa não procura
assistência médica, mas o aneurisma cresce e um dia se rompe e sangra, os
sintomas podem variar conforme a seriedade do quadro.
Das pessoas que sofrem
de aneurisma roto cerca de 40 – 50% morrem e ao redor de 20 – 25% ficam com
algum déficit neurológico moderado ou grave.
Por que o
diagnóstico ainda é pequeno
Os diagnósticos
precoces do aneurisma cerebral são poucos porque, justamente, não existe uma
recomendação médica para um check-up neurológico preventivo – um erro que pode
custar uma vida. “A cada dia, percebemos que é necessário fazer uma correlação
entre doenças e as cardiológicas estão diretamente ligadas às cerebrais. Por
isso, é importante realizar um checkup cardiológico e um neurológico
anualmente”, aconselha o Dr. Tosello.
Sobre a
Clínica Tosello
A Clínica Tosello reúne
um corpo clínico especializado em Neurorradiologia Intervencionista,
Neurologia, Cardiologia e Reumatologia.
Conta com a experiência e o profissionalismo dos doutores Renato Tosello (Neurorradiologista Intervencionista), Priscilla Gianotto Tosello (Cardiologista), Viviane Moroni Felici (Neurologista) e Carolina Almeida P. Silva (Reumatologista), que trabalham de forma multidisciplinar no atendimento aos pacientes.
Nenhum comentário