Reino Unido abre testes com semana de trabalho de quatro dias
Para o empreendedor e palestrante Rica Mello,
modelos mais flexíveis trazem benefícios em diversos aspectos, mas não é
aplicável em todos os setores da indústria
A pandemia mostrou que
é possível manter os bons resultados mesmo com a equipe de colaboradores
trabalhando de suas casas. Agora, o Reino Unido propôs a redução de jornada de
trabalho para quatro dias durante a semana, sem redução de salários e
benefícios, inclusive em subsidiárias de empresas britânicas no mundo todo.
Desde junho,
aproximadamente 3 mil trabalhadores de mais de 30 setores da economia estão
testando o modelo de trabalho no país, que promete manter os lucros das
empresas enquanto proporcionam uma vida mais saudável e um mundo mais
sustentável.
Experiências similares
estão em curso na América do Norte e em outros países da Europa. No Brasil,
bancários incluíram a pauta na campanha salarial para 2022.
Para Rica Mello, gestor de pessoas, palestrante
e empreendedor em diversas áreas de atuação, podem existir diversas
metodologias em relação às horas de trabalho. “Podemos ter colaboradores que
trabalhem três, quatro, cinco dias por semana. É importante ter essa
flexibilidade para não perder os melhores talentos do mercado e para que eles
fiquem confortáveis com o modelo de trabalho oferecido. Na minha empresa, por exemplo,
tenho pessoas em cargos de liderança que, provavelmente, aceitaram a posição
pela possibilidade de trabalharem em casa durante parte da semana, seja qual
for a razão dessa necessidade”, relata.
O empresário afirma que
é preciso entender as necessidades de cada setor de uma empresa, já que alguns
pedem uma atuação presencial diária. “A atuação em um escritório pode acontecer
no modelo home office
ou jornada reduzida de 4 ou 3 dias sem problema algum. Por outro lado, em uma
fábrica, por exemplo, a atuação presencial se faz imprescindível e um
funcionário que trabalha nesse ambiente muito provavelmente deverá estar lá
presencialmente durante todos os dias necessários. É preciso entender as
diferentes demandas para cada um dos departamentos, para cada uma das pessoas
que estão no time e saber trabalhar com isso de uma maneira que gere os
melhores resultados”, pontua.
Os testes irão
acontecer no Reino Unido até dezembro, com a participação de mais de 70
empresas. As organizações que aderiram ao movimento poderão participar de
oficinas e seminários on-line
com a mentoria de especialistas e companhias que já implementaram a jornada
semanal de 4 dias com sucesso.
Para Rica Mello, o
movimento é importante e abre um leque gigantesco de possibilidades. “O único
ponto crucial, ao estabelecer modelos distintos dentro de uma mesma empresa é
deixar claro que existem prós e contras para cada decisão, já que colaboradores
de uma mesma empresa ou área de trabalho podem ter tratamentos diferentes em
relação à carga e o modelo de trabalho.
É esperado que um
funcionário que trabalhe menos horas por mês, seja por trabalhar menos dias em
uma semana, ou por trabalhar menos horas por dia, tenha uma evolução de
carreira mais lenta em uma empresa. “É um trade-off que deve ser entendido por
todos, para que ninguém se sinta desconfortável com as suas decisões e modelos
de trabalho” ressalta Rica Mello.
“Mas acredito ser
possível em grande parte das áreas de atuação do mercado. É muito legal quando
as empresas dão esse tipo de flexibilidade aos seus colaboradores porque, com
isso, elas acabam retendo os melhores talentos. Permitir modelos com jornadas
mais flexíveis faz parte da administração de funcionários em empresas com uma
gestão exponencial, e pode trazer uma série de benefícios a curto, médio e
longo prazo”, finaliza.
Sobre Rica Mello
Rica Mello é apaixonado
por gestão, números, estratégia e pessoas. Dedicou uma década auxiliando
grandes empresas como consultor estratégico da McKinsey e Bain & Company
antes de criar seus próprios negócios. É empreendedor serial e está à frente de
negócios em diversos segmentos como indústria, distribuição, importação,
varejo, e-commerce e educação. Auxilia empresários a navegar no desafiante
mercado brasileiro e é uma das lideranças da indústria que se preocupam com
iniciativas de coleta e reciclagem de materiais. Possui MBA pela Kellogg School
e especialização pela Singularity University. Ele aprendeu a gerenciar empresas
de qualquer lugar do mundo, para alimentar sua outra grande paixão, que é
viajar. Conhece 136 países e almeja visitar todos os países do mundo até
2025.
Para mais informações, acesse https://ricamello.com.br/ ou pelas redes @ricamello
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