Museu de Quilombos e Favelas Urbanos retoma programação com atividades culturais gratuitas até 2023
PROJETO CONTA COM RODAS DE CONVERSA E
DE MEMÓRIA, OFICINAS E CINECLUBES
Roda Quilombos, espaço de resistência/Foto Trigger |
O Museu de Quilombos e Favelas Urbanos, no Aglomerado Santa Lúcia, deu início ao Circuito Anual Muquifu. Até abril de 2023, o Museu, e espaços parceiros, recebem diversas atividades formativas como rodas de conversa e de memória, oficinas e cineclubes. São diferentes temáticas que dialogam com a proposta da instituição nas áreas da fotografia, literatura, culturas tradicionais dos Reinados, e também das plantas medicinais. Toda programação é gratuita.
Previsto para acontecer em março de 2020, o projeto foi adiado em decorrência da pandemia da Covid-19, e agora retoma as atividades de forma presencial. “Esse é um momento de retomada, e estamos animados em levar para frente uma programação que já deveria ter começado há dois anos”, explica o coordenador do Museu, Trigger.
Ao longo do ano, cada mês será destinado a uma área de conhecimento. Em julho já estão em andamento as oficinas de literatura de Cordel, que resultam em uma exposição no dia 30 do mês, com abertura do Sarau no Muquifu, do coletivo "Isto não é um Sarau". Durante três semanas, o público poderá conferir a mostra de trabalhos.
Agosto será o mês da intervenção urbana, com oficina de mural ministrada pelo artista Fabiano Valentino, o Pelé, e a roda de conversa “Direito à mordia”. Setembro chega com o Jardim Dona Wanda. O mês será dedicado aos saberes sobre plantas medicinais com as oficinas: “Identificação, propriedades medicinais e uso culinário de plantas comuns”; “Cultivo ecológico de plantas medicinais e temperos” e “Colheita, secagem e preparo de chás”. Além da roda de memória “Da construção do morro ao Chá da Dona Jovem”.
Outubro é a vez do Cineclubismo, com a exibição de quatro filmes de temáticas relacionadas ao Muquifu. Os títulos serão selecionados pela curadora Catharina Gonçalves, que é formada em audiovisual pela Oi Kabum! Escola de Arte e Tecnologia.
Memória viva marca o mês de novembro com a oficina: “Bordado livre e memória visual”, como foco principal no público maior de 60 anos. Serão quatro aulas ministradas pela bordadeira Isadora Falcão. A temática se estende com a roda de memória: “Herança de família: bonecas, fuso de tear e máquina de costura”.
O ano de 2022 termina com a fotografia. Em dezembro acontece a roda de conversa: “Fotografia no contexto periférico”, e a oficina "Narrativas fotográficas", ministrada em 4 aulas por Bianca de Sá e Zande, para pessoas a partir de 7 anos. As férias de janeiro de 2023 serão marcadas por uma intensa programação voltada ao público infantil com contação de histórias, oficina de brincadeiras, a presença de artistas no Muquifoca e cineclube.
O projeto se encerra com dois meses dedicados aos saberes tradicionais. Entre março e abril, acontece a oficina: “Construção de instrumentos alternativos de festas tradicionais”, ministrada pelo Reinado 13 de Maio juntamente com Mamutte. Serão quatro aulas, tendo como público alvo grupos atuantes da comunidade, ou fora dela, que participam ou participaram de manifestações/festas tradicionais. Outra oficina que acontece nesse período é a de “toques e cantos com Mamute e Mestres”. Além da roda de conversa: “O Morro sem Folia”.
Todas as atividades resultam em uma exposição de curta duração no mês subsequente. O formulário para inscrições, bem como a programação completa, será divulgado pelas redes sociais do Museu. O uso de máscaras nos espaços é obrigatório. O projeto Circuito Anual Muquifu é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.
Sobre o Muquifu
O Muquifu – Museus dos Quilombos e Favelas Urbanos tem como vocação garantir o reconhecimento e a salvaguarda das memórias das vilas do Morro do Papagaio: lugar não apenas de sofrimento e de privações, mas, também, de memória coletiva digna de ser cuidada. A instituição, fundada em 2012, reúne como acervo fotografias, objetos, imagens de festas, danças, celebrações, tradições e histórias que representam a tradição e a vida cultural dos moradores das diversas favelas e quilombos urbanos de Belo Horizonte e Minas Gerais.
O Muquifu se tornou palco de lançamentos de livros, exposições e exibições de filmes. Em 2018, passou a integrar o Circuito de Museus - Território Negro - da Prefeitura de Belo Horizonte, sendo visitado por dezenas de escolas. Também são recorrentes projetos junto a cursos universitários, como da PUC e da UFMG. A instituição já participou de palestras e mostras na Colômbia, Itália, França e Alemanha.
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