Remoção de tatuagem: Vale mesmo a pena?
Professor Marcus Vinícius Jardini Barbosa, do
curso de Medicina da UNIFRAN, explica como ocorre o procedimento e possíveis
riscos que podem ser gerados
Franca, julho
de 2022 – Tatuagens representam uma das maiores
formas culturais de modificação do corpo. Trata-se de uma arte permanente feita
na pele que, tecnicamente, consiste em uma aplicação subcutânea obtida através
da introdução de pigmentos por agulhas. Por ser algo definitivo, é necessário
pensar bem, escolher bons profissionais e decidir com atenção o que será
tatuado.
Em casos de arrependimento, muitas
pessoas cobrem suas tatuagens com outras tatuagens ou recorrem a remoção da
arte. Segundo o professor do curso de Medicina da Universidade de Franca -
UNIFRAN, Dr. Marcus Vinícius Jardini Barbosa, a técnica mais moderna de remoção
é com o uso do laser, sendo que há especificidades diferentes para cada cor das
mesmas. “O laser emite feixes ultrarrápidos e de alta intensidade, permitindo o
ataque seletivo aos pigmentos em excesso sem gerar calor, preservando a pele ao
redor da tatuagem”, esclarece.
O docente explica que a remoção deverá
sempre ser realizada por um médico especialista nas áreas de cirurgia plástica
ou dermatologia, com prática em laser terapia e que a quantidade de sessões
varia para cada paciente, pois dependerá principalmente das cores e do tempo da
tatuagem. “Nas tatuagens monocromáticas com pigmento negro, após a primeira
aplicação, os resultados já são bastante visíveis. Já as tatuagens coloridas
são as mais complexas e, portanto, necessitam de mais sessões para a remoção.
Em média cerca de seis sessões”, salienta.
Também é importante destacar os riscos
que o procedimento contém. “A tatuagem é um processo permanente e sua remoção
dependerá de vários fatores, principalmente da cor e do nível de profundidade na
qual o pigmento foi aplicado e do tipo de pele do paciente. Para que a tatuagem
permaneça, os pigmentos são aplicados na segunda camada da pele, denominada
derme (abaixo da epiderme). A derme apresenta duas camadas, uma superficial e
uma profunda. Assim, quanto mais profunda e mais colorida a tatuagem, mais
difícil será a remoção”.
“Pacientes com tons de pele mais escura,
apresentam maior possibilidade de complicações como hiperpigmentação e
distúrbios cicatriciais, como cicatriz hipertrófica (semelhante a queloide).
Além disso, a dor do laser é bem maior que a das agulhas e em geral, há um
edema (inchaço) e hiperemia (vermelhidão) após o procedimento que regride em
algumas horas e não limitam as atividades dos pacientes”, explica o Doutor
Marcus.
O médico finaliza dizendo que o sucesso
do procedimento depende muito das cores aplicadas e da profundidade da
tatuagem. “Por exemplo, tatuagens amadoras tendem a ter melhor resposta ao
procedimento, quando comparadas a tatuagens profissionais, pelo fato de nas
tatuagens amadoras, a aplicação do pigmento ser mais superficial. Assim,
podemos ter uma estimativa do "quanto a tatuagem vai sair", podendo
de fato permanecer alguns resquícios nas partes em que o pigmento foi mais
profundo.”
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