Mercado de trabalho para PCDs ainda é escasso e desigual
A constatação é da pesquisa People at Work
2022: A Global Workforce View, que ouviu cerca de 33 mil trabalhadores em 17
países, inclusive o Brasil
Mariane Guerra, vice-presidente de Recursos Humanos da ADP para a América Latina
São Paulo, julho de 2022 – É cada dia mais corriqueiro o discurso
das empresas de que possuem uma preocupação real com a inclusão e a diversidade
em suas equipes. No entanto, o discurso não está efetivamente alinhado à
realidade. Essa é a constatação da pesquisa People
at Work 2022: A Global Workforce View. O levantamento, realizado
globalmente, analisa as atitudes dos funcionários em relação ao mundo
corporativo atual e o que eles esperam do local de trabalho no futuro.
De acordo com o estudo, a proporção de
trabalhadores que entende que pessoas com deficiências estão igualmente
representadas no seu ambiente profissional é de apenas 37%. “O percentual
mostra que ainda temos um longo caminho pela frente quando falamos sobre
igualdade no trabalho. As empresas já entenderam que se trata de um valor
importante, que traz visões diferentes e um crescimento cultural igualmente
relevante. Elas somente não sabem ainda como colocar isso em prática”, alerta
Mariane Guerra, vice-presidente de RH para a América Latina da ADP.
Dados do governo federal atestam essa
disparidade. Segundo o Painel de Informações e Estatísticas da Inspeção do
Trabalho no Brasil, entidade ligada ao Ministério do Trabalho, havia, em 2019
(últimos dados disponíveis), 701.424 vagas reservadas para PCDs. No entanto,
apenas 53,02% do total (371.913) estão ocupadas, pouco mais da metade.
Vale lembrar que a Lei de Cotas para
Pessoas com Deficiência (nº 8.213/1991) estabelece que percentuais de 2% a 5%
das vagas nas empresas – públicas ou privadas – devem ser destinados à
contratação de PCDs.
“A Lei de Cotas foi um passo importante
na consolidação dos direitos desse público. No entanto, o próprio levantamento
oficial demonstra que as empresas precisam de outros tipos de incentivo para
atender a tais regulações. Uma delas, sem sombra de dúvida, é a criação de uma
política de capacitação direcionada exclusivamente para os PCDs. As vagas
existem e as empresas pagam multas por não preenchê-las. No entanto, faltam
profissionais aptos a ocupar esse espaço”, avalia a executiva.
Segundo a instituição de caridade ADD
International, 15% da população é constituída por pessoas com deficiências. Em
números absolutos, são cerca de 1 bilhão de indivíduos em todo o mundo. “Se
pensarmos exclusivamente no Brasil, estamos falando de um número próximo a 32
milhões de cidadãos. Não se pode virar as costas para essas pessoas, sob pena
de desperdiçarmos um volume sem precedentes de talentos”, alerta a
vice-presidente de RH para a América Latina da ADP.
O estudo People at Work 2022: A Global Workforce View
foi conduzido pelo ADP
Research Institute e explora as atitudes dos colaboradores em
relação ao mundo corporativo e o que esperam do local de trabalho no futuro.
Foram entrevistados 32.924 trabalhadores em novembro de 2021, em 17 países: na
América Latina (Argentina, Brasil e Chile), Europa (França, Alemanha, Itália,
Holanda, Polônia, Espanha, Suíça e Reino Unido), Ásia-Pacífico (Austrália,
China, Índia e Cingapura) e América do Norte (Estados Unidos e Canadá).
Sobre a ADP (Nasdaq-ADP)
A companhia oferece produtos de ponta, serviços de alta qualidade e
experiências excepcionais para que as pessoas alcancem o máximo potencial no
trabalho. Os serviços e produtos da empresa para RH, talento, benefícios, folha
de pagamento e compliance são baseados em dados, mas desenhados para pessoas.
Saiba mais em: https://www.adp.com.br.
Nenhum comentário